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Publicado em: 11/06/2015
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Projeto investe na formação de atletas de golfe no Brasil

Débora Motta

Disciplina: os golfistas selecionados entre os melhores do
projeto seguem rotina intensa de treinamento orientado
(Foto: Fábio Vicente/FGERJ)

O golfe voltará a ser um dos esportes disputados nas Olimpíadas a partir dos Jogos do Rio, em 2016. Ele só havia sido um esporte olímpico no início da Era Moderna dos Jogos, em 1900, em Paris, e em 1904, em Saint Louis, no estado do Missouri, nos Estados Unidos. Apesar de ser o palco eleito para sediar o retorno do esporte aos Jogos, o Brasil tem pouca tradição no golfe, que ainda é considerado por muitos como um esporte de elite. Para dar um passo rumo à popularização desse esporte no País, o profissional de Educação Física Estélio Dantas, coordenador do Laboratório de Biociências da Motricidade Humana (Labimh), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), vem promovendo a sua prática como uma alternativa para a inclusão social de jovens e, paralelamente, criando metodologias para a formação, em alto nível, de atletas que podem representar o futuro do golfe brasileiro.

Doze jovens talentos do golfe estão recebendo treinamento intensivo e gratuito pelo projeto, que foi contemplado pela FAPERJ no edital Apoio à Inovação nos Esportes. São sete rapazes e cinco moças, com idade entre 12 e 20 anos, que seguem uma rotina disciplinada de seis a oito horas de treino por dia. Nesse grupo, estão moradores da comunidade da Rocinha, em São Conrado, Zona Sul do Rio, e do município de Japeri, cidade com um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado, na Baixada Fluminense. Eles foram selecionados a dedo, pela qualidade técnica, por profissionais renomados na área.

Comprometidos com a meta de serem golfistas profissionais, os jovens treinam no tradicional Gávea Golf Club, que abriu as portas para os atletas que moram na Rocinha e na comunidade do Itanhangá; e no Japeri Golfe Clube, onde existe o único campo público de golfe do Brasil, sem fins lucrativos. Com nove buracos, o campo está situado a 50 minutos do centro da cidade do Rio, próximo à Nova Dutra, e foi construído a partir de patrocínios e doações, com apoio da Federação de Golfe do Estado do Rio de Janeiro e do Royal and Ancient Golf Club of St. Andrews (R&A). 

Nesses locais, os jovens golfistas são acompanhados individualmente por uma equipe multidisciplinar de profissionais da área de saúde. “A equipe está desenvolvendo metodologias de treinamento, pensadas especificamente para aumentar ao máximo o desempenho dos golfistas. Essa é uma vertente de inovação tecnológica do projeto, que vai dar origem a patentes e será um diferencial no treinamento dos atletas”, destacou Dantas. Participam da equipe o médico ortopedista Marcelo Mandarino; o psicólogo João Alberto Barreto; o fisioterapeuta Renato Fonseca; o psiquiatra desportivo Marcelo Mignon; a nutricionista Cínthia Seroa da Motta; a preparadora física Daniela Lobato e o técnico Rafael Navarro, além do coordenador Dantas.

“Estamos investigando protocolos de treinamento preventivo na fisioterapia, para evitar lesões nos atletas; tipos de tratamento para os transtornos psiquiátricos mais comuns entre os golfistas; quais as melhores intervenções psicológicas para esses atletas, que devem controlar ao máximo a capacidade de concentração, mesmo submetidos ao estresse do jogo; e a orientação nutricional adequada às necessidades de cada golfista, respeitando sua realidade econômica”, detalhou Dantas.

   

Estélio Dantas reforça a necessidade
de investimentos a longo prazo para
formar uma geração de atletas de
golfe 
no Brasil (Foto: Divulgação)

Como parte desse trabalho, todas as reações dos golfistas em campo são avaliadas nos mínimos detalhes. Um equipamento portátil de biofeedback, acoplado em um cinto usado pelos atletas, é capaz de medir os parâmetros físicos e psicológicos. “É um equipamento importado dos Estados Unidos, que registra eletroencefalograma, eletrocardiograma e a resistência elétrica da pele, por exemplo. Com esses dados, conseguimos controlar a capacidade de concentração do atleta. Depois mostramos ao golfista a gravação de tudo o que ele fez no campo e trabalhamos aspectos táticos do jogo e como lidar com as tensões emocionais”, resumiu.

Dantas lembra que o golfe oferece remunerações atrativas para os atletas em competições internacionais, o que é uma boa motivação para esses jovens. “Segundo o Comitê Olímpico Internacional, o golfe é o segundo esporte que melhor remunera seus atletas, depois do boxe. O futebol, paixão nacional, fica em quinto lugar, ao contrário do que muitos pensam”, explicou Dantas. “Existem milhões de adeptos desse esporte nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia. Aqui no Brasil, se tornou circunscrito às classes sociais mais altas, mas estamos empenhados em desmistificar essa imagem”, completou.

O golfe nacional ainda está longe de formar campeões como o americano Tiger Woods, mas o projeto, que teve início em 2011, já tem o mérito de forçar um salto na qualificação dos atletas. “Para entrar nas Olimpíadas é preciso estar entre os 200 primeiros do ranking mundial. Em 2011, o primeiro lugar do Brasil estava na posição 1.214. Hoje, temos três atletas entre os 200 primeiros do ranking. Tivemos uma evolução técnica importante. Agora, é importante investir em um desenvolvimento sustentado a médio e longo prazo. Estamos abertos a patrocínios”, destacou Dantas, que atualmente está em Aracaju, implantando o projeto no estado de Sergipe, com o apoio da Universidade Tiradentes (Unit).

Alguns golfistas de baixa renda que participam do projeto receberam bolsas de estudo na Universidade Estácio de Sá (Unesa). “Para eles, é uma oportunidade de aliar a prática esportiva ao ingresso no nível superior”, explicou Dantas. Os benefícios da prática do golfe vão além da oportunidade de uma carreira profissional interessante para os jovens. “O golfe é um esporte que envolve um compromisso grande com a ética e a disciplina. O atleta não pode trapacear em campo. Estamos formando golfistas e cidadãos com reais oportunidades de transformar as próprias vidas e também o futuro do golfe no País”, concluiu. O projeto também contou, ao longo do seu funcionamento, com o apoio da Icatu Seguros e da empresa Raízen.

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