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Publicado em: 08/11/2012
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Projeto ajuda a despertar o interesse pela ciência nas escolas públicas

Débora Motta

Divulgação/ICB/UFRJ 

           
      Em escolas públicas, pesquisadores realizam
      experimentos científicos junto aos estudantes

Uma caminhonete itinerante vem levando experimentos científicos e atividades educacionais para as crianças e os professores do ensino básico de diversas escolas públicas do município do Rio. Trata-se do projeto “O ICB vai à escola”, contemplado pela FAPERJ com o edital Apoio à Melhoria do Ensino em Escolas da Rede Pública Sediadas no Estado do Rio de Janeiro, na edição de 2012.

O projeto é coordenado pelos neurocientistas Roberto Lent, que é professor e diretor do Instituto de Ciências Biomédicas – o ICB da sigla contida no título do projeto – da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Flavia Regina Souza Lima, também coordenadora do projeto e, igualmente, professora do Instituto. “O apoio da FAPERJ permite que possamos dar continuidade a essa iniciativa, que surgiu há cerca de cinco anos, com o apoio do CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico], e chamava-se Ciência sobre Rodas”, diz Lent.

Acompanhados por uma equipe de monitores, eles realizam visitas regulares, semanais, às diversas escolas públicas recomendadas pela 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) do Rio de Janeiro, em bairros como Ilha do Governador, Brás de Pina, Vila da Penha, Olaria e as comunidades da Maré e do Alemão. “Toda quarta-feira de manhã visitamos uma escola pública municipal diferente. A caminhonete itinerante leva a equipe do ICB/UFRJ à escola previamente agendada, de acordo com as orientações da 4ª CRE”, conta o coordenador.

Na escola, são realizadas atividades práticas e lúdicas sobre o corpo humano, que ajudam a motivar as crianças para o estudo da ciência. “Sempre contamos com a participação do professor de ciências da escola. Se a função do professor é passar o conteúdo regular, a nossa é estimular as crianças para a ciência”, destaca o neurocientista.

Para aprender ciência brincando

Uma das atividades incluídas no programa é uma brincadeira em que os estudantes do oitavo ano tentam adivinhar como é o cérebro humano. “As crianças, que não têm noção de como é o cérebro, tentam desenhá-lo da forma como elas imaginam que o órgão seja, em toucas brancas, que outros colegas utilizam. Depois, realizamos uma palestra sobre como realmente é o cérebro, com data show e exibição de modelos em material plástico. Só então elas redesenham o cérebro corretamente”, detalha Lent.

Flavia Lima lembra que outra atividade realizada pela equipe do ICB para despertar a curiosidade pela ciência nas escolas é a oficina do esqueleto. “As crianças, divididas em grupos, têm que montar um esqueleto a partir de moldes de ossos, como um quebra-cabeças. Depois de erros e tentativas, é realizada uma palestra sobre a anatomia do corpo humano, com ajuda de um esqueleto já montado corretamente”, diz.

“A ideia é estimular a capacidade das crianças de pensar a partir de uma hipótese. As dúvidas delas vão sendo respondidas aos poucos, a partir das perguntas que elas fazem. O importante é fazer com que elas questionem mais sobre as questões relativas à ciência”, acrescenta Flavia. Atividades sobre outros órgãos do corpo humano, como coração, rins e pulmão, também são realizadas pela equipe do ICB nas escolas.   

Uma escola municipal dentro da Ilha do Fundão

Outro ponto interessante do projeto é uma parceria especial que vem sendo estabelecida com a Escola Municipal Tenente Antônio João, localizada na Ilha do Fundão, da UFRJ. Apesar de estar geograficamente inserida no campus da maior universidade pública federal do País, a escola vinha apresentando resultados negativos nas provas de Ciências aplicadas para avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação (Ideb).

