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Publicado em: 17/01/2013
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Cabide-visão: mais autonomia para deficientes visuais

Danielle Kiffer

 Divulgação

          

   No cabide-visão, basta apertar o botão para saber a roupa que
       está ali pendurada. Autonomia para os deficientes visuais

 

"Bom dia, eu sou seu cabide e você pegou um terno de linho branco, ideal para o verão." A mensagem foi gravada durante os testes de um produto que pode passar a integrar o cotidiano dos deficientes visuais: o cabide-visão. A ideia, das mais simples, partiu das irmãs Adriana e Cristina Sêmola, da empresa Santa Mônica, especializada na confecção de cabides artesanais e personalizados. Hoje, quem está à frente da administração da empresa é Adriana, que, para desenvolver o projeto, contou com recursos do edital de Apoio ao Desenvolvimento do Design em Empresas Sediadas no Rio de Janeiro, da FAPERJ, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-RJ).

Mas quem imaginaria que um mero cabide é capaz de influenciar a rotina de pessoas com problemas de visão? Pois o cabide falante, que grava mensagens de 20 segundos e a reproduz ao apertar de um botão, é uma daquelas ideias absolutamente simples, mas que podem facilitar, e muito, o cotidiano de pessoas com necessidades especiais. Voltado para deficientes visuais, para pessoas que, pelo avançar da idade ou que, por outras circunstâncias, tiveram a visão reduzida, o cabide-visão serve para que se possa organizar as roupas, mesmo sem enxergar. "Assim, sabe-se o que está vestindo, não se fica dependendo de outra pessoa para isso e pode-se exercer o direito ou o prazer de escolher, com autonomia, que roupa irá usar", explica Adriana.

Unindo design e tecnologia, o protótipo do cabide foi criado especialmente pelo designer Augusto Casari, que o planejou em resina nas pontas e com madeira reciclada na área do gancho. "Ele foi elaborado de forma anatômica, para facilitar o manuseio por parte dos deficientes visuais", explica Adriana. A parte tecnológica consiste em um chip, onde as mensagens ficam gravadas, oculto por um botão, que aciona a gravação e permite que as mensagens sejam ouvidas. "Estamos procurando empresas ou pesquisadores que produzam esse chip. O que usamos é importado da China, o que não é o ideal. Queremos produzir um produto 100% brasileiro", diz Adriana.

 Divulgação
          
       Fernando, Adriana, Wellington, Kiolo e Paulinho,
                a equipe da empresa Santa Mônica

Apesar da simplicidade, para os deficientes visuais, não se trata de um produto qualquer. "Quando levamos o protótipo do cabide-visão à Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual (Laramara), em São Paulo, queríamos testar a aceitação do produto. Como resposta, vimos que o pessoal que é atendido ali chegou a se emocionar, nos fez sugestões, nos fazendo perceber o quanto cada pequeno gesto de autonomia é importante. Isso nos fez perceber o valor do projeto. Para quem não enxerga, vestir roupas com a combinação adequada é, no mínimo, uma tarefa complexa", explica.

A receptividade dos deficientes visuais do Laramara foi um indicador de que Adriana e equipe estão no caminho correto. "Tínhamos pensado em gravar mensagens mais objetivas nos cabides, mas a reação dos futuros usuários foi de pensar em recados mais informais, com mais humor. Eles realmente se apropriaram do objeto, nos fazendo sentir ainda mais incentivados. Sabemos que estamos desenvolvendo um projeto que realmente fará a diferença na rotina dessas pessoas." 

O protótipo do cabide está em fase de finalização pela equipe da empresa. Em abril, Adriana levará o cabide a uma feira do setor para avaliar sua receptividade no mercado e, de acordo com essa aceitação, também calcular o preço. "Queremos um produto que seja acessível a qualquer deficiente visual, não apenas aos de maior poder aquisitivo", afirma a empresária. Por outro lado, 200 unidades do primeiro lote do produto serão distribuídas entre instituições de atendimento a deficientes visuais, como a própria Laramara, de São Paulo, e o Instituto Benjamin Constant, do Rio de Janeiro. "Depois, passaremos a produzir comercialmente. Afinal, os grandes eventos esportivos que serão disputados no Rio de Janeiro, entre eles as Olimpíadas Paralímpicas, estão chegando e, com certeza, o nosso cabide despertará grande interesse. Pelo menos, é o que esperamos."

 

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