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Publicado em: 19/04/2012
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Surfando nas ondas do noticiário no rádio

Paul Jürgens

                               Reprodução            
    
   Obra reúne 22 textos sobre a
   trajetória do radiojornalismo
A "mágica" das transmissões radiofônicas continua intacta e muita viva, mesmo depois do advento da televisão e, mais recentemente, da Internet. O rádio continua reinando, solene, em lares, automóveis, bares e biroscas, nas periferias das grandes cidades, no interior e mesmo em computadores, por meio das web rádios, as rádios on-line. Em anos recentes, ganhou novo fôlego com o surgimento das estações dedicadas exclusivamente à informação e ao conteúdo de caráter jornalístico. O caminho trilhado, contudo, foi longo e repleto de eventos, alguns deles marcantes na história do País.

Em 70 anos de Radiojornalismo no Brasil – 1941-2011 (Editora EdUerj, 384 pág.), ao ler a coletânea de textos organizada por Sonia Virgínia Moreira, o leitor tem a oportunidade de conhecer a trajetória do noticiário, pelas ondas eletromagnéticas, ao longo de sete décadas. Das primeiras leituras do que havia sido publicado nos jornais do dia à instantaneidade da reportagem ao vivo nos dias atuais, o livro traça um amplo panorama dessa mídia que mantém lugar cativo na rotina de muitos brasileiros. Tomando como ponto de partida as primeiras transmissões do Repórter Esso pelas ondas médias e curtas da Rádio Nacional, em agosto de 1941, o volume proporciona um mergulho no universo do radiojornalismo. Um período marcado por momentos históricos, do qual o rádio foi partícipe, como o anúncio do fim da Segunda Guerra Mundial e as transmissões da Copa de Mundo de 1950, realizada no País.

"Reunimos textos que dificilmente circulariam fora de uma coletânea desse gênero", explica Sonia, doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). "Entre os profissionais do rádio, a procura e o interesse por estudos em nível de pós-graduação é recente, e a produção acadêmica só agora começa a ter visibilidade. Assim, reunimos textos em resumos ou partes de teses e dissertações, meio esquecidos por seus autores, que dificilmente circulariam", acrescenta a professora da Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Sonia lembra de sua passagem pela Rádio JB-AM, do Jornal do Brasil, que dos anos 1960 aos 1980 foi referência importante do radiojornalismo brasileiro. Ela lembra que, ainda sob o regime de exceção, a censura no rádio, diferente dos impressos, se estendeu até o final dos anos 1970, seu final coincidindo com a Lei da Anistia. "Na redação da Rádio JB, recebíamos telefonemas dos censores dizendo que não podíamos informar, por exemplo, a realização de uma determinada manifestação", conta. "Aos ouvintes, dizíamos, então, que o trânsito estava complicado num determinado local, como forma de burlar as ordens passadas pelos agentes", lembra a pesquisadora.

Contemplado no Programa de Auxílio à Editoração (APQ 3), a obra reúne 22 textos, abordando aspectos diversos do radiojornalismo, desde, por exemplo, "O discurso de resistência à censura da Rádio Jornal do Brasil AM", da jornalista e pesquisadora Ana Baumworcel da Universidade Federal Fluminense (UFF), até "Radiojornalismo comunitário: limitações e possibilidades", de Dioclécio Luz, da Universidade de Brasília (UnB), passando por "Entre o gilete press, o press release e a Internet: os jornalistas e a produção da notícia no rádio do sul da Bahia", da pesquisadora Eliana C. P. Tenório de Albuquerque, professora do curso de Comunicação, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus (BA). Como se vê, um retrato amplo e rico de detalhes sobre uma das mídias que resistiu à passagem do tempo e soube se reinventar, adaptando, sempre que necessário, sua linguagem para manter o prestígio e um público fiel.

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