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Publicado em: 03/02/2010
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Livro passa a limpo 40 anos essenciais da MPB


Débora Motta

 

 

                                                                                           Reprodução

  
    Noel Rosa (esq.) e Lamartine Babo: o poeta da Vila e o compositor
    de marchinhas como
O teu cabelo não nega ilustram a época de ouro 

A história das últimas quatro décadas da música popular brasileira, de 1967 a 2007, é tema do livro MPB – A alma do Brasil (ed. Imprinta Express, 2009). Ricamente ilustrada, a obra conta a trajetória de gêneros musicais pioneiros, como a marchinha e o lundu, da formação do samba, passando pela criatividade da bossa nova e pelos talentos revelados nos grandes festivais, além da rebeldia do rock dos anos 1980 – BRock na expressão cunhada por Arthur Dapieve – e de uma análise sobre a produção contemporânea, que explora a contribuição do mangue-bit de Chico Science e do renascimento da Lapa.

 

Organizada pelo musicólogo Ricardo Cravo Albin, a obra conta com o apoio conjunto da FAPERJ, da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia (Finep/MCT) e do Ministério das Relações Exteriores, por meio do seu braço acadêmico, a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag/MRE). Cinco autores se revezaram para contar a evolução musical brasileira no livro, que será distribuído gratuitamente para instituições de ensino e cultura.

 

Cravo Albin apresenta o preâmbulo e a introdução, em que explica o nascimento dos gêneros e a trajetória dos compositores, desde as primeiras manifestações de miscigenação cultural, oferecendo um passeio pelos pagodes nas casas das “tias” e pela época de ouro do rádio, marcada por grandes vozes, como a de Dalva de Oliveira. “Escrevi uma grande introdução, que sedimenta a história da música popular desde suas raízes, enfatizando a saga do samba, até exatamente o começo dos anos 1960”, diz o presidente do Instituto Cravo Albin (ICCA) e ex-diretor do Museu da Imagem e do Som.

 

Em seguida, os jornalistas João Máximo, Artur Xexéo, Antônio Carlos Miguel e Luiz Antônio Giron assumem, respectivamente, a função de contextualizar, cada um, uma das quatro décadas apresentadas na obra. “Sintetizar 40 anos de MPB em um só livro foi uma missão difícil, que exigiu quase dois anos de dedicação a esse projeto. Por isso, convidei críticos musicais do mais alto nível para dividir a tarefa”, conta Ricardo.   

 

 Divulgação/ICCA

     
 Ricardo Cravo Albin: "Miscigenação tornou a MPB
 o produto cultural de exportação número 1 do país"


Dois CDs, com 15 faixas cada, acompanham o livro. Entre as músicas eleitas, estão Andança, apontada como uma canção “emblemática” da época dos festivais, na voz de Beth Carvalho; As rosas não falam, clássico de Cartola; Samba da cabrocha bamba, raridade interpretada por Elizeth Cardoso; Explode Coração, por Maria Bethânia; e O que é o que é?, de Gonzaguinha. “A ideia foi colocar o som do Brasil dentro do livro. Os discos têm fonogramas escolhidos a dedo, com o melhor da música brasileira nos últimos 40 anos”, afirma Cravo Albin.

 

Composições são a base da história

 

A pesquisa musical foi guiada pela força de composições decisivas na história da MPB. “Os compositores são a essência, o corpo: melodia, ritmo e harmonia. Os cantores são os vestidos, os chapéus, a beleza”, pondera Cravo Albin. “Apesar de que o papel dos intérpretes é fundamental. Xexéo destaca em seu texto, por exemplo, a cantora Maria Bethânia. Posso destacar aqui muitas outras vozes, como a da pioneira do axé, Daniela Mercury, a de Marisa Monte, que agregou valor à Portela, e de outras estrelas que, infelizmente, encontram hoje menos espaço na indústria, como Inezita Barroso”, ressalva.  

 

A edição em papel couché ganhou um ar cosmopolita com uma versão em inglês de todos os textos, apresentada no final. “A tradução em inglês, uma colaboração do embaixador Jerônimo Moscardo, presidente da Funag, alimentou o livro com a possibilidade de transformá-lo em um trabalho de percepção universal”, avalia Cravo Albin, acrescentando que outra contribuição do Itamaraty será a distribuição da obra em visitas oficiais. “Cinquenta exemplares do livro foram encaminhados para o Palácio do Planalto. Eles serão presentes especialíssimos do presidente Lula aos chefes de Estado”, diz.   

 

                                                                                         Reprodução

  
  Rita Lee e Vinicius de Moraes: trajetórias do rock brasileiro e
  da bossa nova são contadas a partir dos principais compositores 
De acordo com Cravo Albin, o título de MPB – A alma do Brasil foi uma escolha natural diante da importância da música popular brasileira como expressão máxima da identidade nacional. “A diversidade cultural oriunda da miscigenação brasileira faz da MPB o produto cultural número um de exportação do país. Essas quatro décadas representam a consolidação e a internacionalização da música popular”, afirma Ricardo.

 

Ele destaca ainda a originalidade do carnaval e sua aceitação no exterior. “O Rio de Janeiro ainda pode se orgulhar em produzir o maior espetáculo do mundo: o desfile das escolas de samba. Esse fenômeno, que é um milagre de organização de massas a partir do canto e da dança no mundo, precisa de pesquisas acadêmicas mais aprofundadas, não apenas culturais, mas sociológicas e antropológicas”, assinala. “Ele mostra um temperamento de solidariedade coletiva do povo que é único.”   

 

Localizado na Urca, o Instituto Cravo Albin abriga um acervo musical em permanente atualização de mais de 30 mil peças – entre discos de vinil raros da MPB, de oito, dez e 12 polegadas, duas mil fitas sonoras em rolo, 700 fitas magnéticas em cassete e cerca de mil CDs. Além do acervo fonográfico, o instituto expõe peças de indumentária de personalidades da música popular, tais como os chapéus de Pixinguinha, de Tom Jobim e de Moreira da Silva. Mais informações:  http://www.iccacultural.com.br/ 

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