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Publicado em: 25/10/2012
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Aeronave sem piloto é utilizada em missão para evitar soterramentos em Valença

Débora Motta

 

                                                                                    Divulgação           
     
    O major Montenegro (o primeiro a partir da dir.) e a equipe 
    da missão em Valença:
 uso do Vant para a segurança pública  


Uma tecnologia para veículos aéreos não-tripulados (Vants) desenvolvida no tradicional Instituto Militar de Engenharia (IME), com apoio da FAPERJ, pelo edital Prioridade Rio, foi utilizada mais uma vez para uma nobre missão: salvar vidas. Na última quarta-feira, 17 de outubro, o pequeno avião sem piloto sobrevoou a encosta da serra da Glória, em Valença, na região do Vale do Paraíba. O objetivo do voo foi produzir, do alto, imagens precisas e digitais do local, que está em “risco iminente de escorregamento” de terra, de acordo com a classificação da Defesa Civil.

A solicitação repentina para a utilização do Vant na missão partiu da própria Defesa Civil do Estado, segundo o coordenador do projeto, o major Jacy Montenegro Magalhães Neto, do IME. “Com base nas imagens aéreas adquiridas pelo Vant, foi tomada a decisão de desocupação do local, evitando assim a perda de vidas pelo deslizamento iminente da encosta”, conta. A avaliação das imagens registradas pelo avião não-tripulado foi realizada em conjunto, por técnicos do Departamento Geral de Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro (DGDEC/RJ), da Coordenadoria Regional de Defesa Civil, de Valença, e do Departamento de Recursos Minerais (DRM), o Serviço Geológico Estadual, localizado em Niterói.

A encosta da serra da Glória foi ocupada por pequenas propriedades rurais, construídas inadequadamente ao longo dos anos. Trata-se de famílias que sobrevivem de atividades relacionadas ao cultivo da terra e da criação de pequenos animais, mas que devem ser removidas do local imediatamente, para evitar o risco de soterramento. “Com base na avaliação técnica conjunta das imagens registradas pelo Vant, elaboramos uma recomendação de remoção das famílias para a prefeitura de Valença e para o Ministério Público. Eles devem autorizar e coordenar a desocupação da encosta”, diz Montenegro.

Essa não foi a primeira vez que o Vant foi utilizado para a segurança comum. O avião não-tripulado do IME esteve na Operação Serrana, realizada em janeiro de 2011, em Teresópolis e Nova Friburgo, para produzir imagens que poderiam ajudar no resgate a vítimas dos deslizamentos, que mataram oficialmente mais de 900 pessoas. Em setembro de 2011, o Vant do IME/FAPERJ foi utilizado na avaliação dos danos causados pelo incêndio que atingiu o parque de Três Picos, em Nova Friburgo, região serrana fluminense. “Também participamos de missões militares simuladas com a Defesa Civil do RJ, além de termos cumprido missões de treinamento com Artilharia Antiaérea (EsACosAAe) e com o Centro de Avaliação de Adestramento do Exército (CAAdEx). Até o final de novembro de 2012, teremos treinado ou participado de missão real junto com o Batalhão de Operações Especiais, o Bope”, disse.

 

De acordo com Montenegro, o diferencial da utilização do Vant para gerar imagens aéreas é a segurança que o veículo oferece, justamente por não ser tripulado. “Sobrevoar regiões de encosta, com muita turbulência, é difícil e exige muita abnegação. Sobrevoar uma área sujeita a operação de ocupação policial é o mesmo que se voluntariar como alvo-móvel. Com o Vant, não precisamos arriscar a vida de um piloto”, diz. “Além disso, o custo do combustível é zero devido à motorização elétrica, ao contrário do que acontece em um voo de helicóptero tradicional. O Vant deve ser um botão no manche [um controle apropriado para pilotar aviões] do piloto policial ou do piloto bombeiro, para quando for necessário poupar a vida da tripulação”, acrescenta.   


 Divulgação
   
Encosta com "risco iminente de escorregamento" segundo imagem    
aérea feita na cidade de Valença pelo Vant desenvolvido no IME
 

Com 2,10 metros de envergadura, peso de cerca de 6,5 kg e motor de 32 cilindradas, o Vant alcança até 3.000 metros de altura durante o voo, que pode durar até 40 minutos. O pequeno avião não-tripulado é operado remotamente, de terra, e registra imagens em full hd. Os miniaviões contam com um sistema de zoom ótico, capaz de filmar uma placa de carro, por exemplo, a cerca de 500 metros de altura. Além de Montenegro, participam do projeto o técnico em eletrônica João Carlos José dos Santos e cerca de três alunos de graduação e pós-graduação do IME, que se revezam ano após ano.

O projeto dos Vants começou a ser desenvolvido no IME em 1999, por solicitação do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, o antigo Ministério da Casa Militar. Logo, o protótipo foi batizado de LANU, que significa, segundo Montenegro, “o pequeno aprendiz”, em hindu.

“No momento, sete Vants estão sendo desenvolvidos no IME. Três deles serão entregues ao Bope e um para a Defesa Civil, até o ano que vem”, diz o major. “Um será entregue à Artilharia Antiaérea e outro, provavelmente à Polícia Militar da Bahia, com o propósito de servir também como demonstrador de tecnologia. Os outros Vants serão utilizados para fins educacionais no IME, para que alunos e professores da instituição dominem cada vez mais essa tecnologia, de forma a contribuir para as necessidades do Centro Tecnológico do Exército em termos de capacitação de pessoal para projetos institucionais, e do País, em termos de independência tecnológica”, conclui.

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