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Publicado em: 26/02/2015
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Projeto cria roteiros para visitação nos fortes e fortalezas da Baía da Guanabara

Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói, um dos pontos incluídos nos roteiros de visitação (Foto: Divulgação)

Débora Motta

Os fortes e fortalezas construídos nos primeiros tempos da colonização portuguesa na Baía de Guanabara constituem um inegável patrimônio histórico, que se soma às belezas naturais do Rio e de Niterói. Os sólidos blocos de pedras erguidos nessas fortificações, muitas vezes unidos com óleo de baleia, são testemunhas remanescentes de um passado de lutas, dominação e aventuras, em um Brasil que começava a construir sua identidade nacional miscigenada, com a união do branco, do negro e dos povos indígenas. Incentivar a visitação pública a essas construções que ajudam a contar a trajetória do País é o objetivo do projeto “Roteiros dos Fortes: Circuitos Turísticos em Fortes e Fortalezas da Baía de Guanabara”, contemplado pela FAPERJ com o edital Pensa Rio. 

Com essa proposta, foi concebido um detalhado elenco de roteiros para visitação, considerando seis fortificações erguidas às margens da Baía de Guanabara: o Forte de Copacabana, o Forte Duque de Caxias (Leme), a Fortaleza de São João (Urca), a Fortaleza de Santa Cruz da Barra (Niterói), e os Fortes São Luiz e do Pico (Niterói). “Todos eles são elementos importantes do patrimônio histórico e cultural do Rio e de Niterói. A própria existência das duas cidades está articulada à existência dessas edificações, ainda que elas não tenham mais finalidade bélica, de defesa do território”, justificou o coordenador da iniciativa, Roberto Bartholo, que é professor do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), chefe do Laboratório de Tecnologia de Desenvolvimento Social (LTDS) e doutor em Engenharia de Produção.

Bartholo lembrou que o Forte de Copacabana é um dos pontos turísticos mais visitados do Rio, mas que os demais fortes e fortalezas também estão situados em pontos com belíssima vista e têm um valor inestimável para a identidade de Rio e Niterói. “O projeto foi desenvolvido como um presente para essas cidades, com o objetivo de estreitar laços e relações de diálogo entre essas fortificações e a vida cotidiana dos seus habitantes. Não se trata apenas de favorecer o turismo de visitantes estrangeiros a esses pontos históricos. O mais significativo é o seu entrelaçamento com a vida dessas cidades, considerando seu entorno e a população. O projeto foi concebido com esse propósito”, acrescentou.

O Forte Duque de Caxias, no Leme: roteiros contribuem para estreitar os laços
entre as edificações históricas e a população local
(Foto: Divulgação)

Vale lembrar que, nos primeiros tempos, os colonizadores necessitavam defender-se tanto de invasores europeus quanto das tribos indígenas, e as fortificações tornavam-se abrigos seguros para os ataques de ambos os lados. Uma vez consolidada a posse do território, as preocupações concentraram-se nas invasões vindas pelo mar. Durante o período colonial, em diversas ocasiões, o cidadão comum portava armas e era chamado a defender a cidade na hora do perigo. Se necessário, também as mulheres pegavam em armas. Um fato pitoresco ocorreu em 1581, quando a maioria dos homens estava fora do Rio. As mulheres e os padres vestiram elmos militares e se dispuseram na amurada da Fortaleza de São Sebastião, no Castelo, como estratagema para espantar as embarcações dos invasores franceses.

Uma boa oportunidade de visitar um desses pontos históricos, que estão sob a responsabilidade do Exército, será no próximo domingo, 1º de março, data de celebração dos 450 anos do Rio. Como o marco da fundação da cidade fica nas dependências da Fortaleza de São João, no tradicional bairro da Urca, uma cerimônia será especialmente realizada nesse dia. “Haverá a entrega simbólica das chaves da cidade durante a cerimônia”, contou a pesquisadora do LTDS Marisa Egrejas, que é uma das coordenadoras executivas do projeto.

O evento também está vinculado a outro acontecimento comemorativo: o Cruzeiro Forte de São João – 450 anos da Expedição Estácio de Sá, realizado pela Associação Brasileira dos Velejadores de Cruzeiro. “O público terá como atração a chegada de velejadores que estarão revivendo a travessia marítima que Estácio de Sá, fundador do Rio, fez no passado, em 1565, navegando de Bertioga, em São Paulo, até o Forte São João, na Urca”, adiantou Marisa. “Quem se dispuser a caminhar pela orla marítima por volta das 7h da manhã do domingo poderá ver o belo espetáculo de velas singrando o mar, portando antigas bandeiras portuguesas, liderado pelo famoso navio Cisne Branco da Marinha Brasileira”, informou.

A Fortaleza de São João, na Urca, é um dos marcos da
fundação da capital fluminense (Foto: Divulgação) 

O projeto “Roteiros dos Fortes” foi realizado em rede colaborativa com os cursos de Turismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Uma parceria inovadora foi articulada entre instituições acadêmicas fluminenses e o Exército Brasileiro, por meio de sua Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural (DPHCEx). Como resultado do trabalho, um website com conteúdo multimídia, entre eles vídeos sobre os fortes e fortalezas citados, foi elaborado e está disponível no endereço eletrônico http://roteirosdosfortes.com.br .  

“Os roteiros de visitação reunidos no website valorizam a autonomia do público. Os visitantes podem escolher seguir um roteiro previamente sugerido ou mesmo montar seu próprio trajeto a partir das informações fornecidas. Os roteiros foram criados usando uma metodologia chamada de roteirização dialogal, ou seja, foram montados a partir do diálogo com as pessoas envolvidas no cotidiano dos fortes e fortalezas em questão, no caso, visitantes e militares”, explicou Marisa. O projeto é um dos objetos de estudo da sua tese de doutorado, defendida em outubro de 2014, no LTDS/Coppe/UFRJ, sob orientação de Bartholo. Mais duas teses de doutorado estão sendo desenvolvidas a partir desse projeto, além de uma dissertação de mestrado, também defendida no ano passado.

Além de Bartholo, outros professores vinculados ao Programa de Engenharia de Produção, como Francisco Duarte, Domício Proença Júnior e Carla Cipolla, emprestaram suas expertises principalmente nas fases de elaboração e análise, quando o projeto teve a fundamental colaboração dos professores de cursos de Turismo Aguinaldo Cesar Fratucci (UFF), Camila Rodrigues (UFRRJ) e Andreia Ayres (UniRio). O projeto é desdobramento de um trabalho anterior, que promoveu a visitação turística ao Palácio da Conceição, em uma iniciativa apoiada pelo edital Prioridade Rio, da FAPERJ, desenvolvida pelo LTDS, em parceria com a DPHCEx e a 5ª Divisão de Levantamento, do Exército.

Os interessados também podem acompanhar as atividades do projeto “Roteiros dos Fortes” na página do Facebook: https://www.facebook.com/roteirosdosfortes

 

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