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Publicado em: 22/09/2011

CD coloca música brasileira para fagote em destaque

Débora Motta

Silvana Marques

O professor Aloysio Fagerlande, com o seu  fagote: CD visa popularizar o instrumento

Considerado o mais grave instrumento de madeira da família dos sopros, o fagote ainda é pouco conhecido pelo grande público no País. Para ajudar a popularizar obras brasileiras compostas especialmente para esse instrumento, típico de orquestras e grupos de música de câmara, o professor e fagotista Aloysio Fagerlande, da Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EM/UFRJ), coordenou um projeto que resultou na gravação do CD Música Brasileira de Concerto para Fagote – vol. I, com apoio do programa de Auxílio à Editoração (APQ 3) da FAPERJ.  O concerto de lançamento do CD, que terá entrada franca, será realizado no dia 29 de setembro, às 18h30, no Salão Leopoldo Miguez da Escola de Música da UFRJ (Rua do Passeio, 98 – Lapa).

 

O repertório valoriza obras para fagote solista e orquestra de câmara pouco conhecidas e compostas, exclusivamente, por músicos que tiveram, de alguma forma, trajetórias profissionais relacionadas à Escola de Música da UFRJ. São professores, ex-professores e alunos da instituição que representam, nas sete composições do disco, diferentes estilos e épocas. “Nomes importantes da composição de música de concerto brasileira que passaram pela Escola de Música, como Francisco Braga, Francisco Mignone, José Siqueira e Mário Tavares estão presentes no disco, ao lado da geração atual, representada por Sérgio Di Sabbato, Eduardo Biato e Paulo Sérgio Santos”, resume Fagerlande.

 

A seleção do repertório teve como base um trabalho de pesquisa minucioso, que começou à época da elaboração da tese de doutorado do professor Aloysio Fagerlande, defendida na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). “Encontrei o manuscrito da peça Cantilena Nupcial, para fagote e quinteto de cordas, composta em 1944, por Francisco Braga, durante pesquisa no acervo da Biblioteca Alberto Nepomuceno, da Escola Nacional. O disco apresenta a primeira gravação dessa obra”, conta Fagerlande. Por privilegiar o ineditismo das peças, a primeira obra composta para fagote e orquestra no Brasil ficou de fora do disco. “Não incluí a Ciranda das Sete Notas (1933), de Heitor Villa-Lobos, justamente por já ser bem conhecida e gravada inclusive no exterior”, justifica.

 

Reprodução

Álbum ajuda a resgatar a produção musical  para fagote da Escola de Música da UFRJ

Além dos compositores, todos os intérpretes que participaram da gravação do CD
estão vinculados à instituição – os músicos da Orquestra Sinfônica da UFRJ, um conjunto estável da universidade formado por profissionais e alunos da Escola de Música, e os mestres Aloysio Fagerlande, professor do instrumento desde 1997; André Cardoso, professor de regência e maestro da Orquestra Sinfônica da UFRJ e atual diretor da Escola de Música; e Eduardo Monteiro, professor de flauta. “A gravação foi uma chance para estimular, na prática, a produção dos alunos e profissionais da Escola de Música envolvidos no projeto”, avalia.

  

De acordo com o pesquisador, o disco é uma oportunidade de destacar também a importância da Escola de Música da UFRJ enquanto instituição geradora de movimentos musicais. “A produção abrange um período de 67 anos da história da Escola de Música, de 1944 a 2010”, conta Fagerlande. Fundada em 1841 como Imperial Conservatório de Música, ela foi transformada, em 1889, em Instituto Nacional de Música. Em 1937, mudou de nome para Escola Nacional de Música, e em 1965 tornou-se a Escola de Música da UFRJ. “O fagote começou a ser oferecido enquanto disciplina da instituição em 1890”, recorda o professor, que foi laureado, em 1987, com o “Prix de Virtuosité” em fagote, no Conservatoire de Rueil-Malmaison, na França.

 

Interessados em adquirir o CD Música Brasileira de Concerto para Fagote – vol. I devem entrar em contato com o professor Aloysio Fagerlande pelo e-mail: afagerlande@ufrj.br