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Publicado em: 25/08/2011
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Técnica revoluciona diagnóstico e monitoramento da leucemia

Vilma Homero

 

 Divulgação / UFRJ

 
 Infinicyt: software permite detectar células 
 leucêmicas por meio de citometria de fluxo
Para acompanhar o tratamento contra a leucemia nos pequenos pacientes do setor de oncologia no Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisadores uniram conhecimentos de engenharia e de medicina. Juntando modelos matemáticos e estatísticos à inteligência computacional, chegaram a um modo inteligente de processar a complexidade de numerosos dados: dentre as medidas de milhares de células, vistas uma a uma, identificar quantas células tumorais ainda restam. É o chamado teste de doença residual mínima, que se tornou muito mais eficiente com novos modelos implementados no software Infinicyt, que permite análises mais precisas de dados gerados por uma citometria de fluxo.  

  

O trabalho uniu o engenheiro Carlos Eduardo Pedreira, do Instituto Luiz Alberto Coimbra de Pesquisas em Engenharia (Coppe) e da Faculdade de Medicina da UFRJ, também Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, e a médica Elaine da Costa Sobral, do IPPMG, Jovem Cientista do Nosso Estado, também da FAPERJ, ao hematologista espanhol Alberto Orfao, do Centro de Investigação do Câncer, da Universidade de Salamanca. Integrante do programa de engenharia elétrica da Coppe, Pedreira contou com recursos do programa Pensa Rio, da FAPERJ, para a reforma de seu laboratório e para a aquisição de um citômetro. “Hoje, a UFRJ é a única instituição não europeia a fazer parte do grupo Euroflow, um consórcio de grandes universidades que reúne os maiores especialistas em citometria de fluxo, diagnóstico molecular e engenharia aplicada a estas áreas”, fala o pesquisador.

 

Coordenado por Pedreira e integrado por Elaine Sobral, o grupo brasileiro agora recebe cientistas de vários países para o I Workshop de Citometria de Fluxo Euroflow, que acontece a partir desta quinta, 25 de agosto, até sábado, 27, e terá lugar no auditório da Coppe, instituição que, junto com o IPPMG, está organizando o evento. Estão confirmadas as presenças de Orfao (Universidade de Salamanca); de Jacques van Dongen (Erasmus University, de Roterdã, na Holanda); Quentin Lécrevisse (Universidade de Salamanca); de Tomazs Szczepanki (Medical University of Silesia, na Polônia); e Esther Mejstrikova (Charles University, da República Tcheca). Nesses dois dias, serão discutidos desde os últimos avanços do Euroflow às novas estratégias de diagnóstico e classificação de diferentes tipos de leucemia.  

Usado em mais de 20 países, entre eles o Brasil, o Infinicyt vem se tornando um importante aliado no diagnóstico das leucemias, além de ter possibilitado uma descoberta importante: ainda como parte da pesquisa conjunta entre UFRJ e Universidade de Salamanca, os cientistas demonstraram que células idênticas às da leucemia linfática crônica (LLC) estão presentes em todos os pacientes acima dos 70 anos. O estudo foi recentemente publicado no prestigiado periódico Leukemia, do grupo Nature. “Como essas células são muito pouco numerosas no sangue, calculamos, a partir de modelos matemáticos, a necessidade de uma quantidade mínima de sangue para que se pudesse detectar essas células. Verificamos que era preciso uma quantidade bem maior do que as amostras usualmente coletadas para análise, ou seja, de 50ml. Foi na construção deste modelo que entrou a participação da engenharia”, explica Pedreira.

 

 Divulgação / UFRJ
 
Como mostra a tabela, todos os pacientes acima de    
70 anos apresentavam células de leucemia LLC

Analisadas as amostras de 50ml de sangue de voluntários, a maioria moradores da região de Castilla Leon, na Espanha, os resultados foram contundentes: dos 40 aos 59 anos, 18% apresentavam células leucêmicas; dos 60 aos 69 anos, 36%; e acima dos 70 anos, 100%. Quanto maior a faixa etária, maior o número de amostras com células LLC. “Nosso trabalho mostrou que essas células podem não ser necessariamente tumorais, que podem ser uma contrapartida natural do organismo, como rugas ou cabelos brancos.  Talvez, se o homem vivesse 140 anos, terminaríamos todos por desenvolver essa leucemia", explica o pesquisador.


 

Para Pedreira, o importante é saber que, hoje, a leucemia é uma doença que se cura. Câncer (leucemias e tumores sólidos) é o maior motivo de óbito em crianças e adolescentes, depois das mortes por causas externas. "As leucemias agudas do tipo LLA têm remissão em 80% dos casos. “Para isso, é necessário  chegar a um diagnóstico rápido e preciso. E é exatamente isso que o Infinicyt torna possível, um significativo avanço para se detectar a doença. Hoje, as crianças do IPPGM são diagnosticadas e recebem tratamento para leucemia tão bom quanto o dos melhores hospitais do mundo”, entusiasma-se.  Agora a equipe arregaça mais uma vez as mangas. Além do diagnóstico e monitoramento de pacientes leucêmicos, a equipe se prepara para pesquisar também as possibilidades de empregar o método em tumores sólidos. "Conseguimos transpassar todas as áreas da investigação. E desenvolvemos um trabalho conjunto visando aplicação prática dos resultados porque pesquisa só tem graça quando é aplicada." Os pacientes agradecem.

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