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Publicado em: 15/07/2015
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Defesa da educação, ciência e tecnologia marca abertura da 67ª reunião da SBPC

Ao lado de Helena Nader, o ministro da C,T&I, Aldo Rebelo, marcou
presença n
a abertura da 67ª SBPC (Fotos: Lécio Augusto Ramos) 

Vinicius Zepeda, de São Carlos (SP)

“A presidente Dilma Rousseff dará prioridade à ciência e à pesquisa na regulamentação dos 50% restantes do fundo social do pré-sal.” O anúncio foi feito pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I), Aldo Rebelo, durante a cerimônia de abertura da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na noite deste domingo, 12 de julho, no Espaço Bazuah, no município de São Carlos, interior paulista. Os 50% regulamentados haviam ficado apenas para educação e saúde, e a ciência havia ficado de fora do fundo. Por esse motivo, até o fim de agosto, o ministro planeja entregar à presidente uma proposta que contemple as áreas relacionadas à ciência e à pesquisa no Fundo Social do Pré-Sal.

Rebelo explicou que ponderou com a presidente Dilma Roussef que a exclusão de ciência e pesquisa era um equívoco cometido pelos autores da regulamentação do Fundo Social do Pré-Sal. "Não é concebível priorizar saúde e educação, sem considerar ciência e pesquisa. Ela compreendeu nossa argumentação e me pediu para formular uma proposta”, disse o ministro. Para isso, informou, foram ouvidas instituições da área de ciência e tecnologia, secretarias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCTI), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e institutos de pesquisa. “Tivemos ainda a colaboração da SBPC e da Academia Brasileira de Ciências, além de secretarias de estado", disse. Ele explicou ainda que a regulamentação para ciência e pesquisa precisa contemplar áreas ligadas a outros ministérios, como a de defesa, saúde e agricultura. "Todas elas compõem o sistema nacional de ciência de pesquisa. Juntando tudo isso, estamos preparando uma proposta ousada e ambiciosa, que corresponda às necessidades brasileiras”, destacou.

A solenidade, que reuniu cerca de 1.200 pessoas, contou ainda com a presença do ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, do secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Jacobus Voorwald, da presidente da SBPC, Helena Nader, do reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – que sedia a presente reunião anual da SBPC –, Targino de Araújo Filho, e diversas autoridades, pesquisadores e estudantes de todo o País. Com o tema “Luz, Ciência e Ação”, a reunião, que é o maior festival de ciência e tecnologia da América Latina, acontece de 13 a 18 de julho, com uma extensa programação de palestras, workshops, debates, minicursos e apresentações.

A solenidade de abertura da SBPC lotou o auditório do Espaço
Bazuah, na cidade de São Carlos, no interior paulista

A defesa de manutenção e ampliação das verbas destinadas à educação, ciência, tecnologia e inovação foram consenso no discurso das diferentes autoridades, e mesmo nos já tradicionais protestos a cada edição do evento, liderados por estudantes.

Em seu discurso, o ministro da Educação destacou a inclusão social como prática consolidada pela agenda política do governo e que, mesmo com as dificuldades orçamentárias por que o País tem passado, não há como retroceder nesta área. “Um ano de crise não põe em cheque 12 anos de políticas de inclusão pela educação, em que o número de estudantes universitários passou de 3 milhões para 7,5 milhões, sem cair a qualidade. Estamos em um caminho em que a inclusão social não tem volta”, comentou Janine Ribeiro. Ele aproveitou a ocasião para anunciar dois editais que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pretende lançar ainda este mês, visando a área de humanas – um sobre biografias, individuais e coletivas, outro sobre insurreições nacionais que ainda não foram documentadas. “As verbas serão liberadas ano que vem, quando já tivermos passado essa crise”, afirmou. 

Já a presidente da SBPC, Helena Nader, reeleita no mês de junho para mais dois anos à frente da instituição, destacou os avanços da ciência brasileira no último ano, com iniciativas como a Lei de Acesso ao Patrimônio Genético Brasileiro (Lei 21.777) e a proposta de emenda constitucional 85, que altera e acrescenta dispositivos à Constituição Federal para incentivar atividades da ciência, tecnologia e inovação. “Em nome da comunidade científica, a SBPC esteve presente em todos os momentos de discussão e encaminhamento da PEC 85. Um fato a ser destacado foi nossa luta e persistência para que fosse mantida no texto constitucional o termo 'pesquisa básica'”, observou. Ela ainda reconheceu a necessidade de ajustes para equilibrar as contas públicas governamentais, mas reforçou a necessidade de excluir educação, ciência e saúde dos cortes orçamentários. “Estas pastas não devem ter verbas diminuídas e, sim, mantidas ou até mesmo ampliadas, pois são essenciais para o bem-estar da sociedade”, complementou. 

A presidente da SBPC, Helena Nader, visitou o estande da FAPERJ, e foi presenteada com o livro Palácio da Ciência, que descreve como será a nova sede da Fundação. Ela se mostrou bastante feliz com a participação da FAPERJ no evento e destacou a importância do Rio de Janeiro na pesquisa desenvolvida no País. "São trezentas instituições espalhadas por todo o estado, um número bastante significativo e que mostra a importância fluminense no cenário nacional", afirmou.

