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Publicado em: 26/09/2014
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Uma ópera tipicamente carioca

Débora Motta

                                                                    Ana Liao
 
 Solistas em ação: cantores interpretam a comédia de
 costumes de Ripper, baseada na obra de Martins Pena
 
 
Um casamento perfeito entre o teatro e a música. A ópera reúne elementos cênicos, vozes lapidadas por técnicas rebuscadas e um trabalho árduo dos músicos da orquestra. Essa grande arte, que ainda é pouco popular no País, pode ser apreciada gratuitamente pelo público na montagem de O Diletante, do compositor João Guilherme Ripper, que estreia nesta quinta-feira, 25 de setembro, às 19h, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A série de apresentações do espetáculo coincide com a comemoração dos 90 anos da Orquestra Sinfônica da UFRJ e dos 20 anos de realização do projeto “pera na UFRJ, que vem sendo apoiado pela FAPERJ há vários anos, pelo programa Apoio à Organização de Eventos (APQ 2). 

Baseado na peça homônima do escritor brasileiro Martins Pena, importante autor teatral de comédia do século XIX, a ópera O Diletante foi escrita por Ripper, especialmente para o projeto da UFRJ. Ele compôs o libreto – a parte textual, com a história cantada pelos solistas – e toda a música em um curto espaço de tempo, ao longo de 2013. "O libreto foi escrito em dois meses e, a parte musical, em seis meses", revelou. A regência é de André Cardoso e de Jean Molinari (da Escola de Música da UFRJ), e a direção teatral é de José Henrique Moreira (da Escola de Comunicação da universidade).

Mantendo a estrutura e o espírito do texto de Martins Pena, Ripper transpôs o contexto histórico da peça para a Copacabana dos anos 50. "Martins Pena foi um autor eminentemente carioca, um grande cronista e observador dos costumes no Rio no século XIX. Apesar de transportar a ópera para o século XX, procurei manter esse olhar agudo", disse Ripper. Ele é o compositor brasileiro contemporâneo que mais tem se dedicado ao gênero operístico, com obras como Domitila, Anjo Negro, Piedade e Onheama.

A ópera, com duração de cerca de uma hora, será encenada em apenas um ato. Além de não ser um espetáculo cansativo pelo tempo de apresentação, O Diletante é uma comédia leve, por essência. A nova criação de Ripper faz uma homenagem bem-humorada ao mundo e aos amantes da ópera. "É uma peça muito divertida, que é uma exaltação à própria ópera. Ela começa com um coro dizendo ‘Viva a ópera!’", adiantou o autor. "Além de ter a leveza da comédia, trata-se de uma ópera brasileira escrita em português, o que ajuda a aproximar mais o público da realidade dos personagens", completou.

O cenário do espetáculo é a sala do apartamento de Quintino, rico comerciante italiano, que alimenta uma paixão desmedida por La Traviatta, de Verdi. Seu maior desejo é fazer com que toda sua família compartilhe de sua paixão pela música italiana, solicitando o tempo inteiro sua filha, Josefina, e sua esposa, Merenciana, a cantarem trechos da obra com ele. Entre os pretendentes de sua filha procura um tenor para completar o elenco. É tão intenso seu estado delirante que as cenas do cotidiano de sua família sempre lhe remetem à ópera.

 Divulgação
    
 O compositor João Guilherme Ripper ambientou
a ópera
O Diletante na Copacabana dos anos 1950 
Para o diretor musical de O Diletante e regente da Orquestra Sinfônica da UFRJ, André Cardoso, o espetáculo é uma oportunidade para que alunos da UFRJ – da Escola de Música, da Escola de Belas Artes e da Escola de Comunicação – coloquem em prática os conhecimentos teóricos adquiridos durante seus cursos de graduação. "É um projeto profissionalizante, a primeira oportunidade para os cantores se apresentarem em uma montagem de ópera completa, com a orquestra no fosso, cenário e figurinos novos. Todos os cantores solistas são alunos da Escola de Música, com exceção de um estudante do Conservatório Brasileiro de Música, além dos músicos da orquestra. Assim, novos talentos do teatro lírico entram no mercado, além dos alunos da EBA que criaram os figurinos", disse Cardoso. E prosseguiu: "Temos ex-alunos que começaram na “pera na UFRJ e hoje estão cantando no Royal Opera House, fazendo doutorado e participando de espetáculos no exterior."

