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Publicado em: 01/04/2015
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Parceria incentiva implantação da agricultura familiar orgânica no estado

Vinicius Zepeda*

Em estufas montadas em municípios de quatro regões
fluminenses
, agricultores aprendem técnicas de manejo
orgânico em curso de capacitação
 (Foto: Divulgação)

Capacitar agricultores familiares fluminenses a produzir mudas orgânicas em estufas de baixo custo. Este é o objetivo do Sistema Integrado de Produção de Mudas (SIPM), parceria entre a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), que vem sendo desenvolvida desde 2013 em quatro regiões do estado: Metropolitana, Serrana, Médio Paraíba e Noroeste fluminense. "Queremos estimular a produção de mudas de hortaliças orgânicas para abastecer um mercado que ainda é pequeno, embora traga enormes ganhos à saúde da população por dispensar o uso de produtos químicos. Os produtores têm poucos fornecedores de mudas e sementes, e precisam adquiri-las fora do estado", explica a coordenadora do projeto e pesquisadora da Embrapa Agrobiologia, Cristhiane Amâncio. Cultivadas sem o uso de aditivos químicos ou agrotóxicos, as mudas escolhidas são de beterrabas, cenouras e, principalmente, de hortaliças folhosas, mais sensíveis à ação predatória do Sol, como alface e rúcula, por exemplo.

Composto por uma estufa e uma peneira de baixo custo, disponibilizadas pela Pesagro-Rio; um sistema de irrigação baseado no uso de energia solar, desenvolvido pela UFRRJ; e um substrato orgânico à base de vermicomposto e carvão, o sistema tem 60 m² com quatro módulos de 3 metros de comprimento e o máximo 1,80 metros de altura.

Segundo Cristhiane, a busca de materiais alternativos para a formulação de misturas que sirvam como substrato ou meio de crescimento vegetal tem sido uma preocupação crescente da pesquisa. "É preciso reduzir a participação de insumos industrializados, criando benefícios econômicos e ecológicos que fomentem sistemas agrícolas sustentáveis", defende a pesquisadora.

Em cada uma das quatro regiões do estado onde as estufas foram implantadas, foi selecionado pelo menos um multiplicador, capacitado em todas as técnicas do sistema. "A ideia foi promover a cooperação e solidariedade, fortalecendo os laços de confiança e ajuda mútua entre os agricultores, que precisam planejar e ocupar a estufa de acordo com as demandas da comunidade", explica o técnico em agroecologia Nilton César dos Santos, mestrando em Educação Agrícola na UFRRJ. Orientado por Cristhiane e com apoio do Auxílio à Inserção de Novas Tecnologias (ADT 1), da FAPERJ, ele vem atuando na capacitação  e no manejo das técnicas agrárias.

Segundo César, os produtores se comprometem formalmente em abastecer os sistemas de produção locais com as mudas cultivadas em suas propriedades. O interessante é que essas mudas já estão adaptadas às condições de clima e solo da região. Em alguns casos, eles buscam até mesmo a ajuda de outros agricultores para a produção dos insumos necessários. Este é o caso de Izabel Michi, de Seropédica, na Baixada Fluminense. Ela produz suas mudas usando o vermicomposto feito pelo agricultor Sérgio Galvão Borges, da mesma região, e as distribui para 25 famílias do município.

Projeto vem colhendo resultados promissores

Cristhiane explica que desde a escolha das localidades até a implantação do sistema nas quatro localidades, passou-se pouco mais de um ano. Apesar disso, o projeto já vem colhendo frutos e beneficiando cerca de 300 famílias de produtores familiares, capacitando-os nas regiões onde o sistema vem sendo implementado.

O agricultor orgânico João Galo, de Teresópolis, na Região Serrana, é um dos exemplos. Desde 2013, ele planta principalmente hortaliças e morango em seu sítio e distribui as mudas na Associação de Agricultores Orgânicos de Teresópolis e em feiras locais. Ele destaca que as técnicas são simples e fáceis de serem colocadas em prática. "O substrato é até melhor do que muitos que estão no mercado. Com mudas de boa qualidade disponíveis, consegui aumentar minha renda mensal em mil reais”, afirma Galo.

Em Seropédica, município da Região Metropolitana fluminense, a agricultora Izabel Michi mantém uma estufa em sua propriedade de cinco hectares. Além de permitir uma maior diversificação da lavoura, a estufa possibilitou a redução nos gastos com mudas e insumos e consequentemente aumentou os lucros. "Hoje, aumentamos os ganhos em cerca de 80%", entusiasma-se a agricultora.

Cristhiane destaca ainda o caso de Piraí, cidade fluminense do Médio Paraíba, para exemplificar a importância do apoio governamental à iniciativa. “Ali a Secretaria de Agricultura abraçou o projeto, apoiando todas nossas iniciativas de capacitação de agricultores na região”, destaca. “Eles agora querem que as mudas ali produzidas também abasteçam a merenda escolar na região”, afirma. A pesquisadora busca, junto com outros interessados, prosseguir com a implantação das estufas em outras regiões do estado.

 * Com informações da Assessoria de Imprensa da Embrapa Agrobiologia

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