Débora Motta
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O major Montenegro (o primeiro a partir da dir.) e a equipe da missão em Valença: uso do Vant para a segurança pública |
Uma tecnologia para veículos aéreos não-tripulados (Vants) desenvolvida no tradicional Instituto Militar de Engenharia (IME), com apoio da FAPERJ, pelo edital Prioridade Rio, foi utilizada mais uma vez para uma nobre missão: salvar vidas. Na última quarta-feira, 17 de outubro, o pequeno avião sem piloto sobrevoou a encosta da serra da Glória, em Valença, na região do Vale do Paraíba. O objetivo do voo foi produzir, do alto, imagens precisas e digitais do local, que está em “risco iminente de escorregamento” de terra, de acordo com a classificação da Defesa Civil.
A solicitação repentina para a utilização do Vant na missão partiu da própria Defesa Civil do Estado, segundo o coordenador do projeto, o major Jacy Montenegro Magalhães Neto, do IME. “Com base nas imagens aéreas adquiridas pelo Vant, foi tomada a decisão de desocupação do local, evitando assim a perda de vidas pelo deslizamento iminente da encosta”, conta. A avaliação das imagens registradas pelo avião não-tripulado foi realizada em conjunto, por técnicos do Departamento Geral de Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro (DGDEC/RJ), da Coordenadoria Regional de Defesa Civil, de Valença, e do Departamento de Recursos Minerais (DRM), o Serviço Geológico Estadual, localizado em Niterói.
A encosta da serra da Glória foi ocupada por pequenas propriedades rurais, construídas inadequadamente ao longo dos anos. Trata-se de famílias que sobrevivem de atividades relacionadas ao cultivo da terra e da criação de pequenos animais, mas que devem ser removidas do local imediatamente, para evitar o risco de soterramento. “Com base na avaliação técnica conjunta das imagens registradas pelo Vant, elaboramos uma recomendação de remoção das famílias para a prefeitura de Valença e para o Ministério Público. Eles devem autorizar e coordenar a desocupação da encosta”, diz Montenegro.
Essa não foi a primeira vez que o Vant foi utilizado para a segurança comum. O avião não-tripulado do IME esteve na Operação Serrana, realizada em janeiro de 2011, em Teresópolis e Nova Friburgo, para produzir imagens que poderiam ajudar no resgate a vítimas dos deslizamentos, que mataram oficialmente mais de 900 pessoas. Em setembro de 2011, o Vant do IME/FAPERJ foi utilizado na avaliação dos danos causados pelo incêndio que atingiu o parque de Três Picos,
De acordo com Montenegro, o diferencial da utilização do Vant para gerar imagens aéreas é a segurança que o veículo oferece, justamente por não ser tripulado. “Sobrevoar regiões de encosta, com muita turbulência, é difícil e exige muita abnegação. Sobrevoar uma área sujeita a operação de ocupação policial é o mesmo que se voluntariar como alvo-móvel. Com o Vant, não precisamos arriscar a vida de um piloto”, diz. “Além disso, o custo do combustível é zero devido à motorização elétrica, ao contrário do que acontece em um voo de helicóptero tradicional. O Vant deve ser um botão no manche [um controle apropriado para pilotar aviões] do piloto policial ou do piloto bombeiro, para quando for necessário poupar a vida da tripulação”, acrescenta.
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Encosta com "risco iminente de escorregamento" segundo imagem aérea feita na cidade de Valença pelo Vant desenvolvido no IME |
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