Elena Mandarim
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Os clássicos acima foram usados no projeto para estimular a discussão dos alunos sobre diferentes narrativas médicas |
A iniciativa ganha maior sentido ao se ter conhecimento de que embora a grande maioria dos diagnósticos (70% a 90%) seja feita com base nos relatos do paciente, cada vez mais se tem observado que os médicos de uma forma geral se voltam apenas para os fatos ocorridos e os exames complementares. "Sabendo disso, nosso principal objetivo é melhorar a relação médico-paciente, para que o profissional consiga extrair o máximo de informações sobre as condições de saúde daquele indivíduo que procura ajuda médica", diz a pesquisadora.
Entre os livros usados para discussão da narrativa médica e para as resenhas dos alunos estão alguns clássicos, como A morte de Ivan Ilitch, de Leon Tolstoi; Enfermaria n 6, de Anton Tchekhov; O alienista, de Machado de Assis; além de Todo paciente tem uma história para contar, de Lisa Sanders; e Um antropólogo em Marte, de Oliver Sacks. Ainda como parte das atividades propostas no projeto, o grupo assistiu a filmes com temas médicos, apresentou casos clínicos e participou de atividades lúdicas, como montagem de quebra-cabeça, produção de peças cênicas e de teatro de sombras. "Vários exercícios foram orientados pelo professor de arte dramática Luiz Vaz, resultando em uma grande interação entre os participantes e na diminuição da timidez dos alunos. Já para a revisão gramatical dos textos produzidos, contamos com a participação da professora de literatura Aurora Barros."
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Narrativas médicas foram mostradaspor meio do teatro de sombras, quefoi uma boa atividadepara intensificar a interação entre o grupo |
Segundo a pesquisadora, se por um lado é preciso estimular os médicos a exercerem uma audição qualificada, por outro é necessário que eles também sejam capazes de transcrever, de forma coerente, os relatos obtidos para o prontuário do paciente, preservando as informações relevantes. "Para isso, os alunos foram convidados ainda a escrever não apenas sobre as experiências pessoais com seus pacientes, como também a fazer resenhas sobre os livros que foram discutidos", conta Ana. Ela destaca que, como resultado principal, o grupo produziu um livro, que em sua quase totalidade reuniu textos dos alunos participantes. Literatura e medicina: uma experiência de ensino será lançado em breve. A iniciativa recebeu recursos do programa de Apoio à Produção de Material Didático para Atividades de Ensino e/ou Pesquisa, da FAPERJ.
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Outra atividade proposta no projeto foi produzir quebra-cabeças para contar narrativas médicas |
Participaram do projeto, os professores Ana Luisa Rocha Mallet, Aurora Barros, Luciana Andrade, Luiz Vaz, Silvana Ferreira, Sylvia Maria Porto Pereira e os estudantes de medicina Alcenir Caverzan Alves Júnior, Amanda Figueiredo Martins, Barbara Mançor, Claudia Roberta de Miranda, Daniel Cohen Sapoznik, Gabriela dos Santos de Carvalho, Guilherme Lambert Silva, Larissa Rodrigues dos Santos Gomes, Loïse Faber, Lucas Najar, Luciana Matoso, Mariana Brêttas, Mariana Nery e Rodolfo Lopes da Silva.
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