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Publicado em: 14/05/2009
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Museu Nacional apresenta maior réplica de dinossauro carnívoro do Brasil

Danielle Kiffer

Reprodução

         

  Angaturama limai: maior dinossauro carnívoro já reconstituído no Brasil  

Após sua extinção, há 65 milhões de anos, os dinossauros ainda causam fascínio. E não é para menos. Estes répteis, que dominaram a Terra durante cerca de 160 milhões de anos, estão entre os maiores e mais diversificados da espécie. Filmes, documentários e até desenhos já exploraram esta parte da nossa pré-história, que tanto desperta a curiosidade de todos. Entretanto, não é só no mundo fictício que é possível estar, frente a frente, com estes gigantescos animais. Com o apoio da FAPERJ, o Museu Nacional/UFRJ inaugura, a partir de 14 de maio, a exposição "Dinossauros no Sertão", com réplicas e fósseis originais encontrados na Chapada do Araripe, que fica na divisa entre Ceará, Piauí e Pernambuco. Um dos grandes destaques da mostra é o esqueleto reconstruído de um dinossauro brasileiro carnívoro, o Angaturama limai, com quase seis metros de comprimento, o maior desta espécie já montado no país. O museu fica localizado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão.

Durante a cerimônia de abertura da mostra, o diretor do Museu Nacional, Sérgio Alex Kugland, destacou que, como tantas outras exposições feitas ali, esta também tem um importante diferencial. "Hoje, somos uma instituição que consegue produzir todo o material que expõe. Isso acontece pelo trabalho integrado de técnicos, alunos e pesquisadores, desde as descobertas de fósseis até a montagem da exposição em si. Nosso corpo de pesquisadores tem condições de realizar trabalhos como este", falou o diretor do museu.  

Quem visitar a exposição poderá acompanhar a pré-história da região do Araripe em dois momentos distintos. O primeiro revela uma chapada bem diferente da atual. Hoje, a área em que predomina a caatinga, há 115 milhões de anos era formada por lagos de água doce. O grande atrativo nesta parte da exposição fica para a réplica do Tupandactylus imperator, pterossauro que dominou os céus do Nordeste durante todo o período Mesozóico. Fósseis originais de insetos, plantas, tartarugas, sapos, lagartos e peixes reconstroem um tempo distante e extremamente diferente do que vivemos.

O mesmo lugar, há 110 milhões de anos, era o cenário em que vivia o Angaturama limai. Os visitantes terão a oportunidade de conhecer o cenário que o cercava e ver de perto a réplica do próprio animal, que pesava cerca de meia tonelada e vivia nas proximidades de uma laguna. Nessas águas, que supriam de peixes o grande réptil, concentrava-se também boa parte do ecossistema da época. "A reconstrução do Angaturama limai representa um grande avanço no estudo dos espinossaurídeos. Sua réplica, em tamanho real, foi feita a partir de restos de fósseis da perna, coluna cervical, patas dianteiras e, principalmente, da pélvis, que impressiona pelo ótimo estado de conservação", afirma Alexander Kellner, paleontólogo do museu e curador da exposição.

Mas ele enfatiza que "a paleontologia não é feita só por dinossauros". E prossegue: "Há também todos os detalhes dos ecossistemas que são imprescindíveis para entendermos como era cada época. É fascinante perceber como as coisas mudam em um determinado período de tempo", revela o paleontólogo.

Para Alexander Kellner, um fator importante na descoberta de fósseis de dinossauros é a reconstrução da história do planeta em que vivemos. Um exemplo disso é que há fósseis comuns de espinossaurídeos, grupo de dinossauros do qual o Angaturama faz parte, no norte da África e no nordeste do Brasil, o que comprova que, há milhares de anos, os continentes estavam unidos. De acordo com o paleontólogo, menos de 20 espécies de dinossauros já foram encontradas no Brasil. "O país é riquíssimo em dinossauros, especialmente Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. O que falta para acharmos mais espécies é verba para coleta de campo e pesquisa", diz.

O Museu Nacional/UFRJ é a primeira instituição científica do país, criada em 1818 por D. João VI e detentora do maior acervo de História Natural e Antropologia da América Latina. É também o pioneiro na reconstituição de dinossauros no Brasil. Foi lá que, em 1999, paleontólogos apresentaram a primeira réplica de esqueleto de dinossauro, o Staurikosaurus pricei, que viveu há 225 milhões de anos. O público que visita o museu também já pôde observar a ossada de um Santanaraptor, cujo fóssil preserva vasos sangüíneos e fibras musculares, sendo a primeira vez que o tecido mole (parte que recobre o esqueleto) de um dinossauro é preservado em sua estrutura tridimensional. E, em 2006, o gigante brasileiro, Maxakalisaurus topai, de 13 metros de comprimento.

Kellner aproveitou a ocasião para falar de outro evento, programado para o final do mês, e que também contará com o apoio da Fundação: o projeto "De Pijama no Museu". "Traremos grupos de crianças para passar a noite aqui. Para isso, programamos uma série de atividades, que serão encerradas com um café da manhã de confraternização com os pais. Nosso objetivo é usar os dinossauros para atrair o público infantil e mostrar-lhes que o museu tem muito mais para mostrar, além desses animais. Será um enorme desafio para nós", concluiu.

Serviço:

Exposição: “Dinossauros no Sertão”
Horário: de terça a domingo, das 10h às 16h.
Entrada: R$ 3,00. Grátis para crianças até 5 anos e pessoas
acima de 60. Crianças entre 6 e 10 anos pagam R$ 1.
Local: Museu Nacional - Quinta da Boa Vista, s/n, São Cristóvão.
Tel: (21) 2562-6042 . O local possui acesso para deficientes físicos.

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