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Publicado em: 17/11/2011
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Biologia é a maior diversão

Vinicius Zepeda

     Divulgação/UFF

         
         Estudantes do CIEP 122 com o aparelho de Stanley Miller


O pai toma café da manhã com o filho enquanto a empregada comenta que o leite azedou de novo. O patrão, biólogo e professor universitário, então, pergunta, em tom provocativo, por que motivo. Desafiada, ela responde que é por causa do tempo. "Mas o que teria no tempo que azeda o leite?", questiona o patrão. Preocupada, ela formula uma nova resposta: deve ser a colher suja. Todos na mesa se entreolham e a criança se defende. Finalmente, surge a hipótese da contaminação por micro-organismos. É a vez da empregada indagar:  mas o que são micro-organismos? A cena descrita acima faz parte de um dos quatro vídeos da série educativa "Quem foi que disse", voltada para ajudar estudantes do ensino médio e universitários, e seus professores, a debaterem temas ligados ao conceito biológico da vida e seu surgimento. O projeto, coordenado pelo biólogo, pesquisador e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Luiz Antonio Botelho de Andrade (que faz o papel do pai de família no filme), contou com o auxílio do edital Apoio à Produção de Material Didático, da FAPERJ.

Andrade volta a atuar como pai de família num segundo filme da série. Neste, ele está em casa enquanto a filha assiste ao telejornal. Ela então fala sobre escavações na fazenda do seu Damasceno, compadre dele na história, onde foram encontrados vestígios de ossadas humanas. A partir daí, a discussão caminha para a pré-história da humanidade, passa pela hipótese das migrações humanas pelo Estreito de Bhering, chegando à descoberta do fóssil mais antigo de mulher já encontrado no Brasil, batizado de Luzia, achado em Minas Gerais e com cerca de 10 mil anos. Para o biólogo, o cinema é uma das mais eficazes e persuasivas formas de comunicação de massa e deve ser utilizada no processo ensino/aprendizagem. "Esta utilização pode ser ainda potencializada, hoje, com o uso da internet, das tecnologias digitais, celulares com câmeras, entre outros", destaca. Até o momento, sua equipe  disponibilizou quatro filmes educativos num canal do Vímeo – site de compartilhamento de vídeos na internet. No filme Quem foi que disse: sobre a origem da vida, alunos do CIEP 122 e  de outras escolas do município de São Gonçalo, vizinho a Niterói, atuaram no filme.

Não foi surpresa a alegria dos estudantes quando a equipe retornou em duas oportunidades ao CIEP 122 para fazer palestras sobre a origem da vida e para mostrar o filme do qual eles haviam participado. Em uma dessas visitas, o professor Luiz Andrade doou ao laboratório da escola um aparelho de Stanley Miller – aparato similar àquele criado pelo cientista na década de 1950, utilizado para simular as condições da Terra primitiva, obtendo, através da experiência, a síntese de aminoácidos, constituintes naturais das proteínas. "O aparelho é utilizado no filme", lembra Andrade. A ideia inicial seria gravar os vídeos em DVD e distribuir pelas escolas públicas de todo o estado do Rio de Janeiro. "Como não tínhamos recursos suficientes, surgiu a possibilidade de disponibilizarmos o material na internet. Mesmo assim, distribuímos DVDs para os participantes do filme (mais de cem) e para muitos professores de escolas públicas", acrescenta.

Divulgação/UFF 
      
Num segundo filme, ossadas humanas encontradas numa
escavação
 servem de mote para falar sobre a pré-história


Luiz Andrade aponta algumas vantagens em agrupar os filmes no portal de compartilhamento de vídeos Vímeo. "Este canal nos permite verificar o acesso, postar novos filmes e ao mesmo tempo, fazer novos ajustes que melhorem o material ali disponibilizado", recorda o pesquisador. Para ele, as críticas são necessárias e bem-vindas. "A principal delas, apontada por alguns estudantes e professores, se refere às passagens mais lentas, com falas ainda longas. Nosso principal desafio é encontrar o equilíbrio entre o conteúdo científico debatido e a dinâmica própria do cinema", complementa.

Andrade destaca o uso dos filmes no Colégio Nossa Senhora das Mercês (Niterói), no CIEP 122 e para as crianças do Projeto Educacional Grael (Niterói). "Além disso, os filmes foram veiculados no canal universitário da UFF (Unitevê) por duas semanas consecutivas", recorda. Ele comenta ainda que o link dos filmes foi enviado para todas as secretarias de educação dos municípios do estado do Rio de Janeiro. "Apesar disso, ainda não temos uma pesquisa sistemática para saber como este material tem sido utilizado nas escolas fluminenses", admite o biólogo.

Para dar suporte à utilização dos filmes, a equipe de Andrade elaborou dois blogs educativos, um livro de divulgação científica e um segundo livro, previsto para ser lançado no final deste ano. O blog "Quem foi que disse" contém imagens e discussões acerca da série educativa, além de textos de apoio aos temas ali debatidos. Já o blog intitulado "Conhecer e conhecimento" apresenta textos voltados para estudantes universitários e professores da área.

Em parceria com o colega Edson Pereira da Silva, do Departamento de Biologia Marinha da UFF, Luiz Andrade lançou o livro de divulgação científica "Porque as galinhas cruzam as estradas", onde o conceito biológico de vida e sua origem é debatido. "O outro livro, Para um estudante de biologia saber, iniciativa institucional apoiada pela UFF, com lançamento previsto para dezembro de 2011, aborda os temas: origem da vida, célula e organismo, genes e herança, evolução, espécie, ecologia e ecologismo, biologia e conhecimento, e biologia e sociedade, em duas versões, eletrônica e impressa", afirma Andrade. Aprender Biologia não precisa ser chato, pode ser a maior diversão.

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