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Publicado em: 10/10/2013
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Para trazer ao público leigo conhecimento sobre raios

Vinicius Zepeda

 Divulgação/ Storm

          
            Anualmente, cerca de 500 pessoas são atingidas por raios
              no Brasil e destas, 130 morrem em decorrência do fato


Independente da conjuntura econômica mundial e dos investimentos, todo ano, a economia brasileira amarga um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão por conta da quantidade de raios decorrentes de tempestades. Aliás, poucas pessoas sabem, mas o Brasil é o campeão mundial de incidência de raios no mundo, onde morrem em média 130 pessoas e há mais de 200 feridos por ano. Os dados são parte de um projeto de divulgação científica sobre o fenômeno no país, coordenado pela historiadora e pesquisadora Maria Esther Alvarez Valente, do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast). O trabalho conta com apoio do edital de Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia no Estado do Rio de Janeiro, da FAPERJ. "Vale destacar que anualmente caem 50 milhões de raios em todo o mundo. Somente no Brasil, são atingidas 500 pessoas", afirma a pesquisadora. Além de Esther, também participam da iniciativa outros pesquisadores do Mast, do Observatório Nacional (ON) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). 

O documentário Fragmentos de Paixão é o primeiro filme de divulgação científica nacional a ser exibido em circuito comercial no país, com lançamento previsto para esta sexta-feira, 11 de outubro, na rede Cinemark. Como explica Esther Valente, o projeto é ainda mais amplo: composto por uma cartilha educativa, um DVD contendo a série "País dos Raios", exibida em três domingos de março deste ano no programa Fantástico, da TV Globo. A pesquisadora destaca que tanto a série de TV quanto o documentário têm como objetivo ensinar, em linguagens diferentes, a nos protegermos dos raios. "A série utilizou o formato de telejornalismo para informar as pessoas sobre a frequência dos raios, os riscos e os cuidados. Já o filme mistura conceitos do telejornalismo e do cinema de ficção para contar uma história e fazer com que as pessoas se surpreendam e reflitam sobre a temática", afirma. No filme, optou-se por envolver o espectador num ambiente mais emocional e afetivo. "Em ambos, foram usadas entrevistas para aproximar o leigo do assunto. Porém, enquanto na série os personagens foram os atingidos por raios, no filme existem apenas seis situações em que isso acontece. Nesse caso, buscamos mostrar com mais profundidade essas vidas. Cada uma delas é afetada de maneira diferente e peculiar", completa.

Divulgação/Storm
      
As descargas atmosféricas decorrentes de fortes tempestades causam
           um prejuízo anual de R$ 1 bilhão à economia brasileira
 

A pesquisa, produzida no Mast pela historiadora da ciência Christina Barbosa, foi utilizada no roteiro do filme. Dos diferentes episódios históricos apresentados, Esther destaca alguns. "O principal deles se refere à vida de Henrique Morize, primeiro personagem do filme. Entre suas atividades, Morize se dedicava à fotografia, uma novidade do século XIX", afirma a historiadora. Em 1885, Morize, que trabalhava no então Observatório Imperial, no Morro do Castelo, hoje Observatório Nacional, tirou a primeira fotografia de um raio. "A época, Morize era estudante de engenharia; posteriormente, se tornou o diretor do Observatório. O filme também conta o acidente em que a filha de Assis Brasil, Cecília, foi vitimada por um raio, introduzindo o envolvimento de outros personagens de importância histórica", acrescenta.

Já a cartilha educativa, elaborada pelos envolvidos no projeto, foi distribuída a estudantes, professores e agentes da Defesa Civil, em diferentes momentos e, de forma mais concentrada, em outubro de 2012, durante a realização da Semana Nacional de C&T. "Ao todo, imprimimos dez mil exemplares, muitos deles  distribuídos a grupos de estudantes e professores durante as visitas programadas para o Mast", lembra Esther. "Nossa ideia agora é que, com a repercussão do filme, possamos buscar recursos para viabilizar uma nova tiragem desse material", destaca.


Filme procura responder como os raios podem afetar a vida de alguém

Divulgação/Storm

          
           Iara Cardoso elaborou o roteiro e
            dirigiu a série e o documentário


Pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), diretora e criadora do roteiro da série de TV e do filme, a jornalista Iara Cardoso explica que o documentário busca responder a seguinte questão: como o fenômeno dos raios pode mudar a vida de alguém? "O documentário apresenta seis vidas, seis histórias em que fatos inusitados são revelados, e principalmente se mostra a cultura e a visão da ciência sobre os raios, desde o descobrimento do Brasil", explica Iara. Fragmentos de Paixão conta ainda com a participação do maior especialista no assunto do país, Osmar Pinto Júnior, pesquisador do Inpe, que além de ajudar na pesquisa para elaboração do roteiro, atua como narrador da história. "Para fazer o filme, eu e o Osmar andamos de caravelas no sul da Bahia e de helicóptero no Rio de Janeiro, visitamos uma aldeia em Ubatuba e lemos relatos históricos de Darwin em sua visita ao país, tudo para entender o impacto das descargas atmosféricas em histórias tão diferentes", complementa.

A coordenadora geral do projeto, Esther Valente, acrescenta ainda que, além do lançamento do filme em circuito comercial, estão programadas  exibições especiais. "No Rio de Janeiro, está agendado um workshop no Museu Histórico Nacional. Em São Paulo, está prevista a abertura de uma exposição de fotos com trechos do filme, que ocorrerá no Catavento Cultural e Educacional. Oportunamente, o filme também será veiculado no Mast, em meio às atividades dirigidas a diferentes audiências que frequentemente comparecem ao museu nos fins de semana." Entre elas, destaca-se o programa Cine Ciência, dirigido a adultos e jovens, que habitualmente tem a exibição de um filme, seguido de debate e acontece todo segundo sábado do mês, às 14h", completa.

Por último, Esther destaca que haverá atividades complementares ao filme, programadas com o objetivo de divulgar o tema, desfazendo mitos e ensinando o público a evitar riscos e se proteger. "Um dos mitos mais conhecidos é de que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar. Na série de TV, mostramos, inclusive, a história de uma pessoa atingida quatro vezes. Outro é a ideia que os espelhos atraem raios. Este mito foi criado porque, antigamente, a maior parte deles continha metal, material que atrai raios. Mas isso não é mais verdade", conclui.

Mais informações:

- www.inpe.br/elat

- www.fragmentosdepaixao.net.br 

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