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Publicado em: 24/09/2015
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Livro descreve algumas das diferentes espécies de cobras encontradas no Brasil

Vinicius Zepeda

Considerado um dos lugares mais perigosos do mundo, a
Ilha 
da Queimada Grande reúne cinco jararacas-ilhoa
a cada metro quadrado (Foto: Frederico Figueiredo)


Imagine visitar uma ilha onde a cada metro quadrado são encontradas em média cinco serpentes, com veneno potente e capaz de matar uma pessoa em poucos instantes. Apesar de parecer tema de filme de ficção, o local existe, fica no Brasil, a 33 km do litoral sul do estado de São Paulo, próximo ao município de Itanhaém. Conhecido como Ilha da Queimada Grande, é formado por um enorme rochedo de 430 mil metros quadrados no meio do mar, sem praias, todo formado por costões rochosos, recobertos de Mata Atlântica. Ali, reúne-se a maior concentração de cobras venenosas do mundo – todas jararacas da mesma espécie, a ilhoa –, o que a torna um dos locais mais perigosos do planeta. Estas e outras curiosidades sobre diferentes espécies de cobras que vivem no Brasil são parte do livro bilíngue (português-inglês) Criando Serpentes, Salvando Vidas (Rio Books e Vital Brazil Editora, 91 pág.), de autoria do biólogo e pesquisador do Instituto Vital Brazil (IVB) Aníbal Rafael Melgarejo. Publicado com apoio do programa de Auxílio à Editoração (APQ 3), da FAPERJ, o livro apresenta belas fotografias de cerca de 20 espécies distintas de cobras, criadas no serpentário do IVB. Além disso, a publicação ainda destaca, em linguagem simples e objetiva, as principais características de cada uma delas, as regiões onde são encontradas e algumas curiosidades.

O chocalho na cauda das cascavéis acaba alertando as
possíveis vítimas de sua presença e
diminuindo
o número de acidentes
(Foto: Frederico Figueiredo)


Do gênero Bothrops (jararacas), a ilhoa é apenas uma das espécies que vivem no Brasil, como a "preguiçosa", a "jararaca do Norte", e a "urutu cruzeiro". Responsáveis por 90% dos 20 mil acidentes com cobras notificados anualmente no País, ainda assim, elas não são as mais letais. As serpentes do gênero Crotalus (cascavéis), também encontradas em várias regiões do País, possuem veneno que causa acidentes bem mais graves que os que envolvem as jararacas. “Apesar disso, o fato de anunciarem sua chegada pelo som característico do chocalho ou guiso da cauda acaba alertando a possível vítima e reduzindo o número de acidentes. Assim, elas respondem por apenas 8% da média nacional”, complementa.

Passagem do livro destaca que o veneno de algumas
cobras tem 
propriedades que podem auxiliar na
produção de 
fármacos (Foto: Frederico Figueiredo)



O biólogo explica que, apesar do medo que as cobras exercem no imaginário popular, o Brasil conta com um eficiente programa de produção e distribuição gratuita de soro antiofídico para toda a população, em todas as regiões do País. Para tanto, os pesquisadores trabalham com a criação e o estudo de espécies distintas em seus serpentários. No IVB, onde Melgarejo trabalha, há dois deles. O primeiro faz parte da Divisão de Herpetologia do IVB, responsável pelo recebimento, cadastro, triagem e destinação dos animais coletados na natureza e recebidos pelos pesquisadores. O segundo é parte da Divisão de Zoologia Médica, coordenada por Melgarejo. “No local, desenvolvemos atividades de pesquisa científica e tecnológica sobre a distribuição e a abundância desses animais no meio ambiente, sua adaptação ao cativeiro, assim como a própria produção de soro contra picadas, que depois será distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde às Secretarias Estaduais de Saúde de todo o País”, explica.

Mas o veneno das cobras não serve apenas para provocar acidentes com risco de morte. “Certas substâncias encontradas em alguns deles podem auxiliar no desenvolvimento de novos fármacos e medicamentos”, diz. Já foram fabricados, há algum tempo, no País, um anticoagulante feito a partir do veneno da jararaca e um remédio para diminuir as dores do câncer feito a partir do veneno da cascavel. “Por enquanto, estamos estudando propriedades vasodilatadoras encontradas no veneno de algumas de nossas cobras, o que pode gerar novos remédios anti-hipertensivos no futuro”, destaca.

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