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Publicado em: 22/01/2015
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Projeto une UGB e UFF para a produção de tijolos ecológicos

Débora Motta

Izabella Valadão (a terceira a partir da esquerda, em pé), o professor Felipe Vilela, do UGB (à esquerda), e parte da equipe que vem desenvolvendo tijolos ecológicos no UGB e na UFF (Foto: Divulgação)

A destinação correta de resíduos industriais é uma das questões capazes de influenciar os rumos do desenvolvimento sustentável no País. Afinal, as indústrias têm gerado cada vez mais rejeitos, que exigem cuidados no acondicionamento, transporte, tratamento final e acomodação nos aterros sanitários. Propondo uma alternativa para reduzir a quantidade de resíduos destinados aos aterros, a professora Izabella Valadão, do Centro Universitário Geraldo Di Biase (UGB), pesquisa formas de aproveitar materiais que antes seriam descartados para a fabricação de tijolos ecológicos. Trata-se de uma parceria do UGB, que tem campi nos municípios de Volta Redonda, Nova Iguaçu e Barra de Piraí, com a Universidade Federal Fluminense (UFF), onde Izabella é professora no Departamento de Engenharia Agrícola e do Meio Ambiente.

O projeto une alunos dos cursos de Engenharia Civil e de Arquitetura e Urbanismo do UGB e dos cursos de Engenharia Agrícola e Ambiental e de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da UFF, para estudos e ensaios com a incorporação de resíduos de diferentes origens na produção de tijolos ecológicos. “Estamos testando a melhor forma de aproveitar diversos resíduos minerais, como rochas ornamentais, areia de fundição e vermiculita, e até pedaços de cédulas de dinheiro, retiradas de circulação, descaracterizadas e descartadas pelo Banco Central do Brasil”, resumiu a engenheira civil e coordenadora do projeto. A iniciativa conta com recursos da FAPERJ, por meio do Auxílio Básico à Pesquisa (APQ 1) e do edital Prioridade Rio.

Diante do crescente movimento de industrialização na região do Médio Paraíba, a proposta acontece em boa hora. “Os municípios de Resende, Porto Real e Barra do Piraí estão se tornando um polo industrial e as indústrias recentemente instaladas na região do Médio Paraíba devem considerar a necessidade de destinação adequada dos rejeitos, atendendo à Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecida em 2010”, lembrou Izabella. “Destinar esses resíduos ao reaproveitamento para a fabricação de tijolos ecológicos representaria uma redução do custo do descarte nos aterros sanitários pelas empresas. Vale lembrar que a construção civil gera cerca de 40% do total de rejeitos no País”, acrescentou.

Constituídos de solo, cimento e água, compactados em uma prensa hidráulica com pressão de seis toneladas, os tijolos ecológicos permitem a adição de resíduos de diferentes origens, sem perda de características essenciais. Sua produção vem ocorrendo no Laboratório de Materiais de Construção do UGB, há cerca de um ano. “Estamos começando a estudar melhor a relação custo/ beneficio para os fabricantes. Por enquanto, estamos trabalhando com a fabricação de pequenas quantidades de tijolos e verificando de que modo esses resíduos podem alterar características importantes, como por exemplo, aumentando-lhes a resistência ou o isolamento térmico e acústico”, afirmou. “Os recursos repassados pela FAPERJ foram utilizados para a aquisição de equipamentos para o laboratório, como a prensa hidráulica e o triturador para pedras ornamentais e resíduos da construção civil, além de passagens para os alunos e diárias”, completou. 

Amostras de tijolos ecológicos: eles podem representar uma
economia de 30% se comparados aos tijolos convencionais
                        (Foto: Divulgação)

Comparados com os tijolos convencionais, os ecológicos apresentam vantagens ambientais e econômicas. “O tijolo ecológico difere do tradicional, porque dispensa a queima. Esse processo colabora muito com o meio ambiente, pois além de não ser preciso cortar árvores para fazer a queima, não emite gases tóxicos para a atmosfera”, explicou Izabella. E completou: “O tijolo ecológico torna a obra mais barata em aproximadamente 30%, permitindo ao construtor economizar na mão de obra, na contratação de pedreiros. Isso porque seu design reduz o tempo de montagem. Como é prensado, ele é mais liso e tem um encaixe do tipo macho-fêmea, acelerando o processo de construção.”

Essa praticidade torna o produto adequado à construção de casas populares. “Na construção com tijolos convencionais, as colunas são levantadas a partir de uma forma de madeira, preenchidas com concreto. Mas o tijolo ecológico dispensa o uso dessa madeira, porque ele pode ser preenchido diretamente com o concreto, tendo papel estrutural. Ele pode armazenar a instalação hidráulica e elétrica, por exemplo. É uma redução de tempo, material e custos”, afirmou.

O trabalho recebeu menção honrosa na 9ª Jornada de Iniciação Científica do UGB, a Jornic. “O próximo passo é testar também resíduos orgânicos – como lodo de esgoto e solo contaminado por agrotóxico – como matéria-prima”, fala Izabella. Depois de finalizar a etapa de testes, a expectativa é estabelecer parcerias para a fabricação de tijolos ecológicos com indústrias do Médio Paraíba. “Estamos abertos a propostas de doação de resíduos industriais, para reaproveitamento, e de transferência dessa tecnologia para indústrias interessadas em produzir o tijolo ecológico”, concluiu a pesquisadora.

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