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Publicado em: 06/09/2012
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TV se faz em casa, no computador

Vinicius Zepeda

Reprodução

         
   Sistema permite ao usuário relacionar vários objetos de mídia
    ao mesmo tempo em computadores, tablets e smartphones


Nos dias de hoje, a criação de redes públicas de rádio e TV e os incentivos às pequenas produtoras através da TV Digital são algumas das iniciativas para democratizar os meios de comunicação. Ainda assim, os altos custos de criação e manutenção acabam concentrando a mídia nas mãos dos mais abastados, relegando aos pobres o papel de meros expectadores, nunca de protagonistas. Porém, com a popularização do uso da Internet, a situação vem mudando pouco a pouco. Um sistema de código aberto (middleware), com linguagem de programação gratuita e de fácil acesso, desenvolvido por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio), promete permitir que qualquer usuário de um computador tenha acesso a canais de TV Digital interativa. Também será possível que produtores de conteúdo criem seu próprio canal de TV digital interativa, como um serviço de televisão sob protocolo de Internet (IPTV). A iniciativa é desdobramento de uma série de estudos desenvolvidos e coordenados por Luiz Fernando Gomes Soares,  diretor do Departamento de Informática, da PUC-Rio, e Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ.

Imagem de alta definição, som límpido, sinal estável, vários canais e a possibilidade de se conectar com a Internet pela televisão. Essas vantagens da TV digital – um sistema de transmissão, recepção e processamento de sinais de alta definição, compactados em formato digital, que podem ser enviados via satélite, cabos e radiodifusão –, que também estão acessíveis pelo Ginga4WindowsCriado por pesquisadores da PUC-Rio, o Ginga permite ao usuário relacionar vários objetos de mídia no mesmo tempo e espaço, criando apresentações hipermídia, que permitem, inclusive, a chamada interatividade. "Além de disponibilizar filmes na rede, o usuário pode relacionar recursos, como fotografias, áudios e textos num programa televisivo", explica o coordenador adjunto do Laboratório de TeleMídia da PUC-Rio e professor da instituição, Márcio Moreno. "É como se, num filme, o usuário pudesse clicar na imagem de um ator e acessar mais informações sobre ele, seja em áudio, vídeo, texto ou fotografia, comprar objetos que o personagem está vestindo ou mesmo ver a filmografia. Esse entre outros recursos, de acordo com sua própria escolha", complementa.

Divulgação/CTC/PUC-Rio 

          

Estudos para implementação da TV Digital no país    
tiveram início no ano de 1994, por iniciativa da Abert


Márcio Moreno  – que durante a execução do projeto se tornou professor da universidade – adaptou o Ginga e a linguagem NCL para rodar em ambiente Windows, criando o Ginga4Windows. "Antes, o foco do sistema era para dispositivos de TV Digital com plataforma Linux, o que obrigava o usuário a ter um conhecimento mais específico em sistemas de computadores. Agora, com apenas dois cliques no mouse, é possível instalar o programa e começar a utilizá-lo", destaca. O projeto foi parte de seu estudo de pós-doutorado na PUC-Rio, sob a orientação de Luiz Fernando Gomes Soares e com recursos do edital de Apoio ao Pós-Doutorado no Estado do Rio de Janeiro (PAPDRJ), uma parceria da FAPERJ com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). "Moreno já havia sido orientado por mim no mestrado e no doutorado. Graças ao PAPD, mantivemos o ritmo de nossas pesquisas para podermos desenvolver uma tecnologia como essa", complementa Soares. Até o final do ano deverá ser lançada uma versão do Ginga para rodar em computadores MAC.


Desmitificando a TV Digital

Há mais de 20 anos que o assunto TV Digital é comentado nas instituições de ensino e pesquisa pelo mundo afora e entre os fanáticos por novas tecnologias. Porém, de concreto, pouco sabemos sobre o tema, restrito ao ambiente acadêmico de ensino e pesquisa e ainda longe de se tornar acessível para a população brasileira em geral. O diretor do Departamento de Informática da PUC-Rio, Luiz Fernando Soares, explica que, apesar de já dispormos de tecnologia necessária para transformar o protótipo em produto e colocá-lo no mercado, a falta de um acordo entre empresas rádiodifusoras impede que o tema se torne realidade nos lares brasileiros.

Divulgação/PUC-Rio 

         
     Luiz Soares lidera grupo de
     pesquisas sobre TV Digital

Para Soares, um caminho seria a TV Brasil (antiga TV Educativa) implantar o padrão digital na transmissão de TV aberta no país. Uma vez que isso ainda não acontece, ele destaca a importância do Ginga4Windows. "Enquanto a burocracia e a falta de consenso impedem que o padrão digital se torne realidade na transmissão aberta e a cabo no país, o software permite que, no ambiente virtual, a teoria se torne prática", complementa. O pesquisador afirma ainda que, ao estabelecer uma linguagem gratuita e de fácil acesso ao leigo, o sistema torna possível a produção e a distribuição de conteúdo para a TV Digital – mesmo que por enquanto somente via internet – para TVs comunitárias, emissoras públicas, Pontos de Cultura e telecentros.

Os estudos para a implantação da TV Digital no País começaram em 1994 por iniciativa da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). Em 1998, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) passou a incentivar os testes. Decreto assinado pelo presidente Lula em 27 de novembro de 2003 determinou a criação do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD). Este foi o primeiro passo para a adoção da TV Digital no País. Daí em diante, em vez de copiar os sistemas já existentes no mundo afora para navegação pelas múltiplas possibilidades de programação que o usuário encontra na TV Digital, o Brasil optou por criar seu próprio sistema e sua linguagem, o que resultou no Ginga e na linguagem NCL. "Vale destacar que hoje os dois são adotados em 12 países latino-americanos: Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Suriname, Chile, Costa Rica e Nicarágua", afirma Luiz Soares. Além disso, o sistema Ginga e a linguagem NCL tornaram-se padrão adotado pela União Internacional de Telecomunicações (ITU, da sigla em inglês) – agência das Nações Unidas responsável pelo estabelecimento de padrões para as tecnologias de comunicação e informação. "Esta é a primeira vez que nosso país tem na área de tecnologia da informação, uma inovação adotada mundialmente", destaca.

Como instalar

Fazer uso do software é ainda mais fácil. Ele vem com um instalador compactado em um arquivo de 41,6MB e pode ser baixado no site gingancl.org.br, clicando em Tools e Exhibition Tools. Com isso, surge uma pequena janela onde se deve clicar em File /Open para abrir o aplicativo que se deseja executar. Antes, porém, é necessário baixar os aplicativos NCL para experimentar o Ginga4Windows. Para baixá-los, basta visitar o Clube NCL (http://clube.ncl.org.br/) e consultar os aplicativos na coluna Featured, à esquerda.

Tamanha facilidade certamente agradará gregos e troianos. Aos interessados, basta correr para o PC, e, quem sabe, criar sua própria programação e jogar na rede...

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