Elena Mandarim
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Para Farbiarz, utilizar os conceitos lúdicos |
Antes de explicar como o jogo funciona, Farbiarz ressalta que o enfoque do módulo para ensino a distância é histórico, com base nas formas de impressão à época de Gutemberg. Ou seja, ao final do curso, o aluno deverá conhecer os diferentes tipos de suportes usados à época, como papel, pergaminho e papiro; os diversos processos de impressão, como tipografia, xilogravura, linotipia e flexogravura, além dos processos de acabamento de impressão, como a encadernação.
Embora a disciplina já exista há mais de 15 anos, como optativa presencial para os estudantes da habilitação em Jornalismo, como explica Farbiarz, o conteúdo trabalhado acaba não sendo, de fato, absorvido pelos alunos, que se desinteressam do assunto. Foi então que surgiu a ideia de reformulá-lo, criando um método com linguagem mais próxima dos jovens. “O grande diferencial da nova proposta é que em vez de o aluno receber passivamente a matéria, ele será incentivado a buscar soluções para as diferentes questões apresentadas durante as fases do jogo. Esse processo estimula o aluno e permite que ele desenvolva competências de autonomia na aprendizagem”, aposta o pesquisador.
Jogo educativo para estimular o aprendizado
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Sala de leitura do jogo, onde os alunos procuram fragmentos |
Durante o percurso do jogo, os estudantes são convidados a assistir vídeo-oficinas sobre os assuntos relacionados à matéria, como a produção de papel reciclado, de tintas e técnicas de impressão, entre outros. Enquanto exploram os ambientes criados, os alunos também precisam descobrir pequenos fragmentos textuais e audiovisuais que reforçam um ou outro ponto abordado. Para o pesquisador, no entanto, o fator mais importante do jogo é que o aluno precisa utilizar o conhecimento aprendido para solucionar os problemas propostos, seja na produção de um pequeno livro a partir das técnicas das vídeo-oficinas, seja nos minijogos que existem no ambiente. “Em um destes minijogos, por exemplo, o aluno vira um monge e recebe encomendas para produzir suportes de impressão. Para isso, ele precisa solucionar a questão apresentada, a partir das informações do jogo e dos conhecimentos adquiridos no curso”, entusiasma-se Farbiarz.
Outro ponto destacado pelo professor é que, como o percurso do aluno não é totalmente linear, cada um pode avançar em seu ritmo e segundo seus interesses. “É claro que, ao longo do jogo, temos mecanismos para avaliar o estudante, o que é necessário para aprová-lo ou não. Os assuntos são os mesmos para todos, mas cada aluno tem um percurso próprio, sem uma estrutura pré-determinada, com conteúdo fixo para cada aula. A proposta do jogo é que o aluno vá passando de fase na medida em que acumula conhecimentos e cumpre os desafios apresentados, permitindo que ele possa voltar, sempre que necessário, para revisar textos e vídeo-oficinas, ou mesmo refazer as tarefas. Ao final do curso-jogo, ele deverá ter produzido um livro a partir de cada uma das vídeo-oficinas vistas e reproduzidas.”
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Video-oficina de papel reciclado, que os alunos |
Para o pesquisador, embora estejam surgindo muitas propostas no universo da educação a distância, o que se tem observado é uma preocupação em aumentar quantitativamente o número de alunos nos cursos. “Acreditamos que investir nesse campo, apropriando-se dos conceitos lúdicos dos games, favorece a qualidade da educação a distância e ajuda a reduzir o hiato entre professores e alunos que, hoje, é muito observado em sala de aula, diante das múltiplas formas de aquisição de conhecimento disponíveis no cotidiano a que os jovens têm acesso”, conclui.
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