“pera na UFRJ, um dos mais bem sucedidos projetos de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidos na Universidade Federal do Rio de Janeiro, foi criado em 1994 e, desde então, já produziu 17 montagens envolvendo docentes, discentes e técnico-administrativos da universidade. A partir de 2011, ele passou a ser itinerante. "O apoio da FAPERJ tem sido fundamental para o projeto ter sido elevado a outro patamar. Conseguimos fazer um número maior de récitas e atingir o público em outras cidades, no interior do estado do Rio de janeiro. Entre esse público, estão pessoas que vão assistir a uma ópera pela primeira vez na vida", destacou. Em 2013, a FAPERJ apoiou a montagem da ópera Così fan tutte (Leia mais: http://www.faperj.br/interna.phtml?obj_id=8261)

Cardoso acredita que é fundamental aumentar o número de montagens operísticas no País para movimentar esse mercado. "A ópera é encarada como uma manifestação cultural da maior importância no exterior, enquanto no Brasil ela ainda é apresentada de forma esporádica. É preciso apoiar a realização de mais espetáculos para que haja uma regularidade na agenda e nosso mercado se torne mais desenvolvido. Precisamos ter mais óperas, inclusive em outros teatros e capitais brasileiras, para evitar a fuga de vozes e de músicos para o exterior", ressaltou.

Por sua vez, o funcionário da UFRJ José Mauro Albino, que vem participando da produção do projeto “pera na UFRJ há diversas edições, conta que a reação da plateia costuma ser calorosa. "A arte da ópera não agrada apenas aficionados ou a elite. As pessoas que nunca assistiram a um espetáculo de ópera também ficam encantadas. O acesso a espetáculos, como O Diletante, é importante para formar novas plateias, especialmente entre alunos da rede pública, que são convidados", disse.

Programação das Récitas

Salão Leopoldo Miguez, Escola de Música da UFRJ

25 de setembro, quinta-feira, 19h
26 de setembro, sexta-feira, 19h
27 de setembro, sábado, 17h
28 de setembro, domingo, 16h
Lotação: 400 lugares
Rua do Passeio, 98, Centro, Rio
Tel.: (21) 2262-8742

Teatro Municipal de Niterói
1 de outubro, quarta, 19h
Lotação: 371 lugares
Rua XV de Novembro, 35, Centro, Niterói
Tel.: (21) 2620-1624

Theatro D. Pedro, Petrópolis
2 de outubro, quinta, 19h
Lotação: 500 lugares
Praça dos Expedicionários, s/n, Centro, Petrópolis
Tel.: (24) 2235-3833

Auditório Horta Barbosa, Centro de Tecnologia da UFRJ
6 de outubro, segunda, 11h
Lotação: 500 lugares
Av. Athos da Silveira Ramos 149, Bloco A, C. de Tecnologia,
Cidade Universitária.
Tel.: (21) 3938-7008

Teatro Municipal de Macaé
16 de outubro, quinta, 19h
17 de outubro, sexta, 17h e 21h
Lotação: 310 lugares
Av. Rui Barbosa, 780, Centro, Macaé
Tel.: (22) 2759-0889

Elenco

SOLISTAS
Cyrano Sales e Jessé Bueno (Quintino), barítonos
Luíza Lima e Michele Ramos (Josefina), sopranos
Fernando Lourenço e Marcelo Coelho (Gaudêncio), barítonos
Beatriz Simões e Déborah Cecília (Merenciana), mezzosopranos
Bruno dos Anjos e Daniel Marinho (Marcelo), tenores
Camila Marlière (Constança), soprano

CORO e ORQUESTRA SINF”NICA DA UFRJ
André Cardoso, direção geral e regência
José Henrique Moreira, direção cênica
Marcelo Coutinho, direção musical
Jean Molinari, regente assistente
Luiza Rangel, assistente de direção
Andréa Renck, coordenação de Cenografia
Jéssica Trindade, Rafael Gonçalves e Rebeca Bauns, cenógrafos
Desiree Bastos, coordenação de Figurino
Mariana Burgo e Raquel Novaes, figurinistas
Renato Machado, projeto de iluminação

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