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Publicado em: 20/08/2002

Premiada técnica da COPPE para detectar óleo no mar

Uma metodologia de detecção de óleo no mar desenvolvida por pesquisadores da Coordenação dos Programas de Pós-graduação em Engenharia da UFRJ (COPPE/UFRJ) foi premiada como melhor trabalho apresentado na Conferência Internacional de Sensoriamento Remoto em Ambientes Marinhos e Costeiros, realizada em junho, em Miami. Utilizando recursos que incluem imagens de satélite e computadores de alto desempenho, a técnica foi apresentada pelo pesquisador da COPPE Enrico Campos Pedroso, e concorreu com mais de 50 trabalhos oriundos de vários países. Essa conferência, que ocorre de dois em dois anos, reúne especialistas do mundo inteiro e é considerada o mais importante evento do setor.

A técnica premiada foi desenvolvida através de uma parceria entre a COPPE e o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes)  para a empresa estatal de petróleo mexicana, a Pemex, e já vem sendo aplicada no Golfo do México. O projeto piloto começou no ano 2000, através de um contrato assinado entre a COPPE, a Pemex e a empresa canadense Radarsat international, cujo objetivo é monitorar algumas regiões de produção na Baía de Campeche, onde está localizado o campo de Cantarell, responsável pela maior produção de petróleo do hemisfério ocidental, com cerca de 1,9 milhões de barris/ dia. Devido aos excelentes resultados obtidos com essa metodologia, a empresa mexicana assinou em maio deste ano um novo contrato, estendendo por mais cinco anos a parceria entre as instituições.

A Pemex vem utilizando esta metodologia para subsidiar seus planos de contingência, monitorando derramamento de óleo causado por acidentes em instalações  e embarcações. A técnica também é usada para detectar a ocorrência de exsudação de óleo - fenômeno natural que indica a presença de sistemas petrolíferos ativos na região. Uma informação que, segundo os pesquisadores, é crucial nas fases iniciais de exploração de petróleo em ambiente marinho.

“É uma importante ferramenta para identificar novas fronteiras exploratórias”, afirma Enrico Pedroso, ressaltando os altos custos que envolvem a exploração de petróleo no mar. “O risco econômico e ambiental torna cada vez mais necessário o uso de técnicas que possam ajudar na orientação e identificação dos locais mais propícios à exploração.”, conclui o pesquisador, agraciado pelo programa Cientistas do Nosso Estado, da Faperj.

Esta é a segunda vez que trabalhos desenvolvidos pela COPPE em parceria com o Cenpes são premiados na Conferência Internacional de Sensoriamento Remoto em Ambientes Marinhos e Costeiros. No ano 2000, o trabalho premiado foi  apresentado pelo geólogo Carlos Henrique Beisl. Ele consiste na integração de imagens de radar e dados meteorológicos e oceanográficos para a investigação e entendimento da dinâmica oceânica.