Vinicius Zepeda
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As laranjas pera clone IAC-2000 apresentam árvores vigorosas, produtivas e frutas de tamanho grande |
O projeto, coordenado por Vieira e intitulado "Introdução e avaliação de germoplasma de citros e outras fruteiras visando sua utilização no estado do Rio de Janeiro", contou ao todo com 28 espécies de fruteiras diversas, além das variedades de citros. "No estado do Rio, vale observar que 80% das frutas cítricas comercializadas na Central de Abastecimento (Ceasa)/Grande Rio, em Irajá, no Rio de Janeiro, são provenientes do estado de São Paulo", explica o agrônomo. "Destas, 58% são de clones ou de variedades de laranja pera, cuja representatividade em relação à produção de citros do estado do Rio de Janeiro é insignificante, praticamente nula", acrescenta o agrônomo.
No campo experimental de Silva Jardim a equipe de pesquisadores introduziu as espécies Pera Vimusa, EEL, Dibbern, Bianca, Olímpia, caracterizadas como comerciais. Porém, o destaque foi a introdução da laranja pêra clone IAC-2000. "Este clone nucelar – idêntico ao original – selecionado em Cordeirópolis, São Paulo, apresenta árvores vigorosas, produtivas, e frutas de tamanho grande. A partir dos anos 1980, vários experimentos foram feitos com a pera clone IAC-2000, em diversas cidades paulistas. A fruta pode ser colhida entre os meses de junho a dezembro, atendendo ao mercado de frutas ao natural e a indústria de suco concentrado", explica Vieira. No que diz respeito ao uso de laranjas com pouca acidez, o projeto permitiu a introdução de variedades de laranja lima, que representam 5,83% das frutas cítricas comercializadas na Ceasa/Grande Rio.
De acordo com o agrônomo Alcílio Vieira, as variedades e clones de frutas cítricas produzidas ao todo foram 33 laranjas, 11 tangerinas e 2 limas ácidas. "Estes genótipos totalizaram 46 acessos inéditos e provenientes de mudas isentas de CVC, gomose e das principais viroses, porém, sujeitas ao ataque de pragas e doenças comuns nas regiões produtoras", explica o agrônomo. "Nos outros tipos de fruteiras, que foram introduzidos pela primeira vez no Campo Experimental de Silva Jardim, foram plantados açaí, acerola, cereja, cupuaçu, ceriguela (vinda do Campo Experimental de Macaé, Norte Fluminense), goiaba, manga e diversos tipos de abacate, entre outras", complementa.
No caso dos abacateiros, foram plantados cinco tipos comuns do estado de São Paulo: Geada, Quintal, Margarida, Ouro Verde e Hass. "Esta última entra no mercado como fruta exótica, denominada também de miniabacate ou avocato, e produzida de abril a setembro", recorda Vieira. "Se essas variedades obtiverem boa adaptabilidade, qualidade de fruto e produtividade adequada, poderão ser recomendadas como barreiras contra o vento para os pomares de frutas cítricas, além de incrementar a renda dos citricultores", complementa. "Por último, realizamos também cultivos consorciados entre aipim, milho e feijão com plantas cítricas, sem prejuízo para os cítricos no Campo Experimental de Silva Jardim", conclui. A equipe do projeto contou ainda com a participação dos pesquisadores Jerônimo Graça, Regina Célia Alves Celestino e Carlos David Ide.
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