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Publicado em: 18/06/2014
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Projeto leva formação para artistas da periferia e do interior do estado

Débora Motta

                           Divulgação/Amigos na Cultura
 
        Artistas da ONG Amigos na Cultura
     participam de oficina em Volta Redonda

  
Promover o diálogo cultural entre a universidade e a periferia. Esse é o objetivo do projeto "Zonas de Contato", que vem levando, desde 2011, uma formação cultural gratuita a grupos de teatro e dança nas comunidades do Rio e nos municípios do interior fluminense. “O projeto é uma interface de pesquisa e criação artística com atores, diretores, bailarinos, pesquisadores, coreógrafos, estudantes de  zonas periféricas da cidade e do interior do estado do Rio de Janeiro. Em especial, são jovens que buscam mediar sua formação humana, artística, intelectual e cultural com algumas proposições deflagradas por outros artistas pesquisadores”, resumiu a coordenadora do projeto, Denise Espírito Santo, que é professora do Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), atriz e diretora.

Programa de residência artística e de intercâmbio cultural, o "Zonas de Contato" é voltado especialmente a artistas com pesquisas reconhecidas e notável produção artística e cultural no interior do estado do Rio de Janeiro. “Escolhemos esse recorte com o objetivo de incentivar a criação de redes e o desenvolvimento de projetos afins que procurem fortalecer o panorama dessas produções, geralmente localizadas em territórios alternativos, com pouca ou nenhuma presença do Estado, que enfrentam dificuldades crescentes para acessar os espaços de formação e profissionalização no campo das artes. Identificamos, em workshops e oficinas, a demanda desses artistas, já em processo de profissionalização”, justificou Denise.

Contemplado nas duas últimas edições do edital Apoio à Produção e Divulgação das Artes, da FAPERJ, em 2011 e 2013, desde então, o projeto já circulou por Barra Mansa, Volta Redonda e Macaé. No roteiro de 2014, está prevista a realização de oficinas e performances em Volta Redonda, durante o mês de junho; em Três Rios e Paraíba do Sul, em julho; e em Japeri, região metropolitana do Rio, em agosto. Denise estará, junto com as artistas Carmen Luz e Eloisa Brantes, à frente de oficinas e ensaios de performances para os coletivos Sala Preta (de Barra Mansa e Volta Redonda), a ONG Amigos na Cultura (da periferia de Barra Mansa) e Código (um ponto de cultura de Japeri). No caso das cidades de Três Rios e Paraíba do Sul, as atividades serão realizadas em parceria com as secretarias de cultura municipais, que vêm dando suporte à realização de oficinas para jovens carentes.

Em poucas palavras, o projeto se articula em torno de três eixos: a) grupo de estudos com encontros semanais para o desenvolvimento de células coreográficas e criações que exploram a interface corpo/cidade; b) estudos e práticas voltadas para o desvelamento de dramaturgias inspiradas pelo teatro físico, teatro coreográfico e a dança-teatro; c) realização de eventos artísticos, científicos e culturais, reunindo a produção teatral da universidade e conferindo visibilidade para as produções dos grupos e coletivos associados. “As performances têm uma linguagem híbrida, pois, no trabalho de criação cênica, os artistas trabalham o corpo e utilizam recursos multimídias. Uma das performances itinerantes realizadas nessas cidades tem como tema a degradação ambiental do rio Guandu e seus efeitos para os habitantes”, destacou a pesquisadora.

A residência artística pretende contribuir para a formação desses grupos, tanto em aspectos técnicos, quanto em termos de fundamentos teóricos relativos ao trabalho com as artes cênicas. “O objetivo é fortalecer as pesquisas artísticas, teóricas e pedagógicas e fundamentar o trabalho desses artistas”, disse. E foi além: “O garimpo dessas iniciativas periféricas nos permitiram, sobretudo, praticar uma espécie de ausculta dos movimentos culturais que, sem o glamour dos cadernos de cultura e dos patrocínios estatais, formam uma espécie de cinturão poético. Em sua resiliência cotidiana, eles freiam a dominação cultural típica dos sistemas de arte dominantes”, refletiu Denise.

“É na periferia que está a novidade. As instituições culturais e patrocínios públicos vêm observando o que está emergindo na periferia. As novidades artísticas não vêm do sistema burguês de arte”, ponderou Denise. Por isso, o diálogo da universidade com essa cultura periférica é fundamental. “É gratificante quando a universidade se volta para o intercâmbio cultural com a periferia, sem querer impor regras, mas possibilitando a democratização dos recursos da universidade através do fomento do público”, concluiu.

Lançamento do livro Corpoema e apresentação de colóquio

Divulgação/Zonas de Contato
     
 Denise Espírito Santo, professora da Uerj,  
  destaca o papel da cultura da periferia

Um dos desdobramentos do projeto será o lançamento, em setembro, do livro Corpoema – Usos e abusos de uma estética do corpo, que terá financiamento da Fundação pelo Programa de Apoio à Editoração (APQ 3). A coletânea de artigos, organizada por Denise Espírito Santo e Gilson Motta, relata as atividades desenvolvidas no âmbito do projeto e apresenta reflexões sobre o tema. “Os artigos abordam o ato contínuo da aventura da criação teatral e dos sentidos que nos movem no trabalho cotidiano com a expressividade do corpo, com a enunciação da palavra e com a produção de sentido que alcança espaço e tempo. Também abordam questões materiais e cotidianas, como a necessidade de condicionar a arte às políticas de fomento”, disse Denise.

O livro contará com artigos de: Norberto Presta, ator, dramaturgo e diretor argentino; Renato Ferracini, ator, pesquisador e professor da Unicamp; Eloisa Brantes, atriz, performer e professora do Instituto de Artes da Uerj; Gilson Motta, professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Violeta Pavão (bolsista de extensão do projeto Palco em Debate); Sara Panamby e Júlia Lotufo (doutorandas do Programa de Pós-graduação – PPG – em Artes da Uerj); Rafael Crooz (ator do coletivo Sala Preta); e Denise Espírito Santo.

Outro resultado do projeto é o colóquio internacional Performa(ti)Cidades, que será realizado de 24 a 26 de setembro, no Instituto de Artes da Uerj. O colóquio terá a presença de artistas e professores convidados e será organizado em mesas redondas, grupos de trabalho envolvendo os integrantes dos coletivos participantes, além de intervenções e performances no campus da Uerj. “O colóquio deseja traduzir os referenciais estéticos, políticos, éticos e pedagógicos que permeiam produções inscritas numa perspectiva híbrida, e concorrem para estimular o pensamento acerca do corpo com a cidade”, afirmou Denise.

Entre os nomes já confirmados para o colóquio estão os professores Ricardo Basbaum (Instituto de Artes da Uerj), André Lepecki (New York University – NYU), Rosa Dias (Uerj), Paola Zordan (Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS), Bia Medeiros (Universidade de Brasília – UNB), Aldo Victorio (Instituto de Artes da Uerj), Alexandre Sá (Instituto de Artes da Uerj), Eloisa Brantes (Instituto de Artes da Uerj) e Carmen Luz (cineasta, coreógrafa e mestranda do PPGArtes da Uerj).

Mais informações sobre o projeto Zonas de Contato: http://zonasdecontato.wix.com/zonas-de-contato e zonasdecontato@gmail.com

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