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Publicado em: 14/05/2009
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Pesquisa e produção de animais em laboratório ganham força com novo biotério

Vinicius Zepeda

 Thiago Torquato/Ascom/Sect

       

     Alexandre Cardoso (E) recebe das mãos do Reitor da
      UFRJ, Aloísio Teixeira, placa em sua homenagem


Ao longo dos séculos é inegável para a medicina o valor do uso de animais criados em laboratórios – que são alojados em ambientes especiais chamados biotérios – e utilizados em experimentos científicos para pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos fármacos e vacinas. Entretanto, o assunto ainda gera críticas dos que defendem o fim de seu uso em testes de laboratórios. Eles argumentam que os animais são criados em condições inadequadas, sujeitos a maus-tratos, estresse e infecções que podem levá-los à morte. Para acabar com o conflito envolvendo médicos e defensores dos direitos dos animais, o governo federal aprovou, em outubro do ano passado, a Lei Arouca, que regulamenta uma série de exigências para garantir o bem-estar, a higiene e a integridade física dos animais utilizados em pesquisas. Apesar de alguns já funcionarem dentro dessa nova realidade, vários biotérios sediados em universidades e centros de pesquisa vêm sendo criados e/ou adaptados para funcionar dentro da nova legislação. Um deles foi inaugurado nesta segunda-feira, 10 de maio, no Centro de Ciências da Saúde (CCS), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A construção do Biotério de Produção do CCS foi realizada integralmente com recursos da FAPERJ.

A inauguração do novo espaço aconteceu após uma cerimônia no anfiteatro do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho do CCS que serviu para homenagear o secretário de C&T, Alexandre Cardoso. O evento lotou o anfiteatro e contou com a presença de diversos pesquisadores da UFRJ, de outras instituições e autoridades do estado. Além de Cardoso, a mesa de abertura do evento contou ainda com a presença do reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira; do presidente e do diretor científico da FAPERJ, Ruy Garcia Marques e Jerson Lima, respectivamente; do coordenador do projeto do novo biotério de produção do CCS, Marcelo Marcos Morales; do decano do CCS, Almir Fraga Valladares; do diretor do Instituto de Biofísica da UFRJ, Olaf Malm; e do professor titular do Instituto de Biofísica da UFRJ, Adalberto Ramon Vieyra.

Segundo o Reitor da UFRJ, a homenagem se deveu à grande capacidade do secretário em incentivar ações científicas e tecnológicas e em propiciar recursos financeiros para a recuperação da infraestrutura para pesquisa em todas as instituições sediadas no estado do Rio de Janeiro. Cardoso agradeceu e destacou que a justa homenagem não era destinada a ele, e sim às ações da Secretaria de C&T. "Neste ponto, devo destacar também o crescimento dos polos de educação a distância, a criação de Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs, voltados para formação de mão-de-obra técnica especializada), e a inclusão digital em bairros e favelas do estado", afirmou Cardoso. Neste último caso, além do Morro Santa Marta, na próxima quinta-feira, 21 de maio, iremos expandir o serviço para a Cidade de Deus", adiantou o secretário.

O presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques, enalteceu o respeito e reconhecimento que o trabalho de Alexandre Cardoso ganhou da comunidade científica. "O empenho do secretário em garantir os 2% dos recursos estaduais para a Fundação garantiu que o orçamento da FAPERJ mais do que duplicasse, em relação a anos anteriores. Contudo, o que talvez seja ainda mais importante do que, propriamente, esse aumento: iniciou-se a previsibilidade no pagamento dos auxílios contemplados. Hoje sabemos que, em até 30 dias após a emissão da programação de desembolso (PD) pela FAPERJ, o auxílio estará na conta bancária dos pesquisadores". Ele destacou também a importância da Lei n. 11.794, que trata do uso científico de animais e o papel da Fundação na construção do novo biotério: "A Lei regulamentou as condições para a implantação e manutenção dos biotérios e ratificou os fundamentos para a ética nas pesquisas com animais. Assim, nos editais para apoio a biotérios, em 2008 e 2009, além, propriamente, da questão dos biotérios, a implementação de Comissões de Ética na Pesquisa com Animais, nas diferentes instituições fluminenses, também foi contemplada", afirmou.


Biotério terá capacidade de produzir três mil ratos em perfeitas condições de saúde e higiene


Divulgação/Alesco 
     
No biotério, racks ventilados proporcionam a mais moderna        
tecnologia em esterilização e climatização de ambientes
 
Para o coordenador do Biotério de Produção do CSS, Marcelo Marcos Morales, a FAPERJ foi pioneira no estado no processo de transformação dos biotérios dentro da nova lei, com o lançamento, ainda em 2007, de um edital voltado exclusivamente para a aquisição, manutenção e adequação destes espaços em instituições sediadas no estado e também para a formação de profissionais especializados para trabalharem nesses locais, por meio do edital Treinamento e Capacitação Técnica (TCT). "O biotério já está pronto para ser utilizado, mas falta ainda o gerador de energia externo para garantir a manutenção das condições climáticas adequadas para a sobrevivência dos animais, mesmo com falta de luz no campus. No próximo semestre, as matrizes virão da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para cá e se reproduzirão no biotério até completar-se a capacidade máxima do local, que, nesse momento, é de 1.500 ratos. Com mais equipamentos, poderemos atingir o número de 3.000 animais, que se constitui na necessidade atual do CCS. Eles serão utilizados em pesquisas desenvolvidas no CCS e poderão também servir para abastecer outros biotérios", explicou Morales.

Marcelo Morales destacou a importância dos ratos criados dentro de biotérios adequados à nova Lei. "Em nosso biotério, só haverá ratos certificados, livres de parasitas e de outros agentes infecciosos, tratados com o mínimo de estresse e sem risco de contaminação", explica Morales. "Nos biotérios em que as condições de higiene necessárias à criação não são respeitadas, pode haver problemas de contaminação, não só dos animais, mas também de quem trabalha com eles."

O novo biotério tem, ao todo, 110 m divididos nos seguintes ambientes: sala limpa, sala de lavagem, banheiros e vestiário para paramentação e descontaminação daqueles que trabalharão lá, e um escritório administrativo, além do maior espaço, que é destinado, propriamente, aos animais. O biotério foi concebido para ter um fluxo unidirecional – ou seja, quem entra num ambiente só poderá sair por outro, evitando contaminações –, com espaços dividindo áreas limpas e sujas. Na sala de animais, os ratos ficarão agrupados em racks ventilados. "Estes aparelhos contam com a mais moderna tecnologia do mundo em esterilização e climatização de ambientes adequados aos animais. Cada gaiola tem um filtro que permite a injeção individual e direta de ar, evitando a contaminação dos ambientes ou dos outros ratos", explica Morales. "Nesta sala, há ainda uma espécie de estante, toda em aço inoxidável, o chamado módulo de troca. A limpeza das gaiolas é feita sem contato com o ambiente externo, protegendo os animais de contaminação", acrescenta.

Outro equipamento encontrado nas dependências do biotério são duas autoclaves de alta capacidade, semelhantes às encontradas nos hospitais. "Este aparelho tem um funcionamento semelhante a uma panela de pressão. Dentro dele são desinfetadas as gaiolas, a maravalha – espécie de serragem, usada para forrar os ninhos dos animais – e a ração, que após serem aquecidas em vapor d’água a uma temperatura de até 120 graus, tornam-se totalmente esterilizados, livre de germes e bactérias", refere Morales. Por último, o pesquisador destaca o avanço que os estudos no CCS poderão ganhar com o novo biotério. "É inegável que, com a aquisição deste novo espaço, as pesquisas com animais em laboratório ganharão em qualidade e eficiência", conclui Morales.

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