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Publicado em: 15/03/2007
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A água no século XXI é um desafio de todos

Olaf Malm*

 

Problemas relacionados à escassez de água já são a origem de conflitos em relações sociais, econômicas e de saúde ambiental e humana e tendem a crescer principalmente em áreas mais densamente povoadas ou onde este recurso natural é restrito. O século XXI tem como principal desafio a conscientização da sociedade da necessidade do uso sustentável dos recursos hídricos. De fato, devido ao enorme consumo de água envolvido na produção dos diferentes alimentos, condicionará também mudanças em hábitos alimentares.

 

A água cobre 80% da superfície da terra. Mas 97% são salgadas, 2% estão nas calotas polares e menos de 1% nos lagos, rios e águas subterrâneas. Os maiores problemas estão associados à distribuição desigual ao longo dos continentes aliada à degradação em áreas pontuais e localizadas, fruto do uso inadequado pela agricultura, atividades mineradoras, industriais ou simplesmente da ocupação desordenada pelo homem. De fato, todos fruto de uma ausência de planejamento, considerando a manutenção de sua qualidade quanto ao seu uso.

 

O mar Aral foi reduzido à metade em sua superfície de espelho d’água desde o início de sua degradação (principalmente por excesso de captações para uso em irrigação na agricultura), em 1960, levando à extinção 266 espécies de invertebrados, 24 espécies de peixes e 94 de vegetais. Hoje suas águas encontram-se salinizadas não se prestando para prévios usos.

 

O Conselho Mundial da Água estima que o consumo pelo homem aumentará 40% em duas décadas e assim 17% mais água do que o disponível agora será necessário para manter a produção de alimentos. Apenas metade da Ásia tem saneamento básico e um terço acesso a água tratada. Água suja resultado de baixo cuidado sanitário é o maior causador de mortes infantis na Ásia e globalmente mata uma criança a cada 30 segundos. A situação do Brasil quanto ao acesso a água tratada é melhor (72% ) mas com relação ao saneamento a situação é semelhante.

 

Um indivíduo médio asiático usa 10 litros de água por dia para beber, lavar, cozinhar e higiene pessoal. Descargas de vasos sanitários ocidentais usam de 16 a 22 litros de água. O consumo diário per capita de um alemão é de 128 litros e de um inglês 149. O consumo diário de Las Vegas (EUA) é de 1.230 litros. Estes consumos diferenciados são fruto de disponibilidades ambientais diferenciadas, mas também de culturas diferentes.

 

Mais de 70 mil contaminantes associados à água já foram identificados. As águas de irrigação e consumo em áreas remotas são de difícil monitoração. Um litro de gasolina contamina 200 mil litros de água. De fato, o homem tem que assumir maior responsabilidade pelos seus resíduos com relação aos corpos d’água. É como se todos tivéssemos que nos convencer que “nós todos vivemos a jusante”, ou seja, “somos todos vulneráveis”, e estamos reféns de nossas atitudes e ameaçando as próximas gerações.

 

* Olaf Malm é coordenador de Ecologia e Meio Ambiente da FAPERJ, diretor do Instituto de Biofísica CCF/UFRJ, professor titular chefe do Laboratório Radioisótopos EPF/UFRJ e professor de Biofísica Ambiental e Biotecnologia na UFRJ.


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