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Publicado em: 16/04/2015
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A arte e a psicanálise entram em cena

Danielle Kiffer

Quinet e Ana Vicentini durante apresentação
no consultório do pai da psicanálise, no Freud Museum, em Londres
(Foto: Alexandre Vessoni)

A poetisa americana Hilda Doolittle ainda é praticamente desconhecida no Brasil. Em 1933, viajou para Viena, onde passou a ser paciente de Sigmund Freud (1856-1939) e a se identificar com o trabalho do pai da psicanálise. Mais do que uma relação médico-paciente, Hilda desenvolveu com ele uma relação de amizade. História que foi transformada em uma peça de teatro, a ser encenada, a partir de meados de maio, na Universidade Veiga de Almeida (UVA).

Escrito e produzido pelo psiquiatra e diretor teatral Antonio Quinet, que também é professor da UVA, o espetáculo mostra Hilda revivendo os momentos mais fortes de suas sessões de análise com Freud, pouco depois da morte do psicanalista. Baseada no livro Por Amor a Freud: Memórias de Minha Análise com Sigmund Freud, compilação dos diários mantidos por Hilda durante seu processo psicanalítico, a peça fala de seus medos, alucinações, sonhos e dos traumas gerados pela I Guerra Mundial.

“Pretendemos falar de psicanálise e levar ao público, de forma artística, essa história, discutir o funcionamento da prática analítica criada pelo próprio fundador da psicanálise”, explica Quinet, que na peça atua como o narrador da história e também interpreta Freud.

A atriz Florencia Farias durante ensaio de Hilda &
Freud em Buenos Aires: a peça será apresentada
na Argentina em 
agosto (Foto: Elvina Maciel)

Para transportar o público às dimensões do inconsciente relatadas por Hilda e Freud, Quinet se utilizou de recursos cenográficos, como projeções de vídeo, mostrando fotos de Freud, de Viena e algumas imagens que pretendem simular alucinações e sonhos. No palco, além de áudio com as vozes originais de Hilda e de Freud, o público acompanhará a apresentação do professor de música José Eduardo Costa e Silva, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Compositor e diretor musical do espetáculo, Silva entra em cena para tocar guitarra barroca e alaúde, misturando as sonoridades clássicas desses dois antigos instrumentos de cordas à música contemporânea.

“Usamos esses recursos para que o público possa se transportar para o terreno do inconsciente, responsável pelos nossos sonhos, onde medos e traumas ficam guardados, e que curiosamente Freud chamava de ‘a outra cena’”, explica o diretor.

O espetáculo, que recebeu subsídios da FAPERJ por meio do Programa de Apoio à Produção e Divulgação das Artes no Estado do Rio de Janeiro, já foi encenado no Freud Museum, em 2013, em Londres, no próprio consultório em que Freud trabalhou durante seus últimos anos de vida. “Nessa temporada em Londres, tivemos todas as sessões, com capacidade de 20 pessoas, com ingressos esgotados”, conta Quinet. A peça fez tanto sucesso que gerou a exposição de fotos Hilda & Freud, exibida no mesmo local, e seu roteiro virou um livro, com introdução escrita pela diretora de arte do museu, Dawn Kemp, e prefácio assinado pela curadora da peça, Danuza Machado. O livro será lançado pelo autor, Antonio Quinet, no próprio Freud Museum, em julho, quando ocorrerão novas apresentações do espetáculo. 

Bel Kutner interpretará Hilda nos
espetáculos do Rio
(Foto: Elvina Maciel)

A primeira exibição da peça no Rio de Janeiro ocorrerá em 15 de maio no teatro do campus Tijuca da UVA, seguida de outras duas apresentações, no campus Barra e no Midrash Centro Cultural, no Leblon. “Em Londres, atuamos no consultório do Freud e, por estarmos no espaço original de seu trabalho, não nos preocupamos com a ambientação do palco. Entretanto, em outros locais em que a peça for apresentada, será necessária uma cenografia diferente, para que a atmosfera seja apropriada ao contexto psicanalítico”, diz o diretor. O circuito comercial do espetáculo no Rio de Janeiro contará com a atriz Bel Kutner no papel de Hilda, e está previsto para o segundo semestre deste ano. Hilda & Freud também será apresentada em Buenos Aires, de 26 a 30 de agosto. Também participam da montagem carioca do espetáculo Regina Miranda, codireção; Fernando Salis, direção de vídeo; Analu Prestes, direção de arte; Thomas Ribas, iluminação; Rose Gonçalves, preparação de voz; Aurora de Campos, cenários; e Marcio Vigna, assistente de produção.

Cia. Inconsciente em Cena

Há dez anos que Antonio Quinet investe em estudos que envolvem teatro e psicanálise. Em 2007, o diretor criou a Cia. Inconsciente em Cena, para a criação e apresentação de espetáculos dentro desse contexto. Até o momento, oito peças já foram criadas. Entre elas, a trilogia Variações Freudianas, que propôs uma série de espetáculos temáticos, colocando em cena especificidades dos impasses subjetivos que a psicanálise procura entender e tratar. No primeiro deles, O Sintoma, as peculiaridades dos sintomas neuróticos são materializadas em imagens cênicas, que abrem portas para leituras da libido em sofrimento e do desejo recalcado. Já na obra O Ato, a proposta foi dar destaque às diferentes formas de atuações e comportamentos humanos. E em O Ato - Variações Freudianas 2, o público pôde ver histórias da vida cotidiana e Freud em cena, interagindo com uma apresentadora de programa de TV. A terceira variação está em processo.

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