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Publicado em: 04/07/2013
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MotoNurse: um ambulatório móvel

Débora Motta

                                                        Divulgação

            

        Detalhe do baú para o transporte de vacinas e exames do MotoNurse: autorrefrigeração

Em um país com dimensões continentais como o Brasil, transportar vacinas e exames laboratoriais, que exigem conservação a temperaturas adequadas, nem sempre é uma tarefa fácil. O acesso a regiões afastadas dos centros urbanos, como comunidades indígenas e quilombolas, ou mesmo a favelas e vilas de urbanização improvisada, nas cidades, é um desafio para os agentes de saúde, que muitas vezes precisam percorrer longas distâncias durante as campanhas de vacinação. A distância também é um fator que restringe o transporte de exames dos postos de saúde avançados, muitas vezes situados em locais de difícil acesso, para os laboratórios.

Nessas áreas isoladas, onde automóveis têm dificuldade em circular, as motocicletas são um dos poucos veículos que conseguem transitar e garantir o transporte do material necessário para atendimento em saúde. Considerando essa necessidade, a empresa Fumajet, especializada em soluções para a saúde pública, está desenvolvendo o MotoNurse. Trata-se de uma moto equipada com uma tecnologia inovadora de refrigeração autossuficiente, que permite o transporte de vacinas e amostras para exames na temperatura ideal, determinada pelos laboratórios. O projeto foi contemplado pela FAPERJ, com o edital Apoio à Inovação Tecnológica no Estado do Rio de Janeiro.

De acordo com o coordenador do projeto, o engenheiro mecânico e sócio da empresa, Marcius da Costa, a ideia de desenvolver o MotoNurse surgiu a partir de um pedido da organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF). “Tivemos o primeiro contato com a MSF durante o Congresso Internacional de Medicina Tropical e Malária, realizado em 2012, no Rio. Na ocasião, representantes da ONG relataram que, nas missões para promover a saúde em países africanos, alguns atingidos por guerras ou catástrofes naturais, uma das maiores dificuldades é o transporte adequado de vacinas. Eles, então, solicitaram uma parceria com a Fumajet”, disse Costa.

A partir de então, o projeto MotoNurse foi elaborado com a consultoria da MSF e aprovado pelo comitê da organização, em sua sede em Genebra, na Suíça. A iniciativa terá apoio técnico para a implantação da tecnologia nas regiões onde a MSF atua. “Em certos casos, nas regiões remotas da África, não há energia elétrica, o que dificulta a conservação de remédios, vacinas e fluidos corporais para exames. Nesses casos, não há também  iluminação adequada para a realização de procedimentos. O acesso à água limpa para curativos é outro obstáculo nesses locais”, relatou Costa. E justificou: “O MotoNurse será um aliado para atender a essas demandas da MSF e de outras organizações internacionais que prestam atendimento em saúde nos países periféricos. Também vai atender aos órgãos governamentais nas campanhas de vacinação em áreas distantes de centros urbanos.”

Para viabilizar o desenvolvimento do produto, a Fumajet está trabalhando junto com técnicos do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), que vai subsidiar parte do projeto de inovação por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), uma linha de financiamento oficializada em maio de 2013 pelo governo federal, com o objetivo de auxiliar companhias a criar produtos e processos inovadores. “O INT está trabalhando para oferecer soluções em desenho industrial para o MotoNurse. Depois de desenvolvido, o produto deve passar por testes de campo e receber a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), até chegar ao mercado em 2015, a preços acessíveis, para que possa ser adquirido por instâncias governamentais em saúde e distribuidores comerciais regionais”, adianta Costa.

Em outras palavras, o MotoNurse será uma motocicleta com sistema de apoio ao atendimento em campo, composto por baús para transporte de remédios, vacinas e amostras coletadas para exame, além de equipamentos para coleta de sangue, aplicação de vacinas e curativos. “O baú contará com um compartimento com sistema autônomo de resfriamento. Também terá mesa para atendimento e reservatório de água com mangueira e bomba com pressurização. Por fim, terá sistema de rádio e GPS, todos alimentados pelo motor do veículo”, explicou Costa.

   Divulgação
     

  Improviso de baú durante o transporte de vacinas nas regiões  
remotas da África acaba inviabilizando a aplicação dos produtos     

A Fumajet é uma empresa especializada em soluções tecnológicas com desenvolvimento de produtos, sistemas e serviços inovadores no controle de epidemias, nas atividades de controle de vetores urbanos, pragas agrícolas e atendimento à saúde pública. Além do coordenador Marcius da Costa, participam do projeto Marcelo Machado, também sócio da Fumajet e desenhista industrial, o projetista José Caride, a técnica em eletrônica Valeria Luz e o técnico em mecânica Luiz Paulo Pacheco.


A start up, que surgiu como integrante da incubadora da Universidade Veiga de Almeida (UVA), em 2009, se destacou recentemente pela criação do Motofog, veículo também desenvolvido com apoio da FAPERJ e utilizado, entre outras finalidades, para pulverizar inseticida contra o mosquito da dengue e demais vetores. Em 2010 a tecnologia do Motofog ganhou prêmios nacionais e internacionais, no Desafio Brasil Intel / FGV – 1 lugar nacional, e The Intel+UC Berkeley Technology Entrepreneurship Challenge, ficando entre as 15 melhores empresas do mundo em inovação.


Sobre a vacinação no Brasil

Em 2004, a primeira campanha de vacinação em massa realizada no Brasil completou um século. Idealizada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, um dos fundadores da saúde pública no País, ela tinha por objetivo controlar a varíola, que então dizimava boa parte da população do Rio de Janeiro. Em 18 de setembro de 1973, foi fundado o Programa Nacional de Imunização (PNI). Nessas quatro décadas, tornou-se ação de governo caracterizada pela inclusão social. Não existem excluídos para o PNI. As vacinas do programa estão à disposição de todos, nos postos ou com as equipes de vacinação, cujo empenho permite levar a imunização mesmo a locais de difícil acesso às matas, aos morros, aos becos das favelas, às palafitas etc. Agentes de saúde vão aonde for preciso para imunizar a população.

Equipamentos e tecnologias são necessários para que campanhas de vacinação sejam executadas de forma correta e eficiente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 50% das vacinas em todo o mundo chegam sem condições de uso aos pacientes. A cada dez pessoas vacinadas, cinco não ficam protegidas, devido ao meio inadequado de transporte que as inutiliza. "A maior preocupação dos laboratórios e empresas farmacêuticas é manter o produto em temperatura ideal no transporte sem que altere suas características", concluiu Costa.

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