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Publicado em: 29/09/2011
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Projeto leva proposta diferenciada de orientação vocacional a comunidades


Débora Motta

 

                                                                                               Divulgação          
 
  A partir da esq., as estagiárias Ana Castro e Flávia Lisboa, ao lado do
  professor Pedro Paulo Bicalho, de vermelho: equipe reunida na UFRJ
 
A escolha da profissão costuma trazer angústia para muitos jovens às vésperas do vestibular. Nesse momento da vida, que parece crucial para os mais aflitos, ter acesso a um programa de suporte psicológico pode ser a chave para o autoconhecimento e, consequentemente, para uma tomada de decisão mais consciente. Um projeto do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenado pelo professor Pedro Paulo Bicalho, vem oferecendo a diversos estudantes, incluindo alunos de pré-vestibulares comunitários, uma proposta gratuita e diferenciada dentro do campo de orientação vocacional.   

 

Diferente dos métodos de orientação vocacional tradicionais, que tinham como enfoque longos questionários que sugeriam as áreas de maior aptidão profissional, o intuito do projeto vai além da escolha objetiva de uma carreira. “Durante os encontros dos grupos, a dificuldade em escolher uma profissão é um gancho para trabalhar a dificuldade do estudante de fazer as escolhas da vida, em geral”, explica o professor. Por acreditar na transformação permanente do sujeito e das profissões, ele acredita que a vocação não pode ser enquadrada em perfis rígidos, baseados apenas nas supostas áreas de maior interesse. “Não temos a intenção de indicar uma receita pronta de como escolher a carreira mais adequada. O enfoque não é apenas a profissão a ser escolhida, mas todas as questões que afetam o estudante no processo de escolha, como a família e o mercado de trabalho”, justifica.  

 

A “pesquisa-intervenção” está disponível aos estudantes dos pré-vestibulares das organizações não-governamentais Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (Ceasm) e Redes de Desenvolvimento da Maré (Redes); da Escola Municipal Odilon de Andrade, em Olaria; do Colégio Pedro II, de Niterói; e para o público interessado, na Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ, campus da Praia Vermelha. A pesquisa é um desdobramento do projeto contemplado pela FAPERJ, em 2008, com o edital de Apoio a Grupos Emergentes de Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – coordenado pela professora Anna Paula Uziel, que  entre os integrantes da equipe teve o professor Pedro Paulo Bicalho. Atualmente, a Fundação vem contribuindo para a iniciativa com bolsas de Iniciação Científica.

 

Prêmios da Abep e do CRP-RJ

 

Uma das estudantes de psicologia que recebeu bolsa de Iniciação Científica da Fundação, em 2010, foi Flávia de Abreu Lisboa, sob orientação do professor Pedro Paulo Bicalho. Como outros estagiários da equipe, ela atua como facilitadora dos encontros semanais de orientação vocacional, que são divididos em três etapas. “Primeiro, realizamos uma entrevista individual para levantamento das demandas envolvidas no processo de escolha da profissão. Depois, realizamos aproximadamente dez encontros em grupo, em que os estudantes compartilham seus dilemas com todos e, por fim, entregamos um laudo psicológico com análise das questões que surgiram durante o trabalho”, detalha.

 

Pelo empenho no projeto, Flávia Lisboa foi a única estudante fluminense entre os vencedores da 5 edição do Prêmio Silvia Lane, oferecido em 2011 pela Associação Brasileira de Ensino em Psicologia (Abep), ficando em quarto lugar na categoria Relatório de Estágio. Outra recompensa por seu trabalho foi o primeiro lugar, pela categoria Estudantes, no IV Prêmio Margareth Paiva de Psicologia e Políticas Públicas, com artigo assinado com Aline Gomes de Carvalho e Ana Chacel de Castro, que também receberam bolsas de Iniciação Científica da FAPERJ. O prêmio é oferecido pelo Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ).  

 

Impactos sociais

 

Para Flávia Lisboa, a possibilidade de compartilhar as dificuldades dos moradores de comunidades no processo de escolha profissional tem sido uma experiência gratificante. “Durante o trabalho, vivenciamos as dificuldades de pessoas com realidades sociais bem diferentes, sejam jovens recém-formados que estão procurando sua inserção no mercado ou aqueles que terminaram a escola há algum tempo e estão repensando suas trajetórias profissionais. Essa diversidade de perfis daqueles que passam pelo projeto é enriquecedora”, conta.

 

A perspectiva social do projeto – intitulado “Construindo um processo de escolhas mesmo quando escolher não é um verbo disponível” – também é compartilhada pelo professor Pedro Paulo Bicalho como um dos pontos fortes. “Colocar a psicologia a serviço de moradores de comunidades, como a da Maré, é entender que a universidade pública tem um compromisso com toda a sociedade. A extensão universitária é um pilar fundamental do conhecimento acadêmico”, afirma o psicólogo. “Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades. Potencializar a capacidade de fazer escolhas é abrir novas possibilidades de vida”, conclui.

 

O projeto resultou na criação da disciplina Análise do Vocacional, que é um dos diferenciais da grade curricular do Instituto de Psicologia da UFRJ. Desde seu início, em 2006, já passaram pelo projeto 41 alunos de graduação e um aluno de mestrado do programa de pós-graduação em Psicologia; e de um aluno do ensino médio, do Colégio Pedro II, de Niterói, que também conta com bolsa de iniciação científica. Além da FAPERJ, o projeto conta com bolsas do Pibex/UFRJ, do Cenpes/Petrobras e do Pibic/CNPq. 


Sobre o programa de Iniciação Científica da FAPERJ

 

De acordo com o assessor da diretoria científica, Caio Meira, o apoio da FAPERJ com a concessão de bolsas de iniciação científica para o projeto é uma oportunidade de formar novos talentos para a pesquisa acadêmica. “O programa de iniciação científica da Fundação tenta identificar competências científicas nos primeiros momentos da graduação, estimulando os jovens a ter presença ativa nos projetos de pesquisa”, resume. Por ano, a Fundação concede cerca de R$ 4,5 milhões para o programa, em todas as instituições de ensino e pesquisa do estado do Rio de Janeiro. Nos últimos 12 meses, foram 2.019 bolsistas contemplados.

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