Você está em: Página Inicial > Comunicação > Arquivo de Notícias > Mais um evento marca a parceria entre ABC e FAPERJ

Publicado em: 17/10/2013

Mais um evento marca a parceria entre ABC e FAPERJ

Marcos AC/ Imagem Carioca

Da esquerda para a direita: Renato Cotta, Jacob Palis,  Ruy Marques e Carlos Aragão na abertura do simpósio

A interação entre universidade e empresa se mostra como uma questão estratégica para impulsionar o desenvolvimento científico e tecnológico do País. Essa foi a abordagem do Simpósio Academia-Empresa, realizado nos dias 10 e 11 de outubro, das 14h às 18h, no segundo andar do Centro Cultural da Ação da Cidadania (CCAC). O evento, organizado pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), em parceria com a FAPERJ, fez parte das atividades da III Feira FAPERJ Ciência, Tecnologia & Inovação e teve como objetivo apresentar casos bem sucedidos da aproximação entre a comunidade cientifica e o setor produtivo.

Na mesa de abertura, o presidente da ABC, Jacob Palis, ressaltou que a iniciativa do simpósio começou no Rio de Janeiro e se difundiu pelo país. "A ideia deu tão certo, que estamos promovendo essa integração em outros estados, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A proposta da ABC é melhorar cada vez mais as relações entre esses dois setores estratégicos em todo Brasil", declara Palis. Em seguida, o presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques, afirmou que a Fundação está alinhada com essa proposta. "Nosso objetivo é fomentar a pesquisa básica e aplicada em todas as áreas do conhecimento. Mas temos também a missão de investir em pequenas e microempresas que estão preocupadas em aplicar inovação tecnológica para criar novos produtos úteis que melhorem a vida da população. Desde 2007, já foram em torno de 1.300 apoios disponibilizados para o setor empresarial."

Lécio Augusto Ramos

Carlos Tadeu Fraga mostrou que investir em pesquisa e          inovação tem gerado resultados para a Petrobras

Na mesma cadência, o coordenador do evento e professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Renato Cotta, lembrou que a iniciativa do simpósio é fundamental para tornar a integração entre academia e empresa cada vez mais forte e natural, o que pode levar o Brasil a ser mais competitivo. "Nos eventos científicos é muito difícil contar com a participação de representantes do setor empresarial e vice-versa. Então, esse evento é uma forma de garantir esse diálogo e, melhor, sem viés para um lado ou outro." Participou também da abertura o diretor geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e ex-presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Carlos Alberto Aragão de Carvalho Filho.

Abrindo a extensa programação de palestras sobre o atual panorama referente à interação entre o setor acadêmico e o empresarial, o gerente executivo do Pré-Sal, Carlos Tadeu Fraga, apresentou os atuais dados da Petrobras sobre a exploração de petróleo e gás na camada do Pré-Sal e as perspectivas da empresa para o futuro. Fraga destacou, também, que investir em pesquisa e inovação gera resultados. "A Petrobras tem entre 80% a 90% de sucesso na exploração de poços de petróleo na Bacia de Campos e na Bacia de Santos. E os bons resultados estão sempre acompanhados do grande investimento da empresa. De 2004 a 2012, por exemplo, houve um aumento de 11 vezes nos investimentos de pesquisa e desenvolvimento em universidades e institutos de pesquisa brasileiros."

Na sequência, foi a vez da palestra do coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica de Fluidos (NIDF), Átila Pantaleão Silva Freire. Ele ressaltou, entre outras coisas, a importância de garantir um investimento interdisciplinar. "Formar um grupo de pesquisa que englobe várias faces do conhecimento favorece a formação de recursos humanos mais qualificados, aptos a enxergar os problemas da sociedade e propor soluções variadas e complexas". Ainda no primeiro dia do evento, mais três palestrantes apresentaram experiências de interação entre empresa e universidade que ratificam a importância dessa união: Jorge Avila, presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI); David Watson, gerente de Tecnologia de Engenharia de Reservatórios da BG Brasil; e Marcio Marques, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) no Brasil da empresa Tenaris. Marques, por exemplo, destacou as atividades do centro de pesquisa que a multinacional Tenaris está montando no parque tecnológico da UFRJ. "Já temos estabelecido um relacionamento com a comunidade técnico-científica local, mais precisamente com a Coppe, e já iniciamos o desenvolvimento de projetos, principalmente na área de petróleo e gás."

Lécio Augusto Ramos

Rex Nazaré destacou a atuação da FAPERJ para estimular            o encontro entre academia e os setores de produção

No segundo dia de evento, o diretor de tecnologia da FAPERJ, Rex Nazaré, apresentou um panorama sobre o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro, principalmente no que diz respeito às atividades ligadas à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), instituição da qual já foi presidente. Rex Nazaré destacou, também, a atuação da Fundação para estimular o encontro entre os conhecimentos produzidos na academia e os setores industriais. "Desde 2007, a FAPERJ vem lançando programas voltados para o fomento de micro e pequenas empresas e de inventores independentes. No total já foram 1.588 projetos apoiados", afirmou o diretor. Ele ressaltou ainda que mais recentemente a Fundação iniciou um movimento para buscar parcerias com grandes empresas, a exemplo do convênio assinado entre a FAPERJ e a PSA　Peugeot Citroën, durante a cerimônia de abertura da feira. O objetivo é fomentar projetos de pesquisa e desenvolvimento para o estudo e provimento de soluções na área de biocombustíveis e motores.

Tomando a palavra, o diretor de tecnologia e inovação da Vale, Sandoval Carneiro Júnior, explicou alguns modelos de interação da empresa com a comunidade científica. "Antigamente, a empresa contratava os experts da academia para uma prestação de serviço contratual que gerasse soluções para um problema pontual. A nova politica da Vale, agora, é buscar parcerias a longo prazo com as universidades e institutos brasileiros." A programação seguiu com a palestra da gerente da incubadora da Coppe, Regina Faria, que mostrou como essa iniciativa pode ser benéfica para estimular o setor econômico do país. "Em 2010, o Brasil já contava com mais de 400 incubadoras, responsáveis pela formação de 2.509 novas empresas. Neste mesmo ano, esses novos empreendimentos movimentaram juntos uma economia da ordem de mais de R$ 4 bilhões." Outros três palestrantes fecharam o evento. São eles: o diretor comercial da Apolo Tubulars, Eduardo Gerk; o professor da Universidade Federal Fluminense, campus Volta Redonda, Alexandre José da Silva; e o gerente da FMC Technologies, Alan Labes.