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Publicado em: 29/03/2012
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Um pouco de gás para diminuir os poluentes da queima do diesel

Elena Mandarim

 Divulgação

 
  Controlado por aparelho eletrônico, o kit programa a mistura
  de diesel e gás, de modo a manter a potência do motor
Já imaginou um caminhão chegar ao aterro sanitário para despejar o lixo e lá mesmo abastecer o tanque do veículo com um biogás produzido a partir de dejetos? Pois o empresário Luiz Felipe Herrmann Telles Pereira, idealizador da Incisa Bioenergia, está desenvolvendo um sistema capaz de usar a mistura diesel mais biogás ou gás natural para alimentar motores de grande porte. O projeto prevê ainda a oferta de toda uma infraestrutura de abastecimento, criada especificamente para cada empresa, levando em consideração o tipo de serviço que presta e a logística de sua frota de caminhões ou ônibus. Para Luiz Felipe, a proposta, contemplada no edital Prioridade Rio, da FAPERJ, é um passo importante para reduzir o uso do diesel que, consideravelmente, gera mais poluentes do que outros combustíveis. Entre eles, os compostos de enxofre, que provocam irritação dos olhos, tosse, problemas respiratórios, edema pulmonar, danos no fígado e rim, entre outros.

O kit diesel-gás, como é chamado, será completamente controlado por um aparelho eletrônico instalado no interior do veículo. Seu software será programado para sempre adaptar a mistura de combustíveis às necessidades do motor. O objetivo, segundo Luiz Felipe, é substituir a maior porcentagem de diesel possível, sem que o veículo perca potência. "É sabido que a combustão do gás gera menos energia aos motores quando comparado a outros combustíveis. Em uma ladeira, por exemplo, o aparelho pode comandar a redução da quantidade de gás à medida que o motor vai exigindo força, até mesmo chegar a zero e funcionar só com diesel", exemplifica o empreendedor.

Luiz Felipe conta que, no momento, estão em busca de uma empresa de eletrônica capaz de fabricar essa central eletrônica. Ele ressalta que já existem tecnologias para injetar gás no motor e para administrar a mistura às exigências do maquinário. "O que falta agora é juntar tudo e adequar aos motores de grande porte." Como cada um é diferente e precisa de um kit específico, o objetivo da empresa é desenvolver, primeiramente, para os três modelos mais frequentes no mercado fluminense que são os da Mercedes, da Scania e da Volvo.

Oferecer a infraestrutura de abastecimento, mais do que um diferencial, é uma necessidade, conforme explica o empreendedor: "Por sua altura, caminhões e ônibus não teriam como entrar na maioria dos postos. Além disso, as bombas de gás atualmente só têm pressão suficiente para encher os cilindros dos carros de passeio, algo em torno de16 m3, enquanto os de veículos de grande porte têm no mínimo 100 m3."

Por uma parceria com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), a Incisa Bioenergia passou a dominar a técnica de produção de biogás, neste caso, a partir do esgoto. O gás natural renovável produzido na estação de tratamento da Cedae é utilizado em um gerador de energia elétrica que abastece 10% da própria estação. "Nossa ideia é, no momento de montar a infraestrutura de abastecimento, criar também estruturas de produção do biocombustível sempre que possível. Para uma transportadora, por exemplo, que leve cana de açúcar para usinas no norte do estado, podemos propor uma central de produção de biogás a partir da vinhaça – resíduo líquido resultante do final do processo de produção de álcool nas usinas", aposta o empreendedor.

Para Luiz Felipe, a redução do uso de diesel está em acordo com as propostas de preservação do meio ambiente. Contudo, não adianta oferecer uma inovação às empresas, se isso não for economicamente mais interessante. "Acreditamos que, com a exploração do pré-sal, o Rio de Janeiro será um grande produtor de gás natural, com consequente redução dos preços. Fora que qualquer empresa se beneficia quando busca aliar desenvolvimento com sustentabilidade".

Em junho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro recebe a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, com o objetivo de renovar o compromisso político do mundo com o desenvolvimento sustentável. "Apesar de apenas 14% do total da frota brasileira serem constituídos por ônibus e caminhões, esses veículos percorrem distâncias médias bem maiores do que os carros de passeio e são os maiores responsáveis pela poluição do ar. Qualquer redução da emissão de gases poluentes, o que é observado com o uso do gás natural, se torna uma medida importante para diminuir os efeitos do aquecimento global e da destruição do meio ambiente. Mais do que apenas sediar a Rio+20, podemos mostrar que o Brasil está empenhado em mudar, ou pelo menos atenuar, os prejuízos causados pelas ações humanas", conclui Luiz Felipe.

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