Débora Motta
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Aparelho no fundo do barco monitora dados do desempenho dos remadores |
Trocando em miúdos, trata-se de um pequeno sistema à prova d’água, de aproximadamente 9 x 7cm2, acoplado no fundo do barco utilizado na prática do remo. Por ser integrado a sensores conectados estrategicamente ao atleta e à embarcação, o aparato é capaz de fornecer dados minuciosos, como a velocidade do barco, o número de remadas por minuto – ou voga –, o trajeto percorrido e o desempenho técnico do remador. É possível verificar, por exemplo, se, no esforço final para a chegada, o atleta realmente está acelerando ou travando o barco. "O sistema contém um pequeno GPS e um acelerômetro, que captam as informações de posição, velocidade e aceleração do barco, além de outros sensores e um microcontrolador, responsável por armazenar os dados, com tecnologia data logger. Durante a realização da prática desportiva, as informações são armazenadas em um microcartão SD, para que os dados depois possam ser analisados em uma plataforma de trabalho, num laptop", explicou Souza.
De acordo com o pesquisador, conhecer esses informações é o diferencial com que todo treinador sonha para trabalhar pela melhoria do desempenho dos remadores. "Normalmente, os técnicos só contam com observações visuais para avaliar a performance de seus atletas, às vezes recorrendo a imagens gravadas durante os treinos. O objetivo dessa inovação tecnológica é fornecer uma avaliação quantitativa e objetiva tanto para o treinador quanto para o próprio atleta, que pode saber, com precisão, detalhes como o ângulo de remada durante toda a prova, por exemplo", resumiu Souza. E acrescentou: "Avaliações visuais são subjetivas e tornam a observação dos erros nos treinos mais difícil, tanto para o técnico quanto para o atleta. Por isso, queremos oferecer resultados numéricos inquestionáveis."
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Informações da performance do atleta são armazenadas |
O pesquisador destacou que o remo é um esporte olímpico e, no contexto atual, não há como o Brasil formar atletas competitivos internacionalmente sem também investir em tecnologia esportiva. Mas apesar da proximidade da Copa e das Olimpíadas, a serem realizadas no Rio, esses investimentos darão mais frutos no longo prazo. "O apoio ao desenvolvimento de tecnologias desportivas deve ser contínuo, já que para formar um atleta é necessário, em média, 12 anos. Os impactos desse projeto serão melhor sentidos no futuro, quando uma nova geração de remadores for treinada desde cedo com auxílio dessa tecnologia e tiver um desempenho superior nas competições internacionais", ponderou Souza. "A FAPERJ é um agente de planejamento dessa estratégia de investimento no esporte fluminense, e esperamos que mantenha essa política ao longo dos anos", completou.
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