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Publicado em: 03/12/2009
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Paleontólogos brasileiros descobrem que Antártica já foi uma floresta

Danielle Kiffer

 Arte: Maurilio Oliveira/MN

     
        Desenho projeta como a Antártica era há cerca de 80 milhões de anos  
A Antártica um dia já foi uma floresta, cercada por mar, com clima mais anemo e temperaturas acima de zero graus. O que parece improvável foi revelado por pesquisadores de diversos países, incluindo o Brasil. De uma expedição para a ilha James Ross, na Península Antártica, entre 2006 e 2007, um grupo de pesquisadores brasileiros, todos do Museu Nacional/UFRJ e reunidos no projeto Paleoantar, trouxeram duas toneladas e meia de rochas, fósseis de plantas, animais vertebrados e invertebrados, de aproximadamente 70 a 80 milhões de anos. Tudo estará exposto no Museu Nacional, de 8 de dezembro a 30 de abril de 2010, na mostra “Fósseis do Continente Gelado – O Museu Nacional na Antártica”. O evento tem o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) e da FAPERJ.

Um dos grandes achados do projeto Paleoantar – cujo objetivo foi buscar evidências dos organismos que viveram no continente gelado há milhões de anos e um dos vários projetos que fazem parte do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) – foi um tronco de árvore, extremamente preservado, com cerca de quatro metros e meio de comprimento. "Isso revela que, no continente onde hoje predomina uma camada de gelo com espessura média de 2,7 km, havia árvores e uma grande biodiversidade. É a face desconhecida da Antártica. Esse tronco pode até nos dar dicas sobre a temperatura da época, que acredito que tenha sido, em média, de 5 a 10 graus positivos”, conta Alexander Kellner, um dos integrantes do Paleantar e coordenador do projeto.

Outro destaque da exposição é o plesiossauro. A aparência desse réptil marinho extinto – que chegava a medir sete metros de altura, alimentava-se de peixes e de outros organismos aquáticos – pode ser comparada ao lendário e imaginário Monstro do Lago Ness. Dele, foram encontradas vértebras e nadadeiras, que permitiram a montagem da réplica, em tamanho real, do busto do animal, com três metros.

Entre as descobertas, há vários fósseis de aspecto curioso para o público. Entre eles, um mexilhão de 40 centímetros, fósseis de plantas e uma rocha de 120 quilos, cheia de conchas dentro. Também estará em exposição a réplica de um tubarão extinto, produzida a partir dos dentes encontrados pelos pesquisadores  na região.

De acordo com Kellner, a expedição de 2006/2007 foi a que ficou mais ao sul do continente até aquela data e a que constituiu o maior acampamento de pesquisa realizado pelo Proantar. “Na Antártica, quanto mais próximo se estiver do paralelo 60, mais fácil é de permanecer e trabalhar. Quanto mais ao sul, mais difícil isso se torna. E é para essa região que pretendo voltar. Tudo o que coletamos prova a enorme diversidade e a importância do continente para nossas pesquisas”, acrescenta. Segundo Kellner, o maior empecilho para a volta ao continente não é o investimento em pesquisas, mas sim a aquisição de um navio quebra-gelo. “Se o o Brasil quiser progredir neste sentido, terá de fazê-lo” finaliza.

Toda a expedição e parte da exposição no Museu Nacional serão apresentados em um documentário, coordenado por Kellner e também patrocinado pela FAPERJ. O título provisório do trabalho é Expedição Antártica – o verão de 70 milhões de anos”.

Exposição: “Fósseis do Continente Gelado – O Museu Nacional na Antártica”
Aberta de 8 de dezembro até 30 de abril de 2010.
Horário: de terça a domingo, das 10h às 16h.
Entrada: R$ 3,00. Grátis para crianças até cinco anos e pessoas acima de 60. Crianças entre seis e 10 anos pagam R$ 1.
Local: Museu Nacional - Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão.
Tel.: (21)  2562-6042.

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