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Publicado em: 03/05/2012
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Entre a música e a tradição: projeto preserva cultura de cidades

Danielle Kiffer

 

Micael Herschmann/ UFRJ 

   

   Uma das muitas serestas que marcam a vocação 
       de Conservatória, na Casa de Cultura local

Das serenatas às manifestações de origem africana, os distritos de Conservatória, Ipiabas e entorno guardam riquíssimas  raízes culturais. Para estudar estas riquezas culturais e cooperar para manter as tradições de cada cidade, o professor Idemburgo Frazão, da Universidade do Grande Rio (Unigranrio), desenvolveu o projeto “Memória e Identidade: estudo da relação da representação social das manifestações musicais com o cotidiano de Conservatória, Ipiabas e região.”

“Ao estudar a tradição dessas localidades junto a antigos e jovens moradores, pretendemos, por meio de oficinas e atividades culturais, fortalecer o encontro entre modernidade e tradição”, conta o pesquisador. Para o estudo, contemplado pela FAPERJ no edital de Apoio a Projetos de Extensão e Pesquisa, Idemburgo tem visitado constantemente os dois distritos. Neles, além de observar e conversar com moradores, aplica também o questionário elaborado para avaliar o que crianças e jovens da cidade  pensam sobre a manutenção das antigas tradições locais. Entre as questões sobre gostos musicais e sobre os tesouros culturais da cidade, perguntava-se também sobre suas perspectivas para o futuro.

Conhecida como a capital da seresta, Conservatória tem mobilizado esforços para manter viva sua tradição musical. “Foi uma boa surpresa observarmos o trabalho dos próprios moradores em estender as serenatas entre os mais jovens. Eles já contam com um projeto local, chamado Conservatória meu amor, criado para preservar as serestas, que se tornaram um ponto importante para o turismo local, valorizam e divulgam a cidade. E ensinar às crianças a cantar e tocar essas músicas”, conta Idemburgo.

Segundo o pesquisador, é pelos mais jovens que se pode perceber como estão os laços entre passado e futuro. “No caso de Conservatória, a maioria das crianças respondeu que o maior bem da cidade é a serenata, o que já era previsto”, diz. Porém, quando questionados a respeito do futuro, muitos responderam que querem estudar e trabalhar fora, para só voltar quando estiverem bem mais velhos. “Isso mostrou o quanto são importantes projetos para a fixação dos jovens na região”, pondera.

Com base nisso, Idemburgo desenvolveu oficinas de composição de letras musicais e poesias para jovens, a fim de despertar-lhes o interesse pela a seresta e levá-los a participem mais da vida cultural da cidade. Para os idosos, o objetivo foi o de simplesmente aprimorar suas atividades musicais.

Em Ipiabas e entorno, o que surpreendeu foi a diferença cultural existente entre as duas cidades, distantes apenas 15 km uma da outra. Ali, os pesquisadores perceberam entre os moradores a predominância de práticas culturais africanas. “Vimos que a maioria das crianças e dos jovens se divertem jogando capoeira, embora não a identifiquem como prática cultural, talvez por ser algo para eles corriqueiro”, conta.

 Divulgação
    
     Idemburgo em uma das oficinas musicais em Conservatória           
Entre os jovens de Ipiabas, as respostas também foram bastante diferentes das de Conservatória. “Em Ipiabas, observamos que a cidade tem um vínculo forte com a cultura africana. É nisso que vamos trabalhar com a população. Parte dos moradores tem demonstrado um grande interesse nesse trabalho, já que entendem que tudo isso é positivo, inclusive, para o turismo local”. 

Integrante da equipe, a  historiadora Jacqueline Lima, da Unigranrio, especializada em monumentos, tem feito um levantamento em Ipiabas para mostrar a história da cidade para as crianças. No trabalho, ela já identificado pontos de interesse, como uma igreja erguida no final do século XIX, durante o período cafeeiro, que representou um maior desenvolvimento para a cidade; e a primeira escola da região. Outro integrante do grupo, o teólogo José Geraldo da Rocha, especializado em tradições africanas e também da Unigranrio, vem levantando a presença de cultura africana na região, como grupos de jongo em determinadas comunidades do município de Barra do Piraí, a que Ipiabas pertence. Na etapa seguinte, em oficinas, se  explicará a importância, origem e história destas práticas de origem africana.

O projeto de Idenburgo foi inspirado em duas atividades promovidas pela Unigranrio: o Festival de Serestas Sílvio Caldas, destinado a homens, e o Festival de Serestas Chiquinha Gonzaga, para mulheres. Estes dois eventos são realizados há mais de dez anos na própria universidade e reúnem participantes de todo o estado. As etapas finais, no entanto, acontecem nas duas cidades. As próximas serão neste sábado, 5 de maio.

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