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Publicado em: 24/03/2011
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Economia de água é tema de pesquisa

Danielle Kiffer

 Cibele Renesto/Stock Photos

   
   Medidas simples podem evitar o desperdício
      de até 60% no consumo de água potável
O dia mundial da água, 22 de março, foi esta semana. A data foi criada para lembrar a todos o impacto da crescente urbanização no planeta, e a perspectiva cada vez mais próxima de escassez de seu líquido mais precioso. Para afastar essa possibilidade futura e tornar racional o uso da água potável, o professor Fernando Luiz Pellegrini Pessoa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acredita na educação. E por isso desenvolveu um projeto para educar as pessoas e ensinar às empresas as melhores formas de sua utilização sustentável. A pesquisa, intitulada “Difusão e capacitação de medidas para o uso racional da água no estado do Rio de Janeiro”, tem apoio da FAPERJ por meio do edital Difusão e Popularização da Ciência no Estado do RJ.

Para Fernando Pessoa, o uso racional da água começa com a educação. Por isso, uma das atividades do projeto foi ministrar cursos em escolas públicas e particulares para que os jovens tomem conhecimento da importância do uso consciente da água e repassem a seus amigos e familiares. “Medidas simples no lar ou na indústria podem gerar até 60% de economia”, afirma o professor. Entre as informações passadas aos estudantes, uma é sobre o cuidado na hora do banho. “O chuveiro é um dos maiores vilões no que se refere ao desperdício de água. Evitar banhos demorados, além de fazer bem ao bolso, é muito positivo para que não haja desperdícios.”

Baseado em dados da Sabesp, a empresa de abastecimento de água de São Paulo, Fernando revela que um banho de 15 minutos em chuveiro elétrico consome 45 litros de água, o que representa, por ano, uma média de 17 mil litros. Entretanto, se o tempo do banho for reduzido para cinco minutos e se fecharmos o chuveiro enquanto nos ensaboamos, esse gasto pode cair para 15 litros, ou o equivalente a 6 mil litros por ano. “Nesse caso, podemos ver que, com uma pequena mudança de hábito, pode-se economizar um terço da água gasta.” O mesmo raciocínio pode ser usado na hora de lavar louças. “Sugerimos que se ensaboem todos os utensílios antes de abrir a torneira para enxaguá-los; desta forma, pode-se economizar até 160 litros de água em cada lavagem.” Esta e outras dicas são passadas em cursos para crianças de escolas públicas.

 Josep Altarriba/Stock Photos
                      
  A lavagem de pratos racional pode      
    render economia de 11 mil litros
Entretanto, a pesquisa não se ateve apenas ao âmbito doméstico. Fernando e sua equipe também pensaram em ações para conservação e reúso de água em edifícios públicos, instituições, prédios comerciais, shopping centers e pela indústria. Como coordenador do Núcleo Integrado de Reúso de Águas e Efluentes do Estado do Rio de Janeiro (Nirae/RJ) – núcleo que visa a propagação de ações para promover a prática do reúso de águas e efluentes, buscando a interatividade com os setores interessados na questão do desenvolvimento sustentável, e com vista à estabilidade socioeconômica do estado –, Fernando e seu grupo vêm tentando organizar o conhecimento disperso sobre o assunto para, a partir daí, desenvolver ferramentas e tecnologias aplicadas ao raúso racional de água.

"Temos passado às empresas diferentes propostas, como o reúso de água em estação de tratamento, por processo químico ou o tratamento distribuído de efluentes. São medidas importantes para a economia e preservação da qualidade de nossas reservas de água potável." Segundo Fernando, é importante analisar a viabilidade técnica, ambiental, econômica e logística das práticas de reúso de água, visando ao seu melhor aproveitamento, de acordo com o local e a demanda. Os custos, segundo Fernando, não são fatores impeditivos para a sua utilização; muito pelo contrário, são economicamente viáveis, até porque o valor gasto na implantação do sistema será facilmente recuperado com a economia gerada.

O Nirae/RJ é resultado da parceria entre a UFRJ, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Para sua implantação e consolidação, foram utilizados recursos da FAPERJ. "A proposta do Nirae é combinar ciência e engenharia, tendo como principal objetivo a implementação de um núcleo alicerçado na parceria do trinômio Universidade/Empresa/Poder-público, e com interesses mutuamente focados no planejamento de alternativas e na identificação de oportunidades de reaproveitamento da água em diversos setores da sociedade", define.

A pesquisa resultará em um CD-Rom didático, que será distribuído às empresas; em um site (www.eq.ufrj.br/nirae), com informações sobre economia de água nos âmbitos particular e comercial, e em um livro, intitulado Diagrama de fontes de água: uma ferramenta para gestão de água e efluentes industriais,  contendo informações sobre o uso sustentável da água, que será lançado até o fim do ano. “A troca de experiências entre as instituições, durante a execução do projeto foi muito grande. Há, até hoje, interessados nos cursos que ministramos e o acesso ao site é bastante grande. São indícios animadores”, diz o professor. E finaliza: “Em breve, pretendemos trabalhar em integração com as empresas para ampliar ainda mais o nosso campo de atuação.”

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