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Publicado em: 30/03/2010
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Feira FAPERJ 30 anos exibe grande diversidade de produtos inovadores

Danielle Kiffer
Vilma Homero
Vinicius Zepeda

Fotos de Vinicius Zepeda 

        
 Expositores mostram jeans que não precisa lavar

Imagine um jeans que não se precisa lavar e não fica com aspecto encardido; procure conhecer o açaí da Mata Atlântica, de valor nutritivo e sabor similares ao do açaí do Norte do País; ou ainda conheça o projeto que aproveita as sementes descartadas da indústria de sucos fluminenses para produzir ração animal e óleos de uso em cosméticos. No terraço do Museu de Arte Moderna (MAM), a feira FAPERJ 30 Anos colocou em exposição alguns dos inúmeros produtos resultantes de projetos apoiados com os recursos da Fundação. Diferentes e inovadores, alguns bastante curiosos, todos chamaram a atenção do público que esteve conferindo o que cada um dos vários estandes exibia. O visitante pôde até navegar num site com informações variadas sobre saúde, e ver algumas réplicas de peças paleontológicas do período cretáceo.

Diante de tanta diversidade, quem visitou a feira surpreendeu-se com a quantidade de informações e com a variedade de projetos apoiados pela FAPERJ. O jeans dupla face, confeccionado com tecido produzido com alta tecnologia, dispensa lavagens. Depois de alguns dias de uso, basta colocar a calça no freezer, envolta em um saco plástico, durante 24h, para que, numa reação química com o frio, o tecido elimine germes e bactérias causadoras de odor, deixando-a pronta para usar novamente. Como grande parte dos projetos, o jeans foi desenvolvido com apoio do edital de Apoio à Inovação Tecnológica.

No mesmo estande, a empresa Suspiro Íntimo exibia a lingerie sem costura apropriada para o uso de pessoas que tenham passado por implantes de silicone, lipoaspiração, pós-parto ou cirurgia plástica de abdome. São peças íntimas femininas sem costura, com tecido que exerce suave compressão, evitando-se o atrito de costuras com a cicatrização. Em vez de costuras, cada peça é fabricada por um processo de termocolagem. Este projeto foi apoiado no programa de "Apoio à inovação e difusão tecnológica", lançado em 2008. Também foi um projeto desenvolvido com recursos do programa de Inovação Tecnológica.

Um laboratório de fisioterapia para tratamento e diagnose, equipado com material de última geração, voltado para portadores de necessidades especiais, como pacientes com problemas neurológicos, deficientes físicos e idosos, foi implantado no Centro Universitário Augusto Motta (Unisuam). Num dos estandes, vários pôsteres explicavam seu funcionamento. Segundo a professora de educação física e fisioterapeuta Miriam Mainenti, que atua no laboratório, uma plataforma de força, por exemplo, permite verificar a orientação corporal do paciente, identificando se há desvio de equilíbrio. "Muitas vezes, os idosos não têm noção de que seus corpos têm tendência a seguir mais para um lado do que para o outro, o que leva à desorientação e resulta em tombos. Com o aparelho, podemos avaliar a situação e compensar este desvio com fisioterapia", explica Miriam.

No mesmo laboratório, outro equipamento citado pela fisioterapeuta é o suporte parcial de peso, que consiste numa cinta com suporte para sustentar o peso do corpo do paciente e o auxilia a caminhar. "O aparelho é essencial no tratamento fisioterápico, porque ajuda pacientes com comprometimento nos movimentos ao caminhar. O suporte, além de toda a sua importância, ainda é portátil, o que facilita muito no tratamento", diz a fisioterapeuta. Graças ao laboratório, instalado com recursos do programa de Apoio à Construção da Cidadania da Pessoa com Deficiência, e o trabalho que nele vem sendo realizado, o mestrado em ciência da reabilitação da Unisuam foi recomendado pela Capes.

    
 Polpa de tilápia: carne do peixe, isenta de espinhas
 e vísceras, está sendo servida na merenda escolar 
O visitante também pôde conhecer o juçaí, produto semelhante à polpa do açaí do norte, que apresenta iguais propriedades nutricionais, mas que tem a vantagem de ser 70% mais rico em ferro e 63% mais rico em potássio e ainda ter cor e sabor superiores. De quebra, o juçaí é preparado a partir dos frutos da palmeira juçara, que já foi abundante na região da Mata Atlântica fluminense, mas se encontra ameaçada de extinção pela extração de seu palmito. A produção do juçaí, projeto sócio-ambiental da ONG Amável, recebeu apoio da FAPERJ para montar uma unidade piloto de extração de polpa, envolvendo e treinando a comunidade local para lançamento do projeto em escala para toda a região do médio Paraíba. Para abril a maio deste ano, está previsto o registro do produto para dar início à colheita por manejo sustentável e o despolpamento. Em maio, começa o projeto de geração de sementes germinadas (de 500 mil no primeiro ano e 5 milhões no ano seguinte) para o repovoamento de palmeiras juçara nas fazendas da região.