O reitor da UFSCar ressaltou a reedição da SBPC Indígena, realizada pela primeira vez ano passado, no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac). Ele destacou a importância dos programas desenvolvidos pela universidade desde 2007 para facilitar o ingresso de estudantes indígenas em cursos de graduação presencial. “Temos integrantes de 29 etnias. Os estudantes indígenas da UFSCar são muito organizados e já realizaram um encontro nacional aqui”, enfatizou Araújo Filho. 

O cacique Vandenilson Oliveira esteve presente à abertura da 67ª Reunião da SBPC e destacou que a presença de estudantes indígenas nas universidades é fundamental para seu desenvolvimento. “Nossa participação na SBPC representa a união do modo formal e informal de fazer ciência. Nossos povos aprendem a fazer ciência desde o nascimento. Nosso laboratório é a natureza”, afirmou o cacique.

  Helena Nader descerra a faixa, dando abertura à ExpoT&C 2015

Como já é tradição nas edições da SBPC, a presidente Helena Nader abriu espaço para falas e ouviu Rogério Marzola, diretor da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos de Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), que fez uma breve manifestação em defesa de uma educação inclusiva de qualidade, pública e gratuita, referenciada. Ele protestou contra o corte de verbas que atinge todo o setor de educação do País. “Não se faz pesquisa, não se constrói educação em um quadro de ajuste fiscal. Vivemos uma situação crítica. O gasto com investimentos nas universidades públicas, nos últimos oito anos, foi pouco mais do que a metade do que é gasto com o Fies [Fundo de Financiamento Estudantil]”, afirmou Marzola.

Ao fim da manifestação, Marzola e o representantes da Fasubra entregaram aos participantes da mesa de abertura da SBPC uma "Carta em Defesa da Educação", com suas reivindicações. Os manifestantes ganharam o apoio da maioria dos presentes na plateia. 

Também compuseram a mesa da sessão inaugural o presidente do CNPq, Hernan Chaimovich, o presidente da Finep, Luis Fernandes, o presidente da Academia Brasileira de Ciência (ABC), Jacob Palis, o presidente da Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Sergio Gargioni, o diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp, Carlos Henrique Brito Cruz, o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Newton Lima Neto, o presidente de Honra da SBPC, Sergio Mascarenhas de Oliveira, a secretária executiva do MCTI, Emília Maria Silva Ribeiro Cury, o secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), Luiz Claudio Costa e a presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Tamara Naiz. 

Estande da FAPERJ mostra a ciência feita no estado do RJ

A diretora de Tecnologia da FAPERJ, Eliete Bouskela (de cinza),
recebe membros da diretoria da Confap, no estande da Fundação

A abertura oficial da SBPC para o público aconteceu nesta segunda-feira, 13 de julho, com a palestra proferida pela manhã pelo ministro Aldo Rebelo, que destacou a importância de que a pesquisa científica feita no Brasil se volte para o bem-estar da população e para promover a paz, a despeito dos altos investimentos em uma ciência voltada para a guerra realizados pela maior potência do mundo. Após sua apresentação, ele cortou a faixa inaugural da Expo T&C, em que a FAPERJ e diversas instituições de C&T, universidades e agências de fomento marcam presença, realizando atividades e apresentando seu trabalho ao público.

Presente à solenidade de abertura e também à abertura oficial da Reunião Anual da SBPC, como representante da FAPERJ, a diretora de Tecnologia, Eliete Bouskela, destacou a importância da participação da Fundação no evento. “Além de ser o maior encontro científico da América Latina, a SBPC reúne representantes do governo, como ministros – temos dois este ano: o da C,T & I e o da Educação – , de todas as agências de fomento do País, pesquisadores e estudantes de diferentes níveis. É um encontro onde a comunidade científica pode discutir, reivindicar e ser ouvida. Por isso, a participação da FAPERJ é fundamental”, afirmou.

No estande da Fundação, os visitantes têm acesso a uma maquete tridimensional do mapa do estado do Rio de Janeiro, com a localização das principais instituições de ensino e pesquisa fluminenses. Ao selecionar uma dessas instituições em um tótem ali instalado, os visitantes podem ver sua localização exata no mapa e acompanhar, em um dos monitores, a exibição de imagens e informações da instituição selecionada.

Para a estudante Josiéia Teixeira de Souza e a professora Jaqueline
dos Santos Cardoso (à direita), da Uneb, é fundamental tomar
conhecimento das pesquisas que estão sendo produzidas no País

As baianas Jaqueline dos Santos Cardoso, professora de Ciências Biológicas da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), e Josiéia Teixeira de Souza, estudante do primeiro período de mestrado em Ciência Biológicas da Uneb, participaram pela primeira vez do evento. No estande da FAPERJ, elas se mostraram bastante empolgadas com o que viram. “Para nós, que trabalhamos com pesquisa, é essencial ver o quanto de novidade está sendo produzido em todo o País. Além disso, o material que estamos recolhendo nos estandes das diferentes instituições nos ajudará muito a termos novas ideias e buscarmos inovar no que fazemos”, destacou Jaqueline. Além de fazer coro às afirmações da professora, a mestranda Josiéia se mostrou encantada com o volume da pesquisa feita no estado do RJ. “Pelo mapa, pude ter noção do quanto a pesquisa é desenvolvida em toda a extensão do estado, em um número grande de instituições”, afirmou.

Leia mais:
Boletim FAPERJ – Ano X. Nº 538 –Semana de 16 a 22 de julho de 2015

Veja também: 
UFSCar sedia a 67ª Reunião Anual da SBPC

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