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Publicado em: 25/11/2010
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Para transformar conhecimentos agrários em empreendimentos

Vinicius Zepeda

    Divulgação/CTAA/Embrapa

        

   No Colégio Técnico Agrícola da UFRRJ,
   estudantes aprendem a fabricar queijos


Responsável por um terço de toda a riqueza do País, a agroindústria tem vivido, graças a uma série de fatores, entre eles investimentos e programas governamentais, uma fase de expansão. Com investimentos em tecnologia no campo, apoio à agricultura familiar e a modernização da infraestrutura de colégios técnicos agrícolas, o setor cresceu. Porém, a engenheira de alimentos Renata Torrezan, pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos lamenta a dificuldade que muitos ainda encontram em transformar conhecimentos na área agrícola em produtos que possam gerar renda e contribuir para o desenvolvimento das economias locais. Pensando numa solução, ela desenvolveu durante os anos de 2008 e 2009, um projeto de difusão de conhecimentos em tecnologia de alimentos. Fruto de uma parceria entre a Embrapa e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro (Emater Rio), o trabalho contou com auxílio do edital Apoio à Difusão e Popularização da C&T, da FAPERJ.

Iniciado em 2009, o trabalho envolveu a participação de pesquisadores da Embrapa, que ministraram cursos em dois colégios agrícolas do estado. Em Pinheiral, município do sul fluminense que tem como principal vocação a criação de gado de corte e de leite, e contribui com 4% da produção agrícola da região – com destaque para cana de açúcar, feijão e milho –, o projeto foi desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, no campus Nilo Peçanha (IFRJ, antigo Colégio Agrícola Nilo Peçanha). Na cidade de Seropédica, região metropolitana do estado com forte vocação para a produção de hortaliças orgânicas, pecuária de leite e de corte, caprinocultura, ovinocultura e criação de pequenos animais, como coelhos e codornas, foi escolhido o Colégio Técnico Agrícola da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CTUR).

No IFRJ de Pinheiral, foram realizados dois cursos de boas práticas de fabricação (BPF) de alimentos e um curso prático de produção de queijos prato, mussarela e minas do tipo frescal. No total, esses cursos contaram com a participação de 47 pessoas, entre alunos, funcionários e professores, 21 deles só nas aulas de queijos. "Já no CTUR, em Seropédica, foram treinadas 29 pessoas em dois cursos: 15 em turismo rural e 14 em produção de queijos", complementa a pesquisadora. Isso mostra que houve receptividade à iniciativa.

Renata Torrezan orgulha-se da avaliação extremamente positiva feita pelos alunos em relação aos cursos. No CTUR, apenas dois dos 14 alunos do curso de turismo rural não se mostraram inteiramente satisfeitos com o alcance dos objetivos propostos. "Eles sugeriram que a visita técnica realizada em uma propriedade que se dedica ao turismo rural fosse mais bem explorada", lembra. Já em relação às atividades, apenas um aluno de produção de queijos e outro de turismo rural fizeram sugestões de melhorias. "No primeiro caso, foi destacada a dificuldade de aplicação prática dos conhecimentos adquiridos devido à aquisição do material, enquanto no curso de turismo rural, o aluno sentiu falta de um pouco mais de prática dos conhecimentos adquiridos", acrescenta.

Cursos variados para o futuro

    
Alunos do curso de BPF de alimentos no IFRJ em Pinheiral
Os alunos sugeriram ainda cursos mais variados, com maior carga horária e maior oferta de vagas, além de maior e melhor divulgação para cursos futuros. Os temas sugeridos foram bem variados, como tratamento de resíduos de fazendas, remédios naturais para animais, gastronomia, processamento de outros tipos de queijo (coalho, parmesão, requeijão), além da produção de uma série de alimentos, como iogurtes, compotas, alimentação verde, embutidos e defumados, produtos com frutas, e outros minimamente processados. Também foram sugeridos cursos sobre aproveitamento de resíduos e receitas orgânicas. "Houve até a sugestão de aulas sobre a abordagem de um técnico agropecuário a um produtor rural durante uma visita técnica", lembra a pesquisadora.

Além dos cinco cursos oferecidos nas duas instituições, foi construída uma página na internet para divulgação das atividades (http://www.ctaa.embrapa.br/projetos/difusao), assim como também foi criada uma rede de relacionamentos e de comunicação, em que foram cadastradas 45 instituições de pesquisa, ensino, extensão, associações e cooperativas, e órgãos governamentais que atuam na região de Pinheiral e Seropédica. "Também realizamos o fórum de debates Oportunidades, Financiamento e Legislação Sanitária para o Processo de Alimentos, com carga horária de 8 horas", relata Renata. Realizado em Pinheiral, o evento contou com 81 participantes, produtores, técnicos, alunos e público leigo. "Dos muitos comentários feitos após o debate, houve também novas sugestões de diferentes palestras, com temas que variavam desde panificação, produtos de origem vegetal, como picles, doces em barra e geléias à legislação para agroindústrias, assuntos relativos à legislação de alimentos e boas práticas de fabricação. Os alunos também demonstraram interesse em ouvir produtores rurais falando sobre sua experiência", completa Renata.

Para a pesquisadora, foi sua experiência de doze anos no setor de extensão da Embrapa que a motivou a divulgar o conhecimento prático que adquiriu nos laboratórios da instituição. "Acostumada a sempre prestar consultoria a produtores rurais, percebi que precisava divulgar conhecimentos a um público mais amplo", explica. Segundo Renata, existem diversos programas para difundir conhecimentos químicos, físicos e biológicos, mas poucos para explicar a ciência envolvida no processamento de alimentos. "E não podemos desperdiçar a importância do enorme potencial que ainda existe no setor agroindustrial brasileiro", afirma. Para a engenheira de alimentos, será preciso divulgar ainda mais esse conhecimento. "Só assim o pequeno produtor terá condições de se manter no campo não apenas mantendo uma produção de subsistência, mas fazendo prosperar seus negócios, gerando riquezas em sua região e contribuindo para o crescimento do País", conclui

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