Outro estande expunha um projeto direcionado às crianças. Se antes elas não podiam consumir peixe na merenda escolar por causa do risco sempre presente da ingestão de espinhas, hoje elas podem se beneficiar das vantagens nutritivas desse alimento. Isso porque o aquicultor José Marcelino Lima de Souza teve a iniciativa de desenvolver, junto à cooperativa de criadores de peixes e rã (Copercramma), carne moída de tilápia, isenta de vísceras ou espinhas, que vem sendo usada em risotos e quiches. Com o apoio do edital de "Apoio ao Desenvolvimento de Modelos de Inovação Tecnológica Social", o produto foi tornado ainda mais palatável, com a adição de temperos ao gosto da criançada, o que foi realizado em parceria com o Senai de Vassouras, que contribuiu com técnica e instalações. A cooperativa agora está se encarregando de capacitar mais profissionais da piscicultura e levar o projeto a outros municípios fluminenses, já que, por enquanto, a carne de tilápia está restrita à merenda das escolas de Cachoeiro de Macacu.

Para analisar e esclarecer sobre as transformações que fazem da na adolescência uma das fases mais difíceis da vida, a farmacêutica Débora Omena Futuro desenvolveu o site www.ligadonasaude.com.br, oferecendo aos jovens informações sobre saúde, e alertando contra armadilhas comuns em nossa sociedade, como o culto à beleza e a idéia de associá-la à magreza excessiva ou a um corpo extremamente musculoso. "Criamos um espaço completamente dedicado aos adolescentes, que aborda assuntos como anorexia, bulimia e o perigo do uso de anabolizantes. Tudo isso de uma forma didática e atraente", explica a farmacêutica, que recebeu recursos do programa de "Apoio à Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia".

       
 Tecner: tecnologia inovadora e 100% nacional
Para melhorar a gestão de seus negócios, a empresa KSL Fitness, de Nova Friburgo, fabricante de roupas de ginástica, adquiriu um software e equipamentos de informática, o que permitiu gerenciar todo o processo de produção de sua fábrica. Isso engloba desde a fase de planejamento, passando pela produção e estocagem, calculando lucratividade e integrando a fábrica com suas lojas e distribuidores, melhorando sua cadeia logística. O uso do programa possibilitou à empresa ampliar a sua produção em 35%. A elaboração do programa foi possível com apoio do edital de "Apoio à Inovação e Difusão Tecnológica".

Em parceria com a Embrapa, a empresa Extrair “leos Naturais, de Bom Jesus de Itabapoana, instalou em sua fábrica um equipamento capaz de processar resíduos (sementes descartadas) da indústria de sucos para extração de óleo. No momento, eles estão começando a usar as sementes de maracujá como matéria-prima para produção de tortas para consumo animal e óleo bruto que poderá ser aproveitado na indústria de cosméticos. Hoje, 840 mil toneladas de sementes são descartadas da indústria sucroalcooleira fluminense, que contribuirão para a redução do passivo ambiental ao ser reaproveitadas. O projeto teve apoio do programa "Rio Inovação", uma parceria Finep-FAPERJ.

A empresa Tecner, de Nova Friburgo, com recursos do edital de Apoio à Inovação Tecnológica, está desenvolvendo cartão para abertura de fechaduras com transponder, chip que armazena e transmite dados para uma central. Diferente dos smart cards, que abre portas de hotel, e sujeitos à deterioração nos contatos, o novo produto contém maior número de informações e não tem contato (usa chip), além de ser mais resistente e com tecnologia 100% nacional. A estimativa é que o produto deve entrar no mercado fluminense ainda este ano, a um custo um terço do valor dos similares em uso.

Ao conferir tantas inovações, a estudante de física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Gabriela Sena Souza, comentou: "Aqui encontrei muito mais do que imaginava. Além da diversidade de informações, pude aperfeiçoar meus conhecimentos acadêmicos." Já a doutoranda Gleiciani de Queiroz Silveira e o mestrando Gustavo Bezerra da Silva, ambos alunos de química da Universidade Federal Fluminense (UFF), acharam interessante a possibilidade de interação entre quem estuda e quem desenvolve, tanto na parte científica quanto na tecnológica. A expositora Ana Carla Silva, destacou a importância da divulgação da ciência. "Acredito que este é um grande impulso para os jovens e um grande estímulo para que surjam mais cientistas."

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