Vinicius Zepeda
Divulgação/Uenf |
Verônica Cândido mostra o corpo de prova (E), feito no Lamav, e o adoquim (D); feito na Arte Cerâmica Sardinha |
Produto será comercializado industrialmente nos próximos meses
Carlos Maurício Fontes Vieira destaca a aplicação do estudo na inovação tecnológica das indústrias da região. "Nossa parceria com as cerâmicas da região, como a Stilbe e a Arte Cerâmica Sardinha, possibilita alcançar todos os estágios de um projeto de inovação tecnológica com produção final em escala industrial. O adoquim será utilizado em um dos pátios da Uenf e em cerca de dois meses a Arte Cerâmica Sardinha vai iniciar sua comercialização", explica. Ele ainda destaca outra parceria do Lamav/Uenf com a Arte Cerâmica Sardinha, apoiada pela modalidade Auxílio a Projetos de Inovações Tecnológicas (ADT 1), da FAPERJ. "Até o meio do ano estaremos comercializando uma telha desenvolvida pelo processo de extrusão, tecnologia colombiana que garante uma alta produção com menor custo e mesma qualidade que o método comumente utilizado", destaca.
Vieira ainda coordenou dois outros projetos, já em fase final de apresentação de resultados. O primeiro, com recursos do edital de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional no Estado do Rio de Janeiro, consiste em desenvolver produtos de cerâmica vermelha utilizando resíduos siderúrgicos. Com o apoio do Programa de Apoio a Núcleos Emergentes de Pesquisa (Pronem), o grupo está utilizando resíduos de serragem de rochas ornamentais de Santo Antônio de Pádua para preparar massa de adoquim. "Este último projeto conta com parcerias com pesquisadores de diversas instituições: Lamav/Uenf, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), unidade Campos do Instituto Federal Fluminense (IFF-Campos), e do Laboratório de Engenharia Civil da Uenf", complementa.
Piso de adoquim dispensa necessidade de pinturaVerônica explica que outra vantagem do pavimento intertravado (adoquim) em relação ao confeccionado com concreto é dispensar a necessidade do uso de corantes. "Ele possui um aspecto rústico muito valorizado atualmente no mercado e uma coloração natural que pode variar de vermelha à cinza, de acordo com o tipo de argila utilizada na composição da massa. "Testes em escala laboratorial também provaram a resistência do material superior a 50 MPa (megapascais) – medida de resistência suficiente para estradas e pavimentos de tráfego pesado", acrescenta.
A produção de cerâmica vermelha no município de Campos varia de acordo com a época do ano e é regulada pelas leis do mercado. Calcula-se que atualmente ela gire em torno de 70 milhões de peças por mês, como blocos de vedação, blocos para lajes, telhas, pisos extrudados, plaquetas de revestimento, bloco estrutural e tijolos aparentes. A fabricação do adoquim vai possibilitar a diversificação da produção cerâmica local, com a fabricação de um produto de elevado valor agregado. Além disso, o uso do chamote na composição da massa cerâmica vai possibilitar a valorização de um resíduo que é geralmente descartado.
Igualmente com apoio da Fundação e sob a orientação de Vieira, a engenheira ambiental Regina Maria Pinheiro cursou doutorado em Ciência dos Materiais na Uenf. Sua tese também buscou a produção do adoquim, mas além de produzir em escala industrial, Regina verificou algumas de suas propriedades, como sua resistência à abrasão e ao ataque químico.
Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes