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Publicado em: 05/03/2009
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Empresa carioca desenvolve sistema de segurança integrada inédito no mundo


Vinicius Zepeda                                                                                                                                                                      

 Fotos: divulgação/TecC2

         
    O micro-ônibus desenvolvido por meio
    da parceria FAPERJ,IME e TecC2
Nos dias de hoje, a garantia de segurança na realização de eventos que reúnem uma grande circulação de pessoas – tais como shows ao ar livre, réveillon e blocos carnavalescos – demanda a atuação de diversos agentes, como a polícia militar, defesa civil, corpo de bombeiros e responsáveis pela engenharia do trânsito (no Rio, a CET-Rio). Entretanto, cada uma das equipes possui seu efetivo disperso no trajeto e coordenado por seus próprios centros de operações, o que dificulta a troca de informações e a tomada de decisões. Em busca de uma solução tecnológica voltada para solucionar estes problemas e garantir o bem estar do público nestes grandes acontecimentos, a empresa carioca Tecnologia em Sistemas de Comando e Controle Ltda. (TecC2), em parceria com o Instituto Militar de Engenharia (IME), desenvolveu o Centro Integrado de Monitoramento e Coordenação Móvel (CIMov). O projeto conta com recursos financeiros do edital Apoio à Inovação Tecnológica no Estado do Rio de Janeiro – 2007 da FAPERJ.

O CIMov consiste numa central de comando instalada em um micro-ônibus que recebe informações em tempo real, por meio de potentes câmeras e antenas. “No veículo, com ar condicionado, há uma central de monitoramento das imagens recebidas das câmeras e uma central de comando e controle que recebe as informações sobre ocorrências e onde os comandantes dos bombeiros, policiais, defesa civil etc, tomam as decisões, utilizando computadores portáteis e um software que permite a transmissão das informações de vigilância”. O micro-ônibus ainda possui uma potente antena que recebe sinais via rádio e equipada com câmeras. 

“Além do micro-ônibus, ainda existem duas unidades de vigilância móveis (UVM) equipadas com câmeras, aparatos semelhantes a um pequeno reboque que pode ser acoplado em qualquer veículo e depois colocado em local próximo, para apoio ao micro-ônibus”, explica o engenheiro de computação Ulf Bergmann, coordenador do projeto, professor do IME e diretor da empresa carioca TecC2. “Tanto o CIMov como as UVM não necessitam de fios, sua comunicação toda se dá por uma rede do tipo MESH por rádio. Além disso, a energia elétrica necessária para o funcionamento dos sistemas disponibilizados nos três veículos se dá por meio de baterias capazes de funcionar por até cinco dias ininterruptamente”, explica. “Já no caso das câmeras de vigilância, elas alcançam 300 metros de distância em alta resolução e ainda possuem um zoom ótico de 35 vezes”, acrescenta.

Produto foi testado com sucesso durante desfile do Galo da Madrugada

Bergmann acrescenta que a proposta de integração das diferentes forças de apoio à realização de eventos numa só central de comando móvel e com vigilância eletrônica é inédita em todo o mundo. “Inclusive, já depositamos um pedido de patente no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Intelectual) e estamos aguardando os trâmites legais deste processo”, recorda. O CIMov foi testado com enorme sucesso, agora em fevereiro de 2009, durante o desfile do Galo da Madrugada, tradicional evento do carnaval pernambucano e considerado o maior bloco de rua do mundo, com mais de 1,5 milhões de foliões. Foram utilizados o CIMov e as duas UVM disponibilizados ao longo do percurso do bloco, ligadas a 10 câmeras de vigilância eletrônica. “O poder público e os órgãos de segurança do local ficaram tão satisfeitos com o resultado do teste que iniciaram negociações para contratar nossos serviços o ano inteiro. Ele servirá para outras grandes festas ao ar livre, como os tradicionais festejos de São João, na cidade de Caruaru, festas religiosas e carnaval fora de época”, afirma entusiasmado.

 
Dentro do novo sistema, os agentes responsáveis por garantir    
segurança de grandes eventos trabalham de forma integrada
     
O professor do IME e diretor da TecC2 chama atenção ainda para a rapidez na tomada de decisões que evitem ou minimizem conflitos em grandes eventos, a precisão e maior capacidade de visão proporcionada pelas câmeras de vigilância e a rapidez com que todo este aparato tecnológico – todo sem fios – é instalado para garantir a realização destes grandes eventos. “No caso das centrais de segurança instaladas usualmente nestes acontecimentos, elas demandam a montagem de uma estrutura física e instalação de fiação elétrica que leva dias. Além disso, durante todo o processo de montagem destes equipamentos, ficamos sujeitos à ação de vândalos, antes mesmo do sistema de segurança estar pronto”, destaca. “Já o nosso aparato – o CIMov e as duas UVMs –, com todos os recursos disponíveis para funcionar, necessita de, no máximo, seis horas para estar pronto para ser utilizado e, é claro, não necessita de instalação de fiação”, exalta o engenheiro.

No que diz respeito à precisão e detalhamento das imagens das câmeras, Bergmann destaca que a vigilância do local do evento pode ser realizada utilizando ou não a vigilância eletrônica, mas a sua utilização agrega outros pontos de vista, permitindo uma visualização mais completa da situação do que o olho e a atenção humana podem proporcionar. “Já no caso da rapidez da tomada de decisões, o processo utilizado atualmente funciona de forma não integrada, com cada órgão atuando com um conjunto incompleto de informações. Por exemplo, no caso de uma briga envolvendo arma de fogo e feridos, os policiais nas proximidades do local, ao avistarem a confusão, se dirigem para conter a violência, capturar os envolvidos no incidente e afastar as pessoas do local. Após isso, eles comunicam para a sua central de comando o que aconteceu e que há feridos. Ao escutar o relato, a central então solicita o apoio do serviço médico de urgência e entra em contato com o comando da guarda municipal para liberar o trajeto para que a ambulância possa se deslocar ao local”, explica. “Ao visualizar todo este processo, verificamos uma demora na tomada de decisões para a resolução destes conflitos. Já no caso do CIMov e das duas UVMs, ao integrar fisicamente as forças e os softwares de segurança num mesmo espaço físico, o processo é feito bem mais rápido e, consequentemente, com mais eficiência”, explica.

O projeto do CIMov inicial, desenvolvido com o apoio da Faperj, tem até o final deste ano para estar totalmente pronto mas, segundo o engenheiro da computação Ulf Bergmann, ele deverá estar finalizado seis meses antes, no mês de julho. “Resolvemos agilizar ao máximo o processo, por entendermos que na concorrência de editais voltados para inovação tecnológica, muitas vezes os selecionados se preocupam mais com escrever um bom projeto do que transformá-lo realmente em produto. Nós não pensamos assim. Achamos que o maior benefício para a sociedade é colocar o produto no mercado e, com isto, testá-lo, aperfeiçoá-lo e provar a sua eficiência. Com a experiência que tivemos no Galo da Madrugada, verificamos a necessidade de realizarmos ainda um pequeno ajuste: colocar não duas UVMs, e sim seis, até o final de julho”, afirma o diretor da TecC2.  O diretor de Tecnologia da Faperj, Rex Nazaré, comemora a utilização do fomento concedido para a melhoria da qualidade de vida da população: “É exatamente isto que vimos querendo, que o auxílio financeiro concedido pela Fundação se reverta no bem estar da sociedade. Embora nem sempre isso ocorra tão rapidamente, este é mais um dos exemplos altamente positivos, e isso vem ocorrendo cada vez com maior frequência”.

Sistema portátil permitirá maior eficiência durante incursões policiais em favelas

Além do CIMov, a TecC2 está desenvolvendo outro projeto, que também conta com o apoio da FAPERJ. No final de 2008, a empresa foi contemplada com o edital Prioridade Rio - Segurança Pública, com um projeto que consiste em adaptar a tecnologia desenvolvida no CIMov a um sistema de vigilância eletrônica portátil a ser utilizado em incursões policiais em comunidades de baixa renda. O projeto ainda está em fase inicial. “Este sistema consistirá numa pequena maleta portátil, com todos os softwares do CIMov acoplados em seu interior. No caso de uma operação policial nesses locais, bastará ao comandante utilizar as informações contidas na pequena maleta. As imagens dos sistemas de vigilância eletrônica das câmeras serão geradas a partir das UVM, que poderão ser colocadas no alto de morros próximos da área em que ocorrerá a incursão. No caso deste novo sistema, além da miniaturização e portabilidade da maleta, teremos dois avanços tecnológicos: o alcance das câmeras será maior  – 1 km – e a visão noturna se dará por meio de infravermelho”, conclui Ulf Bergmann.

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