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Publicado em: 02/06/2010
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Equipamentos de última geração auxiliam a recuperação de deficientes físicos

Vinicius Zepeda

Fotos de Vinicius Zepeda 

          
     Nos laboratórios da Unisuam, Arthur de Sá Ferreira (em pé)
      e seus colegas vão da teoria das salas de aula à prática
    
Morador de uma comunidade pobre do entorno do bairro de Bonsucesso, Zona Norte do Rio, Jorge Cândido dos Santos, 60 anos, sofreu no ano passado um acidente vascular cerebral (AVE) – entupimento momentâneo de uma das veias do cérebro que irrigam o coração, o que na maior parte dos casos acarreta o comprometimento das funções motoras de um dos lados do corpo. Como a maioria daqueles que sofrem sérias dificuldades de locomoção – 23% da população do País e 8,5% da população do estado do Rio de Janeiro, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –, Jorge enfrenta uma série de obstáculos em sua nova condição, como dificuldades de se locomover tanto em casa quanto em locais públicos não adaptados a pessoas como ele e ainda sofre com a falta de equipamentos de fisioterapia adequados na rede pública de saúde, ou, no caso de consultas particulares, com os altos custos de um tratamento fisioterápico. Em busca de uma solução para o problema, um grupo de pesquisadores coordenado pelo fisioterapeuta Arthur de Sá Ferreira, do Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam), acaba de implantar no espaço da pós-graduação da universidade, um moderno centro de reabilitação, com equipamentos de última geração, para pessoas com deficiências físicas. O projeto foi implantado graças ao auxílio da FAPERJ por meio do edital Apoio à Construção da Cidadania da Pessoa com Deficiência.

A ideia de construir o novo espaço surgiu em 2005, quando um grupo de pesquisadores da Unisuam iniciou um trabalho intenso na área das ciências da reabilitação. Atualmente com 10 pesquisadores, a equipe se formou para discutir a elaboração de um mestrado em Ciências da Reabilitação na instituição. Aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no final de 2009, o mestrado abriu sua primeira turma em fevereiro de 2010. "Ao elaborarmos a pós-graduação, resolvemos criar um espaço com todos os equipamentos necessários para que nossos alunos passem da teoria à prática sem precisar recorrer a clínicas e hospitais conveniados, fora da universidade", explica Arthur de Sá Ferreira. "Além disso, também buscamos atender a demanda dos deficientes físicos da região de Bonsucesso, ao mesmo tempo em que realizamos pesquisa inovadora na área de neuroreabilitação", complementa o fisioterapeuta Julio Guilherme Silva, colaborador do projeto.

Com o apoio da FAPERJ, o terceiro andar do prédio da pós-graduação da Unisuam, onde antes havia apenas salas de aula, foi transformado em três laboratórios equipados com modernos equipamentos para reabilitação fisioterápica. As aulas propriamente ditas foram transferidas para o segundo andar. Até o momento, entre equipamentos de pequeno e médio porte foram instalados diversos aparelhos, dentre eles os contemplados no projeto: esteira eletrônica para treinamento de marcha (nome técnico dado à caminhada pelos fisioterapeutas); eletromiógrafos para avaliação da função neuromuscular durante exercício ou tarefas motoras funcionais; eletroencefalógrafo digital para avaliação das funções cerebrais durante tarefas motoras; estação atlética com esteira instrumentalizada para recondicionamento de pacientes e atletas; eletroestimulador programável para reeducação de movimentos funcionais; laser de baixa potência e ultrassom para recuperação das lesões neuromusculoesqueléticas; e esteira para treino de marcha com suporte parcial de peso corporal. "Este último equipamento – a esteira com suporte de peso – não existe em nenhum outra instituição do estado, só em nosso laboratório", afirma entusiasmado Sá Ferreira.

     

Com a esteira de suporte de peso, Jorge dos    
 Santos vem apresentando ótimos progressos

Uma das fisioterapeutas responsáveis pelo atendimento e pesquisadora colaboradora do projeto, Fabiana Abrahão também se mostra bastante empolgada com a utilização da esteira com suporte parcial de peso. Ela explica que o equipamento é extremamente eficiente para portadores de sequelas de AVE, paraplégicos, tetraplégicos e amputados exercitarem a musculatura dos membros comprometidos ou mesmo daqueles que funcionam parcialmente. "Além de uma esteira comum para marcha, o aparelho conta com uma espécie de colete em que o paciente é colocado com total segurança. De acordo com a necessidade, ele suporta o peso do corpo em uma escala de 100 a 5%", complementa.

Exemplo da eficiência do equipamento é o próprio Jorge, vítima de AVE e paciente daquele centro há pouco mais de três meses. "Quando começamos a atendê-lo, ele andava com o pé esquerdo esticado, perdia o equilíbrio e caía, o que o deixava praticamente inválido dentro de casa e, consequentemente, bastante deprimido", lembra Fabiana. "Hoje, ele já dobra o pé esquerdo, fica em pé de forma mais simétrica e tem maior equilíbrio tanto na marcha quanto parado", completa. Ela se entusiasma com resultados tão bons em tão pouco tempo e com a alegria contagiante de Jorge, cada vez menos dependente dos outros.

Mais um equipamento de última geração deverá ser instalado no início de junho nos laboratórios do mestrado em Ciências da Reabilitação, da Unisuam: o sistema de análise de movimento. O equipamento permite, por meio da filmagem em tempo real em três dimensões, uma análise quantitativa de movimentos funcionais complexos e gestos esportivos. "A descrição e interpretação física dos gestos é semelhante ao que vemos na televisão quando o salto de uma ginasta como a Daiane dos Santos é mostrado quadro a quadro", explica Sá Ferreira. "Desta forma, poderemos interpretar gráfica e quantitativamente cada passo da marcha e propor exercícios mais eficazes para melhorar o condicionamento do paciente", acrescenta.

A equipe de pesquisadores da Unisuam também se mostra bastante satisfeita com os resultados obtidos  no mestrado recém-criado. "Consideramos que a procura pelo curso foi excelente. As inscrições estiveram abertas de fevereiro a março deste ano e treze pós-graduandos foram selecionados", afirma o fisioterapeuta. No segundo semestre de 2010, serão abertas novas inscrições para a segunda turma do curso, com oferta de mais cinco vagas. "Outro indicador de qualidade do  mestrado é o expressivo número de pesquisadores que já obtiveram financiamento para suas pesquisas em editais da FAPERJ, o que comprova a relevância dos projetos desenvolvidos. Neste primeiro semestre, o grupo foi contemplado com resumos selecionados em congressos internacionais e publicações em periódicos científicos nacionais e internacionais. Também estamos na expectativa de trazer, em 2011, um novo grupo de pacientes para avaliação e atendimento em nossos laboratórios: os amputados", conclui.

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