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Publicado em: 29/10/2009
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Novos produtos deverão impulsionar setor de rochas ornamentais

Vinicius Zepeda

 

 Divulgação/Populuz

       
    Diamantes sintéticos fazem parte das ferramentas de corte
    e polimento utilizadas na indústria de rochas ornamentais


O estado do Rio de Janeiro possui um parque de processamento de rochas ornamentais com 1.500 empresas e mais de 11 mil empregos formais distribuídos na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro (62%, em sua maioria marmorarias) e nas regiões Norte-Noroeste. Somente no município de Santo Antonio de Pádua e cidades vizinhas do Noroeste Fluminense, como
Miracema, São José de Ubá, Itaperuna, Laje do Muriaé, Natividade, Porciúncula, Varre-Sai, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci e Italva, existem em torno de 165 empresas, entre pedreiras e serrarias, das quais 99,9% são de micro e pequeno porte. Estas empresas são dependentes da importação de ferramentas de corte, em particular fios diamantados, e da modernização de técnicas de extração de rochas. Até o fim de 2010, novas ferramentas, com tecnologia 100% nacional, deverão estar disponíveis no mercado para trazer uma considerável economia de custos, redução de tempo e, consequentemente, aumento da produtividade do setor. A promessa é de Márcia Giardineiri de Azevedo pesquisadora e responsável técnica da empresa Populuz. Ela vem coordenando dois projetos – o primeiro voltado para a produção de fios diamantados e corte de rochas ornamentais, e o segundo voltado para fabricação de ferramentas abrasivas utilizadas no polimento e beneficiamento das pedras. Desenvolvidos pela empresa criada na TEC-Campos, a incubadora de empresas da Uenf, em parceria com pesquisadores e alunos ligados ao Laboratório de Materiais Superduros da universidade, os projetos contam com apoio da FAPERJ por meio dos editais Apoio à Difusão e Inovação Tecnológica no Estado do Rio de Janeiro e Pappe/Rio Inovação respectivamente.

 

De acordo com Márcia, a grande maioria das empresas de ferramentas abrasivas no Brasil importa os equipamentos utilizados e revende os produtos. “Para aplicar essas ferramentas são necessários testes em reais condições de trabalho. E é óbvio que os fabricantes estrangeiros dificilmente testam suas ferramentas nas rochas típicas daqui. Portanto, você pode ter um tipo que faça corte ou polimento muito bom nas rochas italianas, porém, pode acontecer (e acontece) que não tenha esse mesmo desempenho nas rochas brasileiras”, exemplifica. “A Populuz, que está localizada numa região próxima às áreas de exploração de rochas ornamentais e conta com a colaboração dos pesquisadores da Uenf, pode produzir ferramentas mais adequadas e adaptadas à realidade das rochas nacionais”, acrescenta.

 

O primeiro projeto, “Produção de fios diamantados para corte de rochas ornamentais” consiste na fabricação da pérola diamantada, componente principal do fio diamantado, utilizado no desmonte e corte de rochas para obtenção de placas de mármore e granito. “O processo visa à sinterização (produção de sínter – material obtido pela aglomeração, sob alta temperatura, de pequenas partículas de minério de ferro) de diamantes com um ligante metálico, o que resultará num “anel” que contém diamantes, comercialmente chamado de pérola diamantada”, explica Márcia. “Posteriormente, as pérolas são instaladas em cabos de aço, seguindo-se a vulcanização – processo químico responsável pelo aumento da dureza e resistência de um determinado material – que é responsável pela formação de peças de borrachas que separam as pérolas no cabo de aço”, afirma. "No momento, estamos na etapa de aquisição e instalação de equipamentos na empresa. Os parâmetros para o desenvolvimento tecnológico, como temperatura, pressão, tempo, tipo de ligante e de diamantes, foram considerados otimizados para a produção de pérolas. Nossa expectativa é de que, até o final do primeiro semestre de 2010, estejamos em condições de fornecer as pérolas diamantadas nacionais para o mercado de ferramentas utilizadas pelos produtores de rochas ornamentais”, promete Márcia.

 

Novas sapatas poderão gerar economia de 20% a 30% nos custos

 

   Divulgação/DRM-RJ
       

  Nos municípios do Noroeste do RJ existem cerca de 165 empresas, entre     
  pedreiras e marmorarias, das quais 99,9% são de micro e pequeno porte


Já o projeto “Produção de superabrasivos a partir de materiais nanoestruturados para aplicação no polimento e acabamento superficial de rochas ornamentais” consiste na criação de sapatas de polimento e um novo tipo de cera diamantada para polimento das rochas. Ele deverá estar concluído até o final do ano de 2010. “Existe uma grande variedade desses materiais disponíveis no mercado. A forma e o tipo de ferramenta abrasiva dependem do tipo de aplicação. As sapatas de polimento, por exemplo, são utilizadas após corte das chapas. Cada chapa é colocada em uma máquina especial, onde é realizado o levigamento ou desbaste grosso das superfícies de corte e o posterior polimento das chapas de mármore e granito”, explica. “Nestes processos, é utilizada uma série de cerca de cinco ou sete tipos de abrasivos, diamantados e outros, com diferentes granulometrias.  Nossa proposta é produzir uma sapata com material nanoestruturado que permita a substituição de pelo menos duas das granulometrias de diamantes atualmente utilizadas. Desta forma, pretendemos tornar o processo de acabamento final das placas mais ágil, sem perda de qualidade”, acrescenta. 

 

Atualmente já estão sendo desenvolvidos testes preliminares com sapatas abrasivas nanoestruturadas. “Em comparação com as que agora são utilizadas, as superfícies de rugosidade (aspereza) encontradas foi muito menor e num menor intervalo de tempo. Ou seja, estamos desenvolvendo um produto que permitirá significativa economia de tempo e um ganho de qualidade na superfície polida. Além disso, conseguimos substituir duas das granulometrias, o que poderá resultar numa economia de cerca de duas a três horas no tempo gasto para a parada das máquinas e troca de abrasivos”, explica Márcia. “Um levantamento preliminar de custos que fizemos indicou que nossas sapatas, além de mais eficientes, seriam em torno de 20% a 30% mais baratas do que as hoje disponíveis no mercado”, complementa.

 

Por parte da Populuz, sete pessoas estão envolvidas no projeto. Na Uenf, além de  dois pesquisadores-doutores (Ana Lúcia Skury e Marcelo Filgueira), participam dois alunos de graduação do curso de engenharia metalúrgica e materiais, quatro de mestrado e quatro do doutorado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Materiais. “Ao todo, 19 pessoas estão envolvidas nos dois projetos”, explica Márcia. “A parceria com a Uenf é interessante para ambas as partes, tendo-se em vista a recente aprovação da Lei Estadual de Inovação, promove-se a aproximação com o setor produtivo. Além disso, pesquisa sem visão mercadológica não passa de invenção. No nosso entender, a inovação só pode ser concretizada com interesse do mercado”, afirma Márcia. “Quanto à empresa, o ganho com a parceria é imenso, uma vez que, por meio de um convênio, ela pode contar com a orientação de especialistas na busca de soluções de problemas e desenvolvimento de novos materiais. Além disso, podemos fazer toda a parte de desenvolvimento e teste dos produtos em escala laboratorial na Uenf, que, no momento atual, seria inviável realizarmos na empresa, consolidando, desta forma, a parceria da universidade com a indústria”, conclui.

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