Débora Motta
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Manteiga enriquecida com CLA pode ser, no futuro, uma aliada na prevenção de doenças cardiovasculares |
O objetivo da pesquisa, contemplada pela FAPERJ com o edital de Apoio às Instituições de Ensino e Pesquisa Sediadas no Estado do Rio de Janeiro, é analisar as propriedades da manteiga produzida a partir da gordura de leite enriquecida com CLA. Essa gordura é proveniente da Embrapa Gado de Leite, em Juiz de Fora. Na instituição mineira, pesquisadores parceiros do projeto manipulam a dieta de vacas mestiças, pela adição de óleos vegetais ricos em ácido linoléico à ração. Tudo para oferecer uma alimentação capaz de aumentar a concentração de CLA no leite produzido pelas vacas.
“A primeira etapa do projeto é testar uma alimentação para o rebanho que seja eficaz para favorecer o enriquecimento do leite com o CLA, em uma quantidade maior e mais adequada para que ele traga benefícios à saúde”, conta Rosemar. Além de aumentar a concentração do CLA, a dieta do gado torna toda a gordura do leite mais balanceada. “A dieta oferecida às vacas também modifica o perfil dos ácidos graxos saturados do leite, associados à ocorrência de doenças cardiovasculares”, completa.
A segunda etapa do estudo está em curso no Laboratório de “leos Graxos da Embrapa Agroindústria de Alimentos, em Guaratiba, zona oeste do Rio. Lá, a equipe coordenada pela pesquisadora Rosemar Antoniassi prepara a manteiga – com a gordura enriquecida com CLA proveniente da Embrapa Gado de Leite – e vem fazendo um trabalho de análise química e nutricional do produto. “Estamos avaliando a composição da manteiga, quantificando os ácidos graxos, os teores de CLA e de colesterol, e também testando a estabilidade oxidativa da manteiga, isto é, a durabilidade que a manteiga enriquecida com CLA teria se chegasse às prateleiras dos mercados”, detalha.
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Cromatógrafo gasoso: equipamento da Embrapa serve para a análise de ácidos graxos da manteiga com CLA |
Por enquanto, os testes estão sendo realizados em escala laboratorial. Mas para a engenheira de alimentos, a pesquisa antecipa uma tendência de mercado. “Embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, ainda não permita a atribuição de propriedades funcionais ao CLA nos produtos alimentícios nacionais, é comum na Europa a comercialização de diversos produtos lácteos enriquecidos com CLA. Essa tendência deve se repetir no Brasil, no futuro”, aposta Rosemar, sem esquecer de citar o apoio da FAPERJ para a compra de equipamentos e insumos ao Laboratório de “leos Graxos da Embrapa Agroindústria de Alimentos.
Além de Rosemar Antoniassi, participam do projeto os pesquisadores Fernando César Lopes e Marco Antonio S. Gama, da Embrapa Gado de Leite, que são especialistas nos ensaios com vacas leiteiras, e os especialistas nas análises químicas Humberto Bizzo R. Bizzo e Adelia F. Faria-Machado, da Embrapa Agroindústria de Alimentos.
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