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Publicado em: 27/02/2014
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A história política e social fluminense ao alcance de todos

Elena Mandarim


 Divulgação

               
    Charges sempre foram usadas como resistência política. Acima, 
      críticas à remoção da população no governo Pereira Passos
  
Carlos Lacerda ficou conhecido na política brasileira como o principal opositor do presidente Getúlio Vargas, contra quem direcionou ferrenha campanha na imprensa. Contudo, sua trajetória pública foi bem mais ampla que isso: de vereador, passando a deputado federal, até chegar a governador do estado da Guanabara – atual estado do Rio de Janeiro. Em sua vida profissional, Lacerda também sempre se mostrou bastante ativo. Iniciou carreira como jornalista e já aos 35 anos fundou e se tornou proprietário do jornal Tribuna da Imprensa. Mais tarde, aos 51, criou a Nova Fronteira, que foi uma das maiores editoras do País. Desde a semana passada, quando foi lançado o Dicionário da Política Republicana do Rio de Janeiro, o leitor pode conhecer, em detalhes, essa história e a de vários outros personagens que também se destacaram no cenário político, cultural e social fluminense, de 1889 até 2009.

Coordenado pela socióloga Alzira Alves de Abreu e pela cientista política Christiane Jalle de Paula, o dicionário é resultado de dois anos de intenso trabalho de pesquisa, que envolveu mais de 70 pesquisadores do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), vinculado à Fundação Getúlio Vargas (FGV). O livro, que contou com recursos do programa Auxílio Básico à Pesquisa (APQ 1), da FAPERJ, é a primeira grande obra a resgatar a história política e social de uma cidade, ou seja, tem caráter regional. "Estamos animados porque o lançamento do livro se dá em um momento em que o Rio de Janeiro vem retomando sua importância política, social e econômica no cenário nacional", comemora Alzira.

Dos mais de dois mil verbetes, 1.784 são destinados às biografias de senadores, deputados, prefeitos e governadores. Segundo Alzira, nessa parte do dicionário, também se apresentam movimentos políticos importantes, revoltosos ou não. Um deles foi o que culminou no episódio do forte de Copacabana, mais conhecido como a "revolta dos 18 do forte". Foi a primeira exaltação do movimento tenentista, que buscava a queda da República Velha. Outra forma de resistência política que o dicionário mostra, pacífica, foi o uso marcante de caricaturas e charges com críticas aos políticos de várias épocas. "É bastante curioso porque, como até 1930 havia um grande número de analfabetos no País, as ilustrações desempenharam um papel fundamental no debate político e social dos acontecimentos", relata a socióloga.

 Divulgação 
                 
  Recém-lançado, o Dicionário (foto) traz a história      
 de personagens e símbolos da política fluminense   
Embora o dicionário seja sobre política, Alzira ressalta que ele traz também a história da cidade do Rio de Janeiro de uma forma mais ampla. "A ideia foi produzir uma obra que mostrasse como diferentes alicerces de uma sociedade se integram para construir uma identidade. Para isso, outros 278 verbetes foram usados para falar sobre alguns símbolos da cidade, como o Maracanã, o Cristo Redentor, as escolas de samba, entre outros", afirmam as autoras. Nesta parte, entra a história de instituições importantes, como museus, jornais, emissoras de rádio e televisão, assim como de personalidades que se destacaram no cenário social, cultural e educacional do estado. "Não poderíamos contar a história fluminense sem mencionar, por exemplo, o médico e cientista Oswaldo Cruz, que, embora não tenha sido político, exerceu forte influência em várias políticas públicas de saúde", conta a pesquisadora.

De acordo com Alzira, o dicionário é a continuação de uma proposta mais ampla de catalogar personalidades, instituições e movimentos importantes que ajudaram a construir a identidade política brasileira. "Este é o terceiro dicionário que nosso grupo lança. O primeiro, que se chama Dicionário Histórico-Biográfico pós-30, aborda o período que vai da Revolução de 1930 aos dias de hoje e já está em terceira edição. O segundo é o Dicionário Histórico-Biográfico da Primeira República (1889-1930), que está pronto e vai ser lançado em e-book. E agora o terceiro, o Dicionário da Política Republicana do Rio de Janeiro, que acaba de ser lançado com o apoio da FAPERJ", conta Alzira. Ela destaca que o terceiro e mais recente é o único que traz esse caráter regional. "Estamos muito empolgados com o lançamento, por acreditar que a obra coloca ao alcance da sociedade um painel informativo sobre a construção da identidade fluminense e também nacional. Nosso objetivo é dotar os cidadãos dos dados indispensáveis para refletir, decidir e intervir em seu meio social. Dados que até agora se encontram restritos a especialistas em história do estado do Rio de Janeiro", finaliza.

 

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