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Publicado em: 22/10/2009
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Por dentro do autismo

 

Débora Motta

 

Getty Images 

        
     Dificuldades de contato, falar, prestar atenção e
    interagir estão entre as características do autismo
 
Dificuldades de estabelecer contato visual, de articular a fala, de prestar atenção aos outros e tendência ao isolamento social. Essas são apenas algumas das características do autismo, distúrbio que afeta, em média, um em cada 165 recém-nascidos no mundo. “O autismo é uma síndrome, não uma doença. Nem todos os pacientes apresentam retardo mental, mas ele gera prejuízos na interação social e na comunicação, além de padrões de interesse e comportamentos restritos e repetitivos”, explica a professora do Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Carolina Lampreia, que coordena o Grupo de Pesquisa Autismo, Comunicação e Intervenção.

 

Carolina desenvolve, com auxílio à pesquisa (APQ1) da FAPERJ, o estudo Investigação de sinais precoces de risco de autismo em bebês com irmãos autistas. “Existe uma probabilidade maior de bebês com irmãos autistas apresentarem alguns sinais de autismo. Mas isso não significa que eles terão, obrigatoriamente, autismo”, assinala a pesquisadora, esclarecendo que a síndrome é concebida hoje como um transtorno de desenvolvimento de base biológica inata, embora sua causa ainda seja desconhecida. “Existem estudos que relacionam a contração de rubéola durante a gravidez com a incidência do autismo no bebê. O fator genético também pode ser uma etiologia”, conta.

 

A dificuldade para se chegar a um diagnóstico precoce é uma das principais barreiras ao tratamento também precoce da síndrome. Boa parte das crianças portadoras recebe diagnóstico tardio, depois dos três anos de idade. O diagnóstico do autismo conta atualmente com dois instrumentos oficiais: a CID-10 (International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems), elaborada pela Organização Mundial de Saúde, e o DSM IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), da Associação Norte-Americana de Psiquiatria. Ambos determinam que o diagnóstico seja feito até os três anos de idade.

 

“Os itens de avaliação tanto da CID-10 quanto do DSM-IV são muito genéricos e não são adequados para o reconhecimento precoce. Por isso, outras fontes de informação sobre indicadores ainda mais precoces do autismo têm sido utilizadas, tais como o relato retrospectivo dos pais, a análise de vídeos familiares e pesquisas sobre comportamentos de atenção compartilhada”, diz a doutora em psicologia clínica.

 

A identificação de sinais de risco de autismo é importante para permitir uma intervenção também precoce, minimizar o sofrimento da família e tornar os profissionais de saúde e educação mais familiarizados e vigilantes aos primeiros sinais da síndrome. “Muitas vezes os pais suspeitam que seu bebê tem algum problema já com poucos meses de vida, porque não sorri, não vocaliza ou estabelece contato ocular. Mas, às vezes, o pediatra diz que a criança não tem nada”, justifica.

 

Para identificar possíveis sinais de risco de autismo em bebês no primeiro ano de vida, Carolina e equipe recorrem à produção de vídeos. Eles filmam regularmente o comportamento de dois grupos: bebês que têm irmão com diagnóstico de autismo e bebês sem risco de autismo. “Filmamos a interação entre bebê e familiares adultos para avaliar principalmente o engajamento emocional, já que o pouco engajamento do bebê ou sua ausência podem ser considerados um indicador de risco", detalha.

 

"Utilizando o protocolo canadense Autism Observation Scale for Infants (AOSI), vamos observar outros indicadores de autismo por meio de um instrumento estandardizado”, conclui Carolina Lampreia. Ela acrescenta que até o fim da pesquisa espera poder identificar se há algumas categorias específicas que possam diferenciar o risco de o bebê desenvolver autismo em idade tão precoce.  

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