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Publicado em: 17/09/2009
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Ética para preservar o meio ambiente


Débora Motta

 Reprodução

 
 Obra destaca a importância dos valores
 solidários e ecologicamente sustentáveis
Os desafios para a preservação do meio ambiente só serão superados a partir de uma profunda mudança de valores. Nesse sentido, para que atitudes ecologicamente corretas sejam tomadas, é preciso repensar a ética. Essa é a tônica do livro Ética socioambiental (Ed. PUC-Rio, 2009, 75 p.), do padre Josafá Carlos de Siqueira SJ, vice-reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), professor da graduação e pós-graduação do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da universidade e membro do Conselho Superior da FAPERJ.

Resultado de reflexões sobre a preservação ambiental elaboradas ao longo de mais de 20 anos da vida acadêmica do autor, a obra, dividida em nove capítulos, apresenta uma leitura filosófica, teológica e antropológica, enfatizando a necessidade da transformação no modo de ser e agir da relação do ser humano com a natureza. "A ética pode ser denominada de socioambiental, pois existe uma profunda ligação das questões sociais com a problemática ambiental e vice-versa", diz o padre Josafá. "Não chegaremos à sustentabilidade apenas pela racionalidade técnica, mas pela ética, que é a instância necessária para se atingir mudanças de hábitos e costumes", ressalta.

Às vésperas da Conferência do Clima de Copenhague, que será realizada em dezembro, ambientalistas, acadêmicos e empresários de todo o mundo alertam para a necessidade de se adotar medidas urgentes para reduzir as emissões de carbono. Na última terça-feira, 15 de setembro, foi a vez do Banco Mundial lançar o Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial de 2010, em que assinala que embora as crises financeiras possam causar danos e desacelerar o crescimento econômico a curto e médio prazo, dificilmente duram mais do que alguns anos. No entanto, o documento reconhece que a ameaça do aquecimento climático "é muito mais séria e duradoura".

Essa questão também é abordada no livro. Padre Josafá afirma que o mundo vive, além da crise econômica, uma crise ecológica sem precedentes. "É evidente que o modelo consumista do capitalismo agrava ainda mais a degradação ambiental, mas a crise ecológica é mais profunda do que os sistemas econômicos. É uma postura de distanciamento do homem em relação à natureza e da perda da cosmovisão, a visão de totalidade. Isso é inerente ao individualismo típico da sociedade moderna", pondera.

O autor, que possui cerca de 55 artigos publicados em periódicos especializados e 12 livros voltados para as temáticas de espiritualidade, ética e meio ambiente – como Um olhar sobre a natureza e Ética e Meio Ambiente – destaca ainda dois modelos de desenvolvimento sustentável que deram certo: os casos dos municípios de Pirenópolis, em Goiás, e Rio das Ostras, no interior fluminense.

"Em Pirenópolis, onde a economia ficou meio estagnada após o ciclo da mineração, o potencial ecoturístico foi aproveitado com sucesso há cerca de 15 anos, criando condições de sustentabilidade", diz o padre Josafá. "Já em Rio das Ostras, a arborização da costa marítima é um modelo de paisagismo urbano a ser seguido. Nessa região, foram replantadas espécies da restinga, trazendo de volta a dimensão histórica do ecossistema que marca a identidade do território", completa.

Para o especialista, é preciso construir valores sustentáveis articulando-se nas instâncias local e global. "Estamos no fim da era em que se pensava que o global seria uma instância de pensamento e o local uma instância de ação. O slogan ‘pensar globalmente e agir localmente’ já está superado. Hoje, qualquer ação local se reflete no global e vice-versa. Quando alguém planta uma árvore, por exemplo, contribui para o meio ambiente local e global", conclui.

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