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Publicado em: 23/01/2014
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Sistema ajuda a prevenir infecções hospitalares

Danielle Kiffer

 Fotos: Divulgação/ Senfio

   

   Sensor por radiofrequência emite informações para software,
           registrando quando o
funcionário higienizou mãos
 

Quantas mãos apertamos por dia sem saber se foram devidamente higienizadas? O assunto pode parecer corriqueiro e ter até certa graça, mas a falta de higiene também acontece nos ambientes hospitalares e, nesse caso, se torna bem mais sério. Segundo estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), as mãos de profissionais de saúde são, em todo o mundo, a principal via de contaminação cruzada em pacientes, responsáveis por grande parte das infecções hospitalares, muitas vezes com risco de morte. Na melhor das hipóteses, aumentam o tempo de internação, o que acaba onerando o sistema de saúde. Com base nesses dados, Elyr Teixeira, diretor da empresa Senfio, instalada na incubadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e com doutorado em fase de conclusão em engenharia biomédica, desenvolveu um sistema de identificação por radiofrequência para monitorar e registrar a higienização de mãos. O projeto ganhou recursos do edital de Apoio à Inovação Tecnológica, da FAPERJ.

O sistema é simples: cada funcionário possui um crachá, menor do que um celular convencional, com 9 mm de espessura, visor eletrônico e iluminação em led (light emitting diode). Cada vez que o funcionário aciona um dos dosadores de álcool em gel, instalados nas paredes dos hospitais, automaticamente é emitido um sinal por bluetooth para o crachá, in formação repassada para o software central, por wi-fi. Nele, aparecerão as informações dando conta de quando foi a última vez, e a que horas, em que aquele profissional lavou as mãos. “Com o programa, é possível elaborar relatórios diários, semanais, mensais e anuais, de acordo com a escolha do administrador. Para acessar o sistema, é ainda mais simples: basta abrir um navegador de internet, em qualquer computador, digitar o endereço específico e consultar as informações”, explica Teixeira. Na prática, todas as vezes que o profissional lavar as mãos, uma mãozinha com o dedinho para cima, sinal conhecido com "thumbs up" e que os usuários do Facebook clicam como "curtir", surge no display do crachá, com um som, confirmando que a obrigação higiênica foi cumprida.

 
              
 O software também sinaliza quando o profissional de saúde
se aproxima do paciente de UTI sem a devida higiene das mãos   

O projeto permite ainda que se monitorem leitos de hospitais com sensores de presença. Se um profissional de saúde, seja ele médico ou enfermeiro, aproximar-se do leito de um paciente sem haver higienizado as mãos, poderá fazer soar um alarme. “Acredito que o maior motivo para que os funcionários não lavem ou se esqueçam de lavar as mãos seja a falta de visibilidade do ato, quer dizer: ao olhar para as mãos de alguém, se estiverem com uma boa aparência, não se poderá dizer se foram lavadas ou não. O alarme e os registros no software são uma forma de tornar essa falha aparente para todos”, afirma o engenheiro. Além de monitorar a higiene das mãos do profissional antes de interagir com o paciente, o sistema também registra quantas vezes, que horas e por quem o paciente foi atendido. “Esse tipo de registro é fundamental em ambientes de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), em que os doentes ficam sozinhos por muito tempo sem a presença de familiares”, complementa.

Pelo display do crachá também será possível receber mensagens, avisando, por exemplo, se precisam de ajuda do funcionário em determinado setor do hospital. Para que a mensagem apareça, basta que o solicitante entre no sistema, pelo computador, pelo celular ou por um tablet, e clique no lugar adequado. A mensagem aparecerá no crachá. O profissional, por sua vez, poderá responder ao chamado com respostas pré-selecionadas, como "sim", "agora não posso", "daqui a 10 minutos". O crachá também conta com um botão de socorro, que pode ser utilizado pelo funcionário em situações de emergência: se, por exemplo, há um paciente caído no chão, quando é preciso buscar ajuda, mas, ao mesmo tempo, não é possível deixar o doente sozinho. Com o dispositivo, se poderá mapear onde está o funcionário. “É uma forma mais fácil de achar alguém em áreas extensas”, explica.

O projeto está em fase final. Estima-se que esteja sendo comercializado em cerca de quatro meses. “Faltam ainda pequenos testes, como o ajuste da potência do sinal de radiofrequência do sensor de presença dos leitos, por exemplo”, diz Teixeira. De acordo com o engenheiro, apesar de ainda não estar à venda, o projeto já fez muito sucesso em maio de 2013, em São Paulo, quando foi exposto na Feira Internacional Hospitalar, de produtos, equipamentos, serviços e tecnologia para hospitais, laboratórios, farmácias, clínicas e consultórios. “Foi gratificante ver pessoas de todo o mundo tão interessadas em um produto ainda em desenvolvimento. E sem o apoio da FAPERJ, o projeto não sairia do papel”, finaliza.

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