Materiais alternativos para construir circuitos elétricos incentivam o gosto pelas ciências

Vinicius Zepeda

Circuito construído com uso de massinha, clip, fio condutor e baterias (Foto: Divulgação/Ladif/UFRJ)

Em busca de maneiras criativas e de baixo custo para incentivar o gosto pelas ciências entre estudantes de Ensino Médio e Fundamental de escolas públicas e particulares fluminenses, um projeto coordenado pela professora Thereza Cristina de Lacerda Paiva, do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vem desenvolvendo oficinas de criação de circuitos elétricos em meios alternativos, como papel, massa de modelar e tecidos. A iniciativa, que conta com a participação das professoras Elis Sinnecker e Tatiana Rappoport, obteve recursos do edital Apoio a Projetos de Extensão e Pesquisa (Extpesq), da FAPERJ. 

Thereza explica que o projeto propõe aos estudantes a montagem de circuitos, utilizando papel, massa de modelar ou tecido, que serão usados como suporte, e material condutor e isolante – feito por monitores do projeto. “O circuito elétrico é feito com fita de cobre adesiva, LEDs [diodos que emitem luz] e baterias, e pode ser montado em diferentes tipos de papel. Com isso, pode-se fazer um coração que acende, bonecos que piscam os olhos, árvores de Natal e animais, entre outros”, exemplifica.

A coordenadora destaca que o projeto teve início no final de novembro do ano passado, quando foram realizadas três oficinas nas dependências do Laboratório Didático do Instituto de Física (Ladif), pelas quais passaram cerca de 120 estudantes. Este ano, outras atividades já estão agendadas para maio. “Uma delas será realizada no Ladif e outras no Jardim Botânico, no espaço do Museu do Meio Ambiente, durante a Semana Nacional de Museus, que ocorrerá entre os dias 18 e 24 de maio. Neste segundo caso, as oficinas serão abertas ao público visitante do evento”, afirma. "A visita leva cerca de três horas. Neste período,  apresentamos nossos espaços e dividimos os jovens em pequenos grupos para participar das oficinas. Estamos agora envolvendo alunos de graduação do Instituto de Física, que vão ajudar, atuando como monitores, e possibilitando que atendamos a mais escolas. Pretendemos realizar as oficinas não só no Instituto de Física, mas também nos próprios colégios e em espaços públicos, como museus”,  afirma.

Circuito na parte de trás do papel permite que dragão   acender seus olhos (Foto: Divulgação/Ladif/UFRJ)

Para a pesquisadora, a iniciativa busca incentivar o gosto pelas ciências e mostrar a aplicação prática da Física em atividades lúdicas simples, criativas e baratas. “Em apenas três oficinas que realizamos até agora, conseguimos uma receptividade bastante positiva dos alunos. Um deles ficou tão empolgado que disse que faria Física na UFRJ para poder voltar a pesquisar em nosso espaço”, conta, entusiasmada. “Nosso objetivo é divulgar o projeto para que mais escolas se interessem em participar e, com isso, possamos incentivar o gosto pelas ciências cada vez em um número maior de jovens”, conclui.

Serviço:

Professores de escolas públicas e particulares estaduais, do Ensino Médio e Fundamental, interessados em levar seus alunos para participarem das oficinas no Ladif/UFRJ, devem entrar em contato pelos e-mails temcriancanocircuito@gmail.com e ladif@if.ufrj.br ou pelo telefone 3938-7188 (Ladif, segunda à sexta, das 9 às 17h)

No caso de escolas públicas, a equipe de pesquisadores responsável pelo projeto oferece um ônibus para buscar os alunos e depois levá-los de volta à escola.