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Publicado em: 22/10/2015
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Mapeando o cenário musical fluminense

Vinicius Zepeda

Festival de Rock Humanitário, em Cabo Frio, é o principal
evento beneficente do gênero no RJ (Foto: Bia Souza)      

Músicos profissionais e amadores, bem como os demais interessados na cena musical existente em municípios fluminenses, acabam de ganhar um site e também um aplicativo para ser baixado gratuitamente na AppStore e no Google Play: o Mapa Musical Rio de Janeiro (MMRJ). Colocado no ar nesta segunda-feira, 19 de outubro, o MMRJ mapeia mais de 700 agentes culturais espalhados pelo estado, trazendo informações sobre cursos de música, lojas de instrumentos musicais, estúdio de ensaio e de gravação, festas populares, secretarias municipais de cultura, empresas de sonorização e coletivos culturais. O Mapa Musical RJ é resultado de algumas das ações incluídas no projeto “Estação Empreendedorismo Cultural”, desenvolvido por pesquisadores da graduação em estudos de Mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), com recursos do edital Apoio a Projetos de Extensão e Pesquisa (Extpesq), da FAPERJ.  

O Estação Empreendedorismo Cultural é uma parceria entre a Ponte Plural – iniciativa voltada para apoiar o setor musical no estado que deu início à pesquisa, em 2011, e obteve a aprovação do Mapa Musical RJ em edital do Instituto Claro Embratel em 2013 – e o Laboratório de Pesquisa em Cultura e Tecnologias da Comunicação da UFF (LabCult/UFF), coordenado por Simone Pereira de Sá, professora e pesquisadora do Curso de Mídia e da Pós-Graduação em Comunicação da UFF, que já vinha desenvolvendo outros projetos de cartografia sonora e musical, e uniram forças para executar o Mapa Musical RJ.

“O aplicativo tem por objetivo ser um mediador que coloque em diálogo os novos atores da cadeia da música, em um momento em que o modelo de negócios deste setor busca novos caminhos. Assim, apostamos que ele possa contribuir para a inclusão social e descentralização dos negócios musicais, ainda muito concentrados nas grandes cidades” afirma Simone. “Além disto, a parceria com a Ponte Plural é motivo de orgulho para nós do LabCult/UFF e do Curso de Mídia da UFF, por estabelecer literalmente uma ponte entre a universidade e um dos coletivos culturais mais atuantes do estado”, complementa.

O coletivo carioca Rock S.A é apontado como um dos
principais e mais atuantes do estado
(Foto: Lucas Santos)


Coordenadora de projetos da Ponte Plural e doutoranda em Comunicação na UFF, Luiza Bittencourt explica as funcionalidades e apresenta algumas curiosidades sobre o projeto. “O MMRJ funciona como uma plataforma colaborativa onde os usuários podem se cadastrar e acrescentar informações que não estejam contidas no MMRJ. Depois de conferidas pela equipe, elas serão atualizadas e acrescentadas ao Mapa”, explica. Todas as informações disponibilizadas são referenciadas geograficamente, possuem breve descrição e informações de contato, para que os usuários possam utilizá-las em seu trabalho. “A proposta é que músicos, produtores e diferentes agentes culturais utilizem estes dados para agendar shows, trocar informações, obter orçamentos e conhecer as políticas públicas locais”, complementa.


Sobre o cenário musical no estado, Luiza chama a atenção para o município de Cabo Frio, na Região dos Lagos. “Ali existe o coletivo Juventude Rock, que tem uma importante relação com a cena musical da cidade. Eles já realizaram mapeamento de bandas locais, colaboraram na divulgação e circulação de artistas e ainda ajudam na produção de dois importantes festivais da região, o Noise Fest e o Festival de Rock Humanitário”, explica. Sobre o segundo, voltado para rock pesado, ela destaca o fato dele ser o maior festival beneficente do Rio de Janeiro, com a entrada franqueada em troca de apenas dois quilos de alimento. “Este ano, sua sétima edição, realizada no mês de abril, recebeu pela primeira vez uma atração internacional, Paul Di’Anno, primeiro vocalista da banda Iron Maiden, além do show de 30 anos de carreira do Sepultura”, conta. Ela acrescenta que enquanto na cidade de Cabo Frio foi possível mapear o rock como gênero predominante do local, em Volta Redonda, município do Médio Paraíba, o hip hop foi o principal gênero encontrado.

A Festa do Tomate, em Paty do Alferes, no Centro Sul Fluminense:
shows de reconhecida qualidade musical
(Foto: Ruído Produções)

Outro aspecto identificado por Luiza foi o crescimento de festivais independentes e coletivos, e a articulação de produtores culturais no interior do estado ao longo nos últimos anos. Sobre os coletivos, ela destaca a atuação dos cariocas Rock S.A., Subsolo e #acenavive; o Petrópolis Inc, na Região Serrana; o Roque Pense, com atuação na Baixada Fluminense, e o Núcleo, em Volta Redonda. Ela menciona também festas populares que foram identificadas no mapeamento. “Elas geralmente acontecem uma vez por ano e são amplamente divulgados no calendário de eventos culturais das cidades, como a Festa do Tomate, em Paty do Alferes, no Centro Sul Fluminense”, explica. Iniciada no ano de 1981 como uma pequena confraternização entre produtores e técnicos agrícolas, onde as grandes atrações eram artistas circenses e leilões de animais, a festa passou para a administração municipal em 1987, quando ganhou novo impulso e, desde então, passou a se tornar conhecida pelo bom nível dos shows musicais apresentados a cada ano, sempre na semana do feriado de Corpus Christi. Já em relação às casas de shows e espaços culturais, Luiza dá como exemplo o bar multicultural Gypsy, localizado em Petrópolis. Com sede em um casarão histórico do século XIX, o espaço abriga shows de bandas de diferentes gêneros musicais. Decorado com 80% de materiais reciclados, o local ainda possui sinuca, palco, estúdio de tatuagem e piercing, loja, espaço literário, exposições de arte, área lounge, pista de dança e duas áreas externas. 

Mas mesmo com a criação do Mapa, o trabalho da “Estação Empreendedorismo Cultural” não para. A próxima etapa é capacitar os agentes culturais e conectá-los em rede, através do Nós de Rede, a primeira incubadora de redes do Brasil. Com atuação itinerante em formação de cultura, a iniciativa busca incentivar a troca de experiências e formação profissional de artistas, produtores e agentes culturais para qualificação e criação de novos arranjos criativos conectados em uma rede. As primeiras cidades contempladas com o projeto serão Niterói e Maricá.

Para conhecer o Mapa Musical Rio de Janeiro acesse: http://www.mapamusicalrj.com.br

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