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Publicado em: 07/05/2015
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Para melhorar a agricultura fluminense

Elena Mandarim

Na Uenf, busca-se o aprimoramento de sementes de milho, mais adaptadas às condições regionais
(Foto: Divulgação)

Quase sempre lembrado por seu grande potencial petroquímico, o Norte Fluminense é também – muito em função de sua geografia, caracterizada por ser uma planície de grande extensão e pela presença do rio Paraíba do Sul – uma região que desenvolve importante atividade agropecuária. Pensando em favorecer ainda mais o desenvolvimento agrícola do norte e noroeste do estado, o engenheiro agrônomo Henrique Duarte Vieira, diretor do Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), busca aprimorar a adaptação de sementes às condições regionais, visando gerar uma produção mais rentável para os agricultores locais.

Contemplado no edital de Apoio à Pesquisa Agropecuária no Estado do Rio de Janeiro, da FAPERJ, o projeto se volta para culturas de milho comum e milho pipoca. Segundo o engenheiro agrônomo, outras espécies, como maracujá e goiaba, já estão sendo preparadas para entrar no programa de melhoramento e, para o futuro, há estudos para ampliar as pesquisas de modo a incluir a produção de sementes de feijão e abóbora, entre outros. Desenvolvido nos laboratórios da universidade, o projeto também faz experimentos no campo, em convênio com a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), na Ilha Barra do Pomba, em Itaocara.

Segundo Vieira, a expressão melhoramento genético significa uma evolução dos genótipos da semente, por meio de uma metodologia agrícola conhecida como seleção recorrente. Trocando em miúdos, o processo consiste na seleção de duas linhagens, plantadas juntas para que se reproduzam, formando um híbrido. Este, como já é do conhecimento científico, certamente apresenta maior qualidade genética que seus antecessores. “Após dois anos, esse ciclo se completa totalmente e o que colhemos são grãos híbridos resultantes do cruzamento interpopulacional. Essas sementes passam por alguns testes em laboratório e voltam para o plantio na Ilha Barra do Pomba, para iniciar um novo ciclo. Dessa forma, podemos dizer que a cada dois anos, mais ou menos, temos uma colheita de sementes geneticamente selecionadas, que apresentam maior potencial agronômico”, esclarece o pesquisador. Ele ressalta ainda que, por ser uma ilha, o campo usado para produção das sementes é naturalmente isolado, o que garante que não haja interferência genética de outras espécies.

Unidade de beneficiamento de sementes: objetivo é
gerar uma produção mais rentável para os agricultores
         
(Foto: Divulgação) 

Para Vieira, embora as regiões Norte e Noroeste do estado não sejam tradicionalmente produtoras de grãos, há uma grande demanda local e, sem dúvida, a produção de sementes com bom material genético pode contribuir muito para o desenvolvimento regional. “Atualmente, a maior parte das sementes de milho disponível no mercado agrário da região é fornecida por Minas Gerais, que apresenta diferentes características de solo e condições climáticas”, diz o engenheiro agrônomo. Ele aposta que a grande vantagem de se investir na produção local de sementes é que o produto obtido foi selecionado para as condições ambientais e agrárias da própria região. Logo, significa dizer que essas sementes são mais adaptadas, por exemplo, do que as fornecidas por outros estados. “Volta e meia, a gente promove um encontro com produtores rurais para receber um feedback em relação à qualidade da produção de milho resultante da semente fornecida pela Uenf. Já ouvi de muitos deles que, se conseguíssemos fornecer uma quantidade maior de sementes, a preferência seria pelo nosso produto, já que a produção é bem mais rentável.”

“Todos os testes são aplicados segundo os protocolos vigentes na literatura científica e servem para atestar a qualidade da semente, principalmente em relação a sua capacidade de germinação, de aumento da produção da planta e de resistir a doenças e pragas”, resume Vieira. Depois de colhidas, as sementes são preparadas, embaladas e armazenadas em câmara fria na Pesagro-Rio para posterior disponibilização aos produtores rurais. O pesquisador destaca que as sementes são fornecidas para o mercado local, por uma parceria entre a Uenf e a Fundação Norte Fluminense de Desenvolvimento Regional (Fundenor). Algumas amostras do híbrido que vai ser disponibilizado para o mercado são recolhidas e levadas para o laboratório da universidade, onde são analisadas e testadas para comprovar sua qualidade para fins de semeio. Entre os testes realizados, estão os de Germinação (TG); Peso de Mil Sementes (PMS); Teste de Primeira Contagem do Teste de Germinação (TPC); Desenvolvimento Inicial de Plântulas (DIP), entre outros.

De acordo com o engenheiro, a renda obtida com a venda dessas sementes é revertida para investimentos que permitam a continuidade das pesquisas. Para aplicar uma metodologia eficaz que permita a produção de grãos em quantidade e qualidade, disponibilizando-as para os agricultores, o pesquisador lembra que é preciso estabelecer condições mínimas de campo e de manejo de cultura, bem como garantir uma boa estrutura de instalações para favorecer o beneficiamento de sementes. Vieira aposta que o papel da universidade é aplicar a expertise acadêmica para melhorar o desenvolvimento social e econômico, de forma regional e nacional, além de contribuir para ampliar o conhecimento científico, pela produção de pesquisas, teses e artigos científicos.   

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