 

Divulgação/ICB/UFRJ 
      
Roberto Lent e Flávia Regina Souza
Lima coordenam o projeto no ICB

“Esta escola foi, em 2010, uma das piores do município na avaliação de ciências. No início de 2011 começamos nossa parceria mais efetivamente com a escola e sua nota no último Ideb, de 2011, melhorou bastante”, relata Flavia. Para Roberto Lent, o objetivo é realizar um trabalho experimental de integração duradouro e mais profundo entre escola e universidade. “Ao fechar uma parceria com essa escola, nossa intenção é torná-la modelo no ensino de Ciências”, completa o neurocientista.

 

Além de atividades didáticas realizadas pela equipe do ICB na escola para popularizar o estudo da ciência, com moldes anatômicos do corpo humano, lupas e pequenos microscópios oferecidos pelo Instituto, a ideia é dar um passo adiante e ajudar a escola a reestruturar o laboratório de ciências. “Queremos implantar um laboratório de ciências na escola Tenente Antonio João, com toda a estrutura necessária para que ali sejam ministradas aulas práticas de alta qualidade aos alunos. Nesse sentido, estamos solicitando recursos às agências financiadoras de pesquisa”, destaca Lent.

De acordo com Marcele Rocha, que é professora de ciências da Escola Municipal Tenente Antônio João e recebe uma bolsa de Treinamento e Capacitação Técnica (TCT) da FAPERJ no âmbito do projeto, os impactos da iniciativa para a melhoria do ensino da disciplina têm sido inegáveis. "Esse projeto específico permite uma troca direta entre a universidade e a escola. O projeto não vem somente realizar uma oficina. Existe uma continuidade do trabalho para que ele tenha sentido no currículo e possa enriquecê-lo”, diz Marcele. “Para os alunos é importante ter atividades lúdicas e práticas, com outras formas de didática. Para mim é algo raro, pois esse tipo de vínculo enriquece minha formação enquanto professora", conclui Marcele.

Desde março de 2012, a equipe do ICB já visitou 25 escolas municipais. Todas estão localizadas em bairros sob a responsabilidade da 4ª CRE, como: Ilha do Governador (Escola Jornalista Orlando Dantas, Escola Conjunto Praia da Bandeira, Escola Professora Lavínia de O. E. Dória); Penha (Escola Bernardo de Vasconcelos, Escola Leonor Coelho, Escola Eurico Dutra, Escola Conde de Agrolongo, Escola Prof. Souza Carneiro, Escola Miguel Angelo, Escola Fernando Tude); Olaria (Escola Luiz César S. Garcez, Escola Berlim, Escola Odilon de Andrade, Escola Aníbal Freire, Escola Brasil); Bonsucesso (Escola Pedro Lessa, Escola Bahia, Escola Clotilde Guimarães); Manguinhos (Ciep Juscelino Kubitschek); Jardim América (Escola Zélia Braunne); Cordovil (Escola Embaixador Barros Hurtado, Escola Lafayette de Andrada); e Brás de Pina (Escola São Paulo).

Ao lado de Roberto Lent e Flavia Lima, participam do projeto as professoras Jane Faria, do ICB, e Marcele Rocha, da Escola Municipal Tenente Antônio João, além do técnico em Educação do ICB Carlos André Rocha. Também colaboram os monitores alunos da UFRJ: Samara Silva (FAPERJ, IC), Ester Dália Costa (FAPERJ, IC), Leandro Souza (Bolsista de Extensão UFRJ PR5), Ilana Benicá (Bolsista de Extensão UFRJ PR5), Liviane Freitas (Bolsista de Extensão UFRJ PR5), Ana Quintanilha (Bolsista de Extensão UFRJ PR5), Eduardo Cabral (Bolsista de Extensão UFRJ PR5), Jéssica Patrocínio (Bolsista de Extensão UFRJ PR5) e Diana Monteiro (Bolsista de Extensão UFRJ PR5). Além dos alunos do Ensino Médio e ex-alunos da Tenente Antônio, Mateus Viana e Genilson de Souza, ambos também com bolsa FAPERJ (Jovens Talentos). A professora Marcele, junto com a monitora Diana e os alunos do ensino médio, trabalham exclusivamente confeccionando oficinas para a escola Tenente Antônio. Os demais bolsistas trabalham realizando as oficinas nas visitas às escolas da 4ª CRE em geral.

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