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Publicado em: 04/10/2012
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Estudo investiga a relação entre apneia, hipertensão e disfunção vascular

Débora Motta

 

                                                                                   Divulgação/ UFRJ
           
         Paciente com hipertensão e apneia faz exame de pletismografia no
         Hospital Universitário da UFRJ, para avaliar a circulação sanguínea 
Ronco, noites mal dormidas e uma sensação recorrente de cansaço durante o dia seguinte. Esses são alguns sintomas da apneia, um distúrbio que provoca o bloqueio frequente da respiração durante o sono, pelo fechamento involuntário das vias aéreas, mais especificamente da glote. Esta doença do sono contribui para o surgimento da hipertensão, por aumentar o ritmo de funcionamento do coração, após a queda de oxigênio na corrente sanguínea, gerando taquicardia. Até aqui, essa relação entre as duas doenças já é conhecida pelos médicos.

 

No entanto, outro aspecto ainda pouco estudado pelos cientistas vem sendo investigado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF/UFRJ): a ocorrência de disfunções na microcirculação nos pacientes com hipertensão resistente, e que também sofrem de apneia. Trata-se de complicações nos pequenos vasos sanguíneos, que assim como a hipertensão e a apneia, também aumentam o risco de doenças cardiovasculares. Contemplado pela Fundação com o edital Apoio à Pesquisa Clínica em Hospitais Universitários, o projeto é coordenado pelo médico clínico e professor Gil Salles, que é Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ.   

 

Salles vem monitorando cerca de 450 pacientes que recebem atendimento regular no Programa de Hipertensão Arterial do HUCCF/UFRJ, criado em 1999. “Todos os pacientes que participam do projeto sofrem de hipertensão arterial resistente, um tipo de hipertensão crônica e de difícil controle. Alguns pacientes tomam três remédios diferentes para a pressão diariamente e mesmo assim não conseguem controlá-la”, explica o pesquisador, que coordena o projeto ao lado da médica cardiologista Elizabeth Muxfeldt, que também é Jovem Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ.

 

O primeiro passo foi diagnosticar quais pacientes, do grupo total de hipertensos resistentes, apresentam apneia do sono. “Já fizemos exames de polissonografia, utilizados para o diagnóstico da apneia, em todos os pacientes que estão sendo avaliados no âmbito do projeto. O exame requer que o paciente durma a noite inteira no hospital, período em que o sono é monitorado por equipamentos”, conta Salles.

 

 Divulgação/ UFRJ
       
 O professor Gil Salles (o terceiro, a partir da esq.) e a equipe,
 no HUCFF/UFRJ: pesquisa já apresenta resultados preliminares  
 
Um dado interessante encontrado pelo pesquisador foi o elevado número, dentro do grupo de 450 pessoas com hipertensão resistente que participam do estudo, de casos de apneia. “Vimos que cerca de 70% de todos os doentes com hipertensão resistente que estão sendo avaliados no estudo apresentam também apneia do sono, e entre estes, metade sofre de apneia moderada ou grave”, destaca Salles.

 

A pesquisa, que teve início em 2011 e deve durar três anos, já apresenta alguns resultados preliminares. “Parece que os pacientes que têm apneia, junto com hipertensão resistente, têm uma hipertensão de mais difícil controle do que aqueles que só apresentam hipertensão resistente, mas sem apneia”, resume o coordenador. E prossegue: “Os pacientes que têm, simultaneamente, hipertensão resistente e apneia parecem ter mais complicações ligadas à disfunção endotelial dos vasos sanguíneos do que aqueles nas mesmas condições, mas sem apneia.”

 

Para avaliar a relação entre a disfunção vascular e a hipertensão resistente, acompanhada da apneia, Salles e a equipe envolvida no estudo testam se a dilatação dos pequenos vasos sanguíneos nesse grupo de pacientes está normal ou alterada. “Para esses exames, são utilizados dois equipamentos adquiridos com verba da FAPERJ, um pletismógrafo e um Laser doppler. Eles servem para aferir o grau da dilatação da microcirculação. Quando a dilatação dos pequenos vasos é reduzida, é sinal de que o endotélio vascular, isto é, o tecido que reveste os vasos sanguíneos, está doente”, diz o pesquisador, lembrando que o pletismógrafo foi adquirido com apoio da Fundação, por meio do edital Pensa Rio, e o doppler por meio do edital Apoio à Pesquisa Clínica em Hospitais Universitários.

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