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Publicado em: 02/07/2011
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Ciência, tecnologia e inovação: sob a tônica da diversidade

Fabrício Cruz / Digital Studio

No interior de um narizgigante, crianças exploram
sensações, pelo tato,de pelos e muco das narinas



Diversidade: esta foi uma das características mais marcantes da Feira Faperj de Ciência, Tecnologia e Inovação 2011, que durante dois dias – 29 e 30 de junho – teve lugar no Centro Cultural de Ação da Cidadania, na Zona Portuária do Rio. Tanto crianças – estudantes das inúmeras escolas da rede pública que estiveram visitando a feira – quanto adultos se encantaram com os produtos que traduziam projetos inovadores e estavam sendo exibidos nos diversos estandes.


Logo à entrada, a mais recente versão do veículo blindado, para uso na área de segurança pública, e alguns passos adiante um nariz gigante chamavam a atenção do visitante. No estande do Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o nariz de papel machê encantou a criançada que, de olhos vendados, pôde testar sua percepção sensorial entrando narinas adentro. Uma vez lá dentro, era possível sentir pelos e muco – simulados por certos tipos de material e gel –, que atuam como filtros das impurezas do ar respirado. O curto e inusitado passeio é acompanhado pelas explicações dos monitores do museu. No mesmo estande, uma outra atração: uma expositora com roupa interativa. Contando a história da menina que conversa com o próprio corpo, ela ia mostrando os diversos órgãos do corpo humano. Feitos de feltro e colados com velcro, coração, intestinos, estômago e pulmões iam sendo mostrados às crianças, com as devidas explicações. Segundo Bianca Reis, pedagoga integrante do projeto, esta é uma forma muito positiva de aproximar os jovens do estudo do corpo humano.

Divulgação / Capes

À frente do estande da Capes,
RuyMarques e Jorge Guimarães


Instituições parceiras da FAPERJ no fomento a ciência, tecnologia e inovação também estiveram presentes nesta segunda edição da feira. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico tecnológico (CNPq), a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep); bem como a Academia Brasileira de Ciências (ABC); a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan); o Sebrae-RJ; a Investerio (agência de fomento do Governo do Estado do Rio de Janeiro); a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Município do Rio de Janeiro; e o Instituto Pereira Passos (IPP) também tiveram seus estandes na feira.


Com os pés no chão e a cabeça na lua

Fabrício Cruz / Digital Studio

De capacete, Bianca Vales 'caminhou'pela
Lua e conheceu meteoritos e asteroides

Em outro estande, não era preciso usar muito a imaginação para ter a sensação de caminhar sobre o solo lunar, em pleno universo. Munido de capacete, o visitante podia entrar numa cabine com paredes pintadas de preto, um corredor com o piso recoberto de espuma e crateras de fibra de vidro pintadas com areia no teto, de forma a simular o ambiente lunar. Olhando para o chão pelo espelho do capacete, era possível visualizar as crateras e vivenciar a sensação de caminhar a passos desestabilizados pelo chão desigual. Tudo como a astrônoma Maria Elizabeth Zucolotto imaginou para criar um ambiente que simulava a Lua. A estudante Bianca Vales, de 12 anos e aluna da 6 série do ensino médio, adorou a experiência. "Senti como se realmente estivesse na lua. Foi muito legal, sou apaixonada por ciência", contou. De forma lúdica, a pesquisadora conseguiu realmente chamar a atenção para a importância dos meteoritos – fragmentos de asteróides –, planetas e até de cometas. "Chamando a atenção para o espaço, pretendo mostrar às pessoas a importância dos meteoritos, que não são somente pedras, como muitos pensam, mas amostras da formação e evolução do sistema solar. São verdadeiros fósseis cósmicos", explica. No mesmo estande ainda era possível ver e tocar amostras de diversos meteoritos, parte do acervo "Meteoritos Brasileiros" que Maria Elizabeth mantém no Museu de Geodiversidade, que será reinaugurado em setembro. O projeto contou com apoio da FAPERJ por meio do programa Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia.

A reciclagem também foi um tema recorrente na feira. Em um dos estandes apresentava-se uma inovação interessante: a transformação de resíduos poluentes em fonte de despoluição. Explicando: a grande quantidade de cascas de camarão resultantes da pesca em Campos dos Goytacazes, que acabam poluindo rios e praias da região. O que era um grande problema se transformou em solução, com o projeto do pesquisador Edmilson José Maria, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf). Edmilson resolveu transformar essas cascas de camarão em matéria-prima para a produção de boias de absorção de óleos das águas do mar. Fabricadas a baixo custo, podem ser utilizadas, por exemplo, na remoção de petróleo em caso de acidentes que resultam em derramamento no mar. Depois de passar por processos de retirada de impurezas, desmineralização, desproteinização e desodorização, as cascas de camarão se transformam em bóias com grande poder de absorção. Eline Tourinho e Karoline Azeredo, estudantes de Química que participam da pesquisa, afirmam que a boia já foi testada com grande sucesso. O projeto recebeu apoio da FAPERJ por meio do Programa de Auxílio à Pesquisa (APQ 1).

Algumas inovações atraíram o público pela simplicidade e sabor. Como no caso da empresa Coco Legal, que apresentou um produto bastante popular: água de coco comercializada em garrafas pet, sem a adição de conservante. De acordo com o empresário responsável pela marca, Fábio Lewin, a técnica criada pela empresa – a água de coco é resfriada em um curto espaço de tempo e envasada – permite que a água de coco mantenha suas características de sabor e valores nutricionais inalterados. No processo, nem a casca se perde. Todas elas são trituradas e transformadas em fibra para uso como adubo orgânico ou como matéria-prima para vasos semelhantes a xaxim. "Do coco, não sobram quaisquer resíduos, que são um grande entrave ecológico", explica Fábio.

A empresa Multibloco, instalada no município de Queimados, levou para a feira sua inovação para a construção civil. Seus tijolos de concreto são produzidos com encaixes, que, à semelhança dos blocos de montar do brinquedo Lego, permitem erguer paredes de forma mais rápida, mais eficiente e mais barata. Isso porque, segundo Marcelo Kaiuca, diretor sócio da empresa, ao se encaixarem uns nos outros, os multiblocos reduzem o uso de argamassa – em vez disso, usa-se uma cola especial –, têm a colocação facilitada, principalmente com relação ao prumo. "Nosso sistema diminui o tempo de construção, já que dobra a produtividade de execução da alvenaria. Com isso, uma casa popular, por exemplo, pode ser levantada e concluída em apenas três dias", garante o empresário, contemplado na edição 2009 do edital de Apoio à Inovação Tecnológica.

Elena Mandarim
Projeto procurou nicho específico de mercado:
alimentos inovadores para a fauna marinha
Contemplada no mesmo edital, a empresa Maramar Pet, de Arraial do Cabo, procurou um nicho bastante específico no mercado, e nele introduziu um produto diferenciado: alimentos para animais aquáticos. Em vez do alimento em pó, a empresa produz pastilhas, que coladas ao vidro dos aquários permitem controlar a dosagem da alimentação e evitam a poluição da água. Representante da empresa, Fernando Quinto afirma que o alimento produzido em forma de pastilha adesiva não só aproxima os peixes de seus donos como ainda diminui o índice de mortalidade. "Ao despejarmos alimento em excesso no aquário, o que é bastante freqüente de acontecer, favorecemos o crescimento de bactérias e micro-organismos que contaminam a água. Com o adesivo, os peixes comem apenas o necessário, o alimento não se perde e não há sujeira. Sem contar que os peixes passam a se aproximar do vidro para se alimentar e assim ficam em maior contato com os donos", diz Quinto.

Até a física, uma das matérias mais temidas pelos estudantes, virou motivo tema de um dos estandes. Para afastar a má fama que persegue essa disciplina, professores do Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF) se uniram para que mais alunos passassem a se interessar pela matéria. O projeto Sei Mais Física,consiste na seleção anual de 100 alunos para serem preparados gratuitamente para concorrer ao vestibular em Física. Conforme afirmou a expositora Gláucia Marinho, os alunos que passarem na prova de seleção recebem R$ 100 reais e um netbook para ajudá-los nos estudos. Além disso, eles terão aulas semanais de Física, Redação e Matemática, de maio a dezembro. Aos 17 anos, Tainá Correia é uma das alunas do projeto, que está se preparando para ser futuramente professora de Física. "As aulas são boas e nos incentivam a seguir carreira", declara. Para os interessados, como parte do projeto foi criado um canal no site YouTube, com vídeos de aulas gravadas. O endereço é www.youtube.com/seimaisfísica.

Fabrício Cruz/ Digital Studio

Clowns e ciência: brincadeiras para atrair jovens

Alegria e diversão nos corredores da feira

À tarde do primeiro dia, um grupo de palhaços da Companhia Teatral Nosconosco, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), invadiu os corredores do evento. O grupo, dirigido por Célia Bispo e Roberto Dória, faz parte do Programa de Artes Cênicas da Uerj e desenvolve pesquisa de teatro para crianças. "Essa apresentação é um trabalho de interferência, a chamada saída de clown, com improviso para atuar junto ao público", explica Célia. A feira cumpriu ainda um de seus objetivos básicos: estimular nos estudantes o interesse pela ciência. Para Luma Pinto, 16 anos, Thaís Pires e Thauany Vessados, ambas de 14 anos, todas estudantes do primeiro ano do ensino fundamental da Escola Técnica Juscelino Kubitschek, a visita valeu a pena. "Ficamos impressionadas com tudo o que aprendemos nos estandes. Entre tantas coisas, ficamos sabendo até sobre o tamanho do cérebro do jacaré. Ele é muito pequeno, menor que o cérebro de um rato", exclamaram as meninas